quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Convênio beneficia 400 mil agricultores familiares gaúchos

Na presença dos secretários do Meio Ambiente, Berfran Rosado, e da Agricultura, João Carlos Machado, a governadora Yeda Crusius assinou, nesta quinta-feira (28), convênio para que a Secretaria do Meio Ambiente, Fepam e Emater executem o programa de licenciamento ambiental dos empreendimentos existentes em propriedades de até quatro módulos fiscais.

Com o convênio, será criada a Declaração de Regularidade Ambiental, que concede uma certidão para a propriedade, autorizando-a a desenvolver uma série de atividades. A medida beneficia os 400 mil pequenos produtores gaúchos, que não mais precisarão solicitar licenças ambientais para cada atividade que queiram desenvolver em suas propriedades, além de receber assistência técnica da Emater/Ascar.

Berfran Rosado destaca a importância do estabelecimento do rito especial para o licenciamento ambiental das pequenas propriedades rurais, que resulta em mais agilidade, menor custo e maior controle ambiental, uma vez que as propriedades serão cadastradas pela Emater/RS no sistema de informações da Fepam. "Os órgãos estaduais devem estar ao lado do pequeno produtor, oferecendo apoio, assistência técnica e orientações para os devidos ajustamentos à legislação ambiental. Estamos certos que este procedimento, muito reivindicado pela Fetag - que tem um excelente trabalho e grande interface com a Secretaria do Meio Ambiente - auxiliará os pequenos produtores gaúchos", destacou o secretário.

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), através do Departamento de Recursos Hídricos, também simplificará os procedimentos para a liberação do uso das águas e dos açudes a serem construídos. A Fepam cadastrará, em seu Sistema de Informações, as propriedades rurais e, para cada uma delas, a Emater/RS-Ascar, disponibilizará profissional técnico para auxiliar os produtores na área de licenciamento.

A Sema e os demais participantes do convênio estabelecerão, com cada propriedade rural, um cronograma adequado à capacidade socioeconômica do proprietário rural e sua família, bem como a localização da propriedade no contexto regional, para o cumprimento das exigências legais.

Fonte: Portal do Governo do Estado do Rio Grande do Sul 

Paisagens em duas estações


Barend Cornelis Koekkoek - Middelburg, Holanda (1803-1862)

domingo, 24 de janeiro de 2010

As eleições presidenciais

O debate político nacional esquenta à medida que se aproximam os prazos para as desincompatibilizações dos agentes públicos que postulam mandatos eletivos aos poderes executivos e legislativos nos estados e na federação. Início de abril é o prazo final.


Não escondo minha preferência pessoal pela candidatura de José Serra, acompanho sua trajetória política desde os tempos da militância estudantil, mas nem por isso deixarei de aprofundar minhas leituras e reflexões sobre o processo de escolha dos candidatos presidenciais, quanto às suas propostas e seus compromissos com a democracia e com o desenvolvimento econômico e social do meu país. Nesse sentido, quero compartilhar,  aqui no blog, algumas análises e reflexões que considero pertinentes, recolhidas na mídia nacional.


Neste domingo, 24, o site www.estadao.com.br publica um artigo do cientista político Francisco Weffort, que foi secretário-geral do PT e depois ministro da Cultura no governo Fernando Henrique Cardoso, sobre a ansiedade do presidente Lula em ver, desde logo, a definição do candidato do PSDB. Leiam, a seguir, a íntegra do artigo do cientista que militou nos dois pólos, que novamente poderão se digladiar nas eleições presidenciais:


De como o presidente tece a eleição de si mesmo


Muitos simpatizantes da oposição pedem que a candidatura Serra se declare desde já, publicamente. Ou seja, que se inicie logo a campanha eleitoral. Há mesmo quem entenda que Serra deveria ter-se manifestado candidato ontem ou antes. É uma ansiedade compreensível de quem quer ver a luz no fim deste túnel eleitoral tipicamente brasileiro, em que, à margem da lei, só o governo federal aparece em campanha (ou pré-campanha, como se queira). Mas não seria mais razoável, como quer o próprio Serra, esperar pelos prazos da lei, das convenções partidárias, e, mais ainda, da racionalidade política?


Pode parecer um paradoxo, mas creio que a ansiedade maior em face das eleições é do próprio Lula. Em recente reunião ministerial ele voltou a falar em plebiscito. Tudo em Lula transpira ansiedade. Como me disse certa vez um velho companheiro seu de sindicalismo, ele é uma espécie de "Kid Microfone" da política. Fala de tudo e, consideradas suas origens sociais, talvez isso tenha sido uma qualidade para que chegasse a líder num país tão desigual socialmente quanto o nosso. Mas desde que chegou ao governo, ele passou do ponto. "Nunca antes neste país" um presidente falou tanto, em todas as oportunidades possíveis. Falou ? e continua falando ? sobretudo, dele mesmo, o "torneiro mecânico", o "sem títulos universitários", o "filho de mãe analfabeta", o "iluminado", o "cara", etc. "Quem sou eu, quem és tu", o fascínio do Lula é sua própria identidade.


Colocando-se sempre ao lado dos anjos, prometeu e promete tudo, como a "ética na política", que desrespeitou, os "milhões de empregos", que não cumpriu, a "aceleração do crescimento", que continua medíocre como antes. No início do seu governo chegou mesmo a propor um "projeto fome zero" para o mundo (!), que, como tantos outros, abandonou. Do mundo real, o que mais lhe agrada é viajar para conversar com o direitista Sarcozy, o fascista Ahmadinejad, o neofascista Hugo Chávez e, se possível, com o liberal americano Barack Obama. Lula não se limita a programas ou a ideias. Bem pensadas as coisas, o essencial da política de Lula é ele mesmo.


Dessa overdose de lulismo nasceu a "estratégia" do plebiscito para a eleição de 2010. É como se essa não fosse mais do que uma espécie de prévia para 2014, quando ele espera voltar "nos braços do povo". É esse o seu "projeto". Daí a escolha de Dilma Rousseff como candidata, quando teria certamente, no PT ou na "base aliada", muitos nomes melhores do ponto de vista político e eleitoral. Daí também a maior dificuldade de Dilma que, como sugerem as pesquisas, não consegue ir além do eleitor lulista-petista mais incondicional. Deveria estar evidente, a estas alturas, que Dilma não tem luz própria. E é difícil imaginar que na campanha possa vir a ter alguma luz quando o que se vê hoje é uma candidata afogada no mar de significações que seu patrono difunde para alimentar a ilusão do próprio carisma.


Na pressa de quem sente o governo terminando, Lula quer provar que pode tudo, inclusive eleger um poste. Aos que criticam a fragilidade de Dilma, insinua às vezes que vai tirar licença do governo e engajar-se pessoalmente na campanha. Pode ser essa a sua intenção hoje, mas não creio que aconteça. Primeiro, porque mesmo Lula é capaz de perceber que sua presença vai criar uma inibição para Dilma, ao invés de ajudá-la. Segundo, porque ele sabe ? melhor do que ninguém ? que assim que começar a sair do governo, começará a sair também do controle da "máquina", desbaratando controles previamente existentes sobre a sua "base".


O mais provável é que fique no governo e tente usá-lo, tanto quanto possível, em favor de sua candidata. No mais, terá sempre os álibis que já ocorreram a outros presidentes no passado. Se ela vencer, a vitória é dele, se perder, a derrota é dela. E, convenhamos, para Dilma, que nunca teve nenhuma significação própria em política, mesmo uma derrota será sempre uma vitória. Assim, ela vai "para o sacrifício" docemente constrangida. O senador Sérgio Guerra enfatizou em entrevista recente que Dilma teria uma propensão para a mentira. Há algum tempo, um jornalista sugeriu que seria ela própria uma mentira. Talvez. De minha parte, estou convencido de que ela é puro marketing, o produto mais completo da marquetagem desses dois governos Lula


Tudo somado, a crítica que me ocorre à oposição não é a José Serra, que aguarda o momento certo para aparecer publicamente como candidato, mas a seu partido, que tem deixado passar mais de uma oportunidade para marcar suas posições no cenário. É certo que alguns líderes se mobilizam com mais frequência, como Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, Sérgio Guerra e uns poucos mais. Aécio Neves tem feito declarações interessantes para se construir uma perspectiva política de oposição visando à campanha eleitoral. O partido, porém, parece lento demais, sem suficiente articulação para apresentar as próprias ideias ao público. Nesse sentido, as aspirações da oposição no País crescem mais como resposta ao cansaço suscitado na opinião pública pelos excessos verborrágicos de Lula? e às lambanças, aliás muito frequentes, do próprio governo? do que como resultado de ações partidárias.


Fonte: O Estado de São Paulo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Quem corre perigo, o homem ou a Terra?

O cientista inglês, James Lovelock, autor da Teoria de Gaia e do livro Gaia: Alerta final, em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo, defende o uso de energia nuclear para combater o aquecimento global, além do uso de geoengenharia e a redução da população mundial Também rechaça ideias verdes convencionais, como o plantio de árvores, que para ele não têm o efeito necessário. 

O cientista reconhece que o programa brasileiro de biocombustivel se constitui numa boa medida econômica, mas entende que o Brasil ainda não precisa da energia nuclear.

Questionado, na entrevista, sobre o futuro da Terra, respondeu: “Acho que não há dúvida de que a Terra em si vai continuar a existir por muitos milhões ou até bilhões de anos, podemos ter confiança nisso. Mas são os humanos que estão em perigo e podem ser reduzidos vastamente.

O artigo “Quem corre perigo são os homens, não a Terra”, de autoria de Afra Balazina, e a entrevista com o cientista Lovelock, podem ser lidos no link:

domingo, 17 de janeiro de 2010

Haiti: Imagens que não podemos esquecer


Extra.globo.com

noticias.br.msn.com

socialismo.org.br


Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

diariodepernambuco.com.br

Lei municipal proíbe compra de carne sem comprovação de origem

O Município de São Paulo instituiu legislação que proíbe a comercialização de carne “in natura” sem comprovação de sua origem. A Lei Municipal 15.120, de 15 de janeiro, obriga o município a exigir, nos processos licitatórios, a comprovação de que a carne não seja proveniente de rebanhos criados em áreas de desmatamento, terras indígenas invadidas ou que haja trabalho infantil e escravo.


Certamente a preocupação dos legisladores da capital paulista é no sentido de impedir a obtenção de ganhos econômicos aos fornecedores coniventes com os crimes ambientais e trabalhistas.


Acredito que os edis consideraram a existência da farta legislação estadual e federal que normatiza a produção, industrialização e distribuição da carne,  realizadas de acordo com rigorosa observância da legislação sanitária; esta, caso não atendida, pode causar sérios danos à saúde pública.


Felizmente os nossos municípios, especialmente os gaúchos, são bastante rigorosos no combate ao abate clandestino e na fiscalização da comercialização da carne e dos derivados de origem animal, sempre utilizando os serviços municipais de vigilância sanitária para proteger a população do consumo de produtos de qualidade duvidosa. Não é verdade? 


Fonte: Agência Brasil

Advogado que perdeu o prazo deve indenizar cliente


O Tribunal de Justiça de São Paulo, 4ª Câmara de Direito Privado, condena advogado a pagar indenização por negligência. O profissional perdeu o prazo legal para interpor recurso, 2ª instância, em favor de seu cliente, numa ação proposta por moradores de um condomínio cujos apartamentos estariam sendo danificados por vazamento de água.


Segundo o desembargador Enio Zuliani  “O advogado omisso com a defesa do cliente será obrigado a indenizar seus prejuízos caso se defina que a petição não interposta teria sido capaz de reverter o resultado declarado pela negligente conduta, o que está demonstrado nos autos”.
  
A íntegra do artigo, de autoria do repórter Fernando Porfírio, publicado no site Consultor Jurídico, poderá ser lida no link:
http://www.conjur.com.br/2010-jan-17/advogado-perdeu-prazo-condenado-indenizar-cliente#autores 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ainda a questão climática


Retorno ao assunto anterior por ser uma questão que requer ações urgentes de governo, nos três níveis, para interromper o uso inadequado do solo urbano, além de estabelecer medidas de proteção às áreas edificadas em locais de risco.



Os recentes desastres no Rio de Janeiro, São Paulo e em diversas cidades gaúchas nos alertam para a necessidade de ações governamentais, pois as edificações urbanas e mesmo, rurais, não foram planejadas levando em conta rigorosa análise da natureza dos solos, dos dados climáticos que indicam as médias históricas de chuvas e dos níveis de enchente dos rios.


No início da formação da maioria das nossas cidades, certamente, não havia estudos e dados estatísticos que orientassem aos planejadores sobre a intensidade e os intervalos de repetição dos fenômenos climáticos.


Nesse sentido, o geólogo Paulo César Fernandes da Silva, pesquisador e diretor-adjunto do Instituto Geológico da secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo vai direto ao ponto central das causas e consequências, conforme se depreende de sua entrevista à Agência Brasil:


Para prevenir os problemas provocados pelas chuvas - que só em São Paulo já mataram 43 pessoas de dezembro até oito de janeiro - o remédio continua a ser o planejamento. "Uma ação contínua de planejamento e de ordenamento territorial", apesar das falhas históricas, poderia prevenir algumas das tragédias ocorridas neste verão brasileiro.


“Os municípios tem que tomar conta do uso de seu solo e da ordenação do seu território”, disse Silva. Esse planejamento, segundo ele, passaria pelas cartas geotécnicas e pelo mapeamento das regiões, com a especificação do tipo de solo e de ocupação.


Silva reconhece que a culpa pela falta de planejamento não pode ser creditada apenas aos governos atuais. “Não é que faltou planejamento em São Luiz do Paraitinga [cidade paulista que sofreu com o problema das chuvas e viu muito de seu patrimônio histórico ser perdido por causa das enchentes]. A ausência de planejamento é cultural. O que estamos vendo é que, onde há o evento, a circunstância instalada, a falta de planejamento fica mais evidente”, afirmou.


Desde o primeiro dia deste ano, quando as chuvas provocaram estragos e mortes em várias cidades de São Paulo, principalmente nas localizadas no Vale do Paraíba, o Instituto Geológico enviou técnicos para avaliar os deslizamentos de terra e alertar sobre a necessidade de remoção de famílias que vivem em áreas de risco.


Desde outubro do ano passado, técnicos do instituto vêm levantando dados sobre a bacia do Rio Paraíba do Sul, rio que dá nome ao Vale do Paraíba, para tentar mapear áreas de risco na região.


"Fizemos um levantamento em jornais de 1970 até o ano passado. E temos cadastrado 1,5 mil ocorrências, mais ou menos, de enchentes e inundações ao longo de toda essa bacia hidrográfica que envolve o Vale do Paraíba”, revelou o pesquisador. Nesta análise preliminar, segundo ele, foi possível perceber que em 1983 esta região também sofreu muito com as chuvas, como efeito do El Niño.


“Ao que tudo indica, os fenômenos atmosféricos estão recrudescendo, ou seja, estão ficando mais severos”, afirmou. De acordo com Silva, ainda não é possível dizer com certeza o que pode estar motivando a natureza, mas uma série de fatores deve ser considerada como o aumento da emissão de gás carbônico e de outros gases decorrentes da industrialização e o abatimento de vegetações.


Nesta semana, o governador de São Paulo, José Serra, afirmou que pretende fazer uma intervenção maior nos licenciamentos municipais.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Chuva não é a única responsável por tragédias


"As chuvas não podem ser as únicas responsáveis por tragédias como a que atingiu Angra dos Reis nos últimos dias, após o deslizamento de encostas que já provocaram pelo menos 52 mortes. A falta de planejamento urbano e a ausência de fiscalização sobre as ocupações ilegais também estão entre as causas do problema, na avaliação do professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), José Oswaldo de Araújo. Não é só culpa da chuva. Grande parte do problema é causado pela intervenção humana que leva ao desequilíbrio da natureza.


Na Ilha Grande, por exemplo, segundo Araújo, a ocupação humana e o corte da vegetação deixaram o solo mais suscetível a infiltrações. Com o acúmulo de água, o solo ultrapassou o limite de saturação e desabou. Desce como um rio de lama, esclarece.


O geólogo da UnB argumenta que há conhecimento técnico consolidado sobre riscos de ocupações de encostas, mas que muitas vezes essas avaliações não são consideradas, mesmo em casos em que os mapeamentos geotécnicos e geológicos apontam riscos de deslizamentos e desabamentos. É inconcebível que não haja planejamento. E não existe fiscalização suficiente, as pessoas começam a habitar, não existe controle e aí acontecem as tragédias.


Na avaliação de Araújo, a repetição de acidentes com encostas, como os episódios em Santa Catarina e Minas Gerais, mostram a necessidade de mais rigor no cumprimento e fiscalização do ordenamento territorial das cidades. Não é preciso ser profeta para dizer que quando as chuvas passarem e a estação seca chegar ninguém vai falar mais desse assunto e, em janeiro de 2011, novos acidentes vão acontecer."


Comento. Da mesma forma, aqui no Sul, as enchentes que se sucedem, anualmente, causam grandes prejuízos às populações ribeirinhas e ceifam vidas - tragédias que poderiam ser evitadas se as populações não construíssem suas moradias à beira dos rios, sem qualquer fiscalização dos agentes públicos, que toleram as irregularidades e não instituem políticas de longo prazo para o uso e fracionamento do solo urbano, que protejam as pessoas de possíveis desatres ambientais a que estas áreas estão sujeitas.


Sabemos que as dificuldades de fiscalização e de cumprimento das normas estabelecidas pelos planos diretores das cidades se devem, e muito, ao baixo índice de profissionalização das estruturas administrativas municipais, sempre sujeitas a mudanças de orientação e de comando a cada quadriênio.


A providência que urge é instituir, no âmbito municipal, mecanismos de gerenciamento e controle do uso dos espaços urbanos, que contemplem: 1. Um plano diretor de obras, parcelamento e uso do solo estabelecido com base em rigorosa análise dos riscos ambientais; 2. Ampla discussão com as populações sobre as normas estabelecidas; 3. Gerenciamento do plano diretor por órgãos autônomos, com competências e independência profissional asseguradas por lei, infensa aos conchavos políticos circunstanciais.


Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Separação dos poderes

Juiz e promotor não podem integrar gestão municipal


É inconstitucional incluir no gabinete de gestão integrada municipal representantes da magistratura, Ministério Público e Defensoria. Esse foi o entendimento aplicado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que considerou inconstitucional os dispositivos da Lei 4.289/09, do município de Alegrete (RS), que deram margem para tal inclusão.


“O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado, em várias oportunidades, decidiu que não é possível que normas municipais determinem que representantes ou membros da Magistratura e do Ministério Público integrem Conselhos Municipais”, afirmou o desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro, relator do processo.


O colegiado entendeu que a inclusão viola o artigo 30, I e II, da Constituição Federal, não sendo assunto de interesse local a organização da Magistratura, do Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, Brigada Militar e Guarnição Federal, existindo inconstitucionalidade formal.


A Ação Direta de Inconstitucionalidade foi proposta pelo procurador-geral de Justiça e apreciada pelo Órgão Especial em novembro de 2009. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-RS.


Fonte: http://www.conjur.com.br

domingo, 3 de janeiro de 2010

Santiago, 126 anos


Não poderia deixar passar esta data sem fazer um registro sobre o significado de Santiago para a minha existência, até aqui.

Muito jovem, aos 25 anos, desembarquei em Santiago, em março de 1974, para cumprir uma missão como servidor público estadual, por opção, proteger o patrimônio natural - o solo, na época alvo de agressões decorrentes da expansão desenfreada da dita agricultura moderna, cuja tecnologia abusava da mobilização e desestruturação, além de envenená-lo com pesadas quantidades de pesticidas. Pasmem, a universidade assim ensinava seus diletos alunos.

Cumpri a missão. Em dois anos, graças ao mutirão comunitário, em que muitas pessoas e instituições públicas e privadas foram importantes, foi possível estabelecer mecanismos de combate à erosão, reduzindo significativamente a perdas dos solos e dessa forma, contribuir para a organização e sistematização das nossas lavouras de soja e trigo, então o carro-chefe da economia local.

O trabalho técnico foi interrompido pela circunstâncias políticas que imperavam na vida brasileira - o regime militar cerceava as liberdades democráticas e o surgimento de lideranças com iniciativa e autonomia para pensar e agir nos diferentes setores da vida econômica e social. Imperava o controle centralizado nas mãos dos detentores do poder político local, alinhado com a  cartilha da doutrina do governo autoritário.

O técnico da Secretaria da Agricultura, dedicado e comprometido com a defesa dos recursos naturais renováveis, cedeu lugar ao militante político, agora filiado ao MDB, o partido que fazia oposição à Arena, logo se opunha ao centralismo econômico, à censura aos meios de comunicação, ao cerceamento da liberdade de expressão cultural e artística, além dos casuísmos eleitorais para inverter maiorias.

Assim, nesse ambiente de tensão e pressão, consegui sobreviver profissionalmente em Santiago, mesmo tendo que permanecer num exílio temporário em Jaguari. Fui acolhido, por lideranças daquela comunidade, num momento pessoal particularmente muito difícil.
A luta pelas liberdades democráticas, eleições diretas e justiça social empolgaram-me durante as décadas de 70 e 80, quando vivenciei a instauração da nova república, das eleições diretas em todos os níveis e a plenitude democrática em nosso país.

Na nossa terra tive a honrosa missão de quebrar uma longa hegemonia política que se mantinha há mais de três décadas, que retornou depois de nós e que continua por mais de uma década.

Ainda não é o momento para avaliar as causas da retomada do poder pelo continuísmo conservador na nossa Santiago, acho que precisa mais tempo, para superar ressentimentos e mágoas entre companheiros da caminhada. No que me compete,  reconheço que cometi erros e avaliações equivocadas, mas não encontro, até aqui, nenhum desvio da linha que traçamos na campanha memorável de 1992.

Este pequeno histórico tem apenas o desejo de reafirmar meus compromissos com esta Terra, que se tornou a minha terra natal por adoção, que proporcionou oportunidades para desenvolver meus projetos de vida no campo profissional e pessoal, como nenhuma outra. Portanto, minha vinculação e amor a esta terra são definitivos.

Ao completar 126 de emancipação político-administrativa, não poderia deixar de congratular-me com todos os santiaguenses nascidos ou adotados por Santiago, que com trabalho e espírito público ajudam a construir uma comunidade próspera e feliz. Fiz a minha parte, sempre que meus conterrâneos me confiram tarefas. Nossa missão nunca termina, outros desafios precisam serem enfrentados para melhorar ainda mais  a qualidade de vida da nossa população. 

Imagem: Estação Ferroviária, 1996, foto de Alfredo Rodrigues 

sábado, 2 de janeiro de 2010

Livro polêmico - Comportamento humano

No último dia de 2009, o site www.bbcbrasil.com.br publicou noticia, que reproduzo abaixo, divulgando o lançamento de um livro sobre comportamento humano, de autoria da psicóloga francesa Maryse Vaillant, abordando um tema complexo e tabu no nosso contexto social.


Não sei se haverá tradução para o português, mas o certo é que vai gerar muita polêmica entre os nossos estudiosos das ciências humanas, sociais, médicas e  religiosas. Será que esse assunto vai ter alguma repercussão no nosso país?


Psicóloga francesa defende infidelidade masculina para ajudar o casamento


Uma das mais famosas psicólogas francesas causou polêmica ao defender, em um livro recém-lançado, que a infidelidade masculina é boa para o casamento.
No livro Les hommes, l’amour, la fidélité ("Os homens, o amor, a fidelidade"), Maryse Vaillant diz que a maioria dos homens precisa de “seu próprio espaço” e que para eles “a infidelidade é quase inevitável”. 
Segundo a autora, as mulheres podem ter uma experiência “libertadora” ao aceitarem que “os pactos de fidelidade não são naturais, mas culturais” e que a infidelidade é “essencial para o funcionamento psíquico” de muitos homens que não deixam por isso de amar suas mulheres.
Para Vaillant, divorciada há 20 anos, seu livro tem o objetivo de “resgatar a infidelidade”. Segundo ela, 39% dos homens franceses foram infiéis às mulheres em algum momento de suas vidas.
Fraqueza de caráter
“A maioria dos homens não faz isso por não amar mais suas mulheres, Pelo contrário, eles simplesmente precisam de um espaço próprio”, diz a psicóloga.
“Para esses homens, que são na verdade profundamente monógamos, a infidelidade é quase inevitável”, afirma.
Para Vaillant, os homens que não têm casos extraconjugais podem ter “uma fraqueza de caráter”.
“Eles são normalmente homens cujo pai era fisicamente ou moralmente ausente. Esses homens têm uma visão completamente idealizada da figura do pai e da função paternal. Eles não têm flexibilidade e são prisioneiros de uma imagem idealizada das funções do homem”, afirma ela.