segunda-feira, 20 de junho de 2016

REFLEXÕES SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

O debate eleitoral ocorre intensamente em todos os lares de Santiago, desde o ano passado, quando alguns partidos de oposição ousaram antecipar a celebração de acordos políticos-eleitorais para indicação de um candidato a prefeito que estabelecesse consenso com os interesses das siglas envolvidas, no caso PMDB, PDT, PSDB, PSD e, posteriormente, a adesão do PPS e da REDE, esses através de suas respectivas comissões provisórias.

O processo de discussões evoluiu para a escolha do representante do PSD, Guilherme Bonoto Behr, que já exerceu a presidência do PP e também foi titular da Secretaria Municipal da Agricultura, nas duas administrações do prefeito Francisco Gorski. A novel coligação foi além, escolhendo, também, a peemedebista e professora Eunice Bertolo Viero, para compor a chapa no cargo vice-prefeita. Portanto, a aliança oposicionista conta com os pré-candidatos Guilherme Behr e Nice Viero, como desafiantes do candidato do partido governista, PP, que pretende continuar governando Santiago. A indefinição que ainda persiste é sobre a confirmação, ou não, do pré-candidato do PT, Antônio Bueno, 

Nas hostes governistas, a disputa segue renhida entre o atual vice-prefeito, Antônio Gomes, que já exerceu o cargo de prefeito uma vez e completa, com esse, o terceiro mandato de vice-prefeito de Santiago, com o preferido do atual prefeito, o ex-secretário de Gestão Thiago Gorski Lacerda. 

Os dados estão lançados, pois serão três os possíveis candidatos que disputarão o pleito de 2016. Qual proposta será vencedora? A da oposição, agora robustecida pela adesão do PSD, constituído por dissidentes do modelo pepista de governar, sob a liderança de Guilherme Behr?  O PT que nas últimas quatro eleições foi o fiel da balança para eleger os prefeitos do PP? Ou o candidato do continuísmo conservador que quer continuar governando Santiago? Honestamente, ainda não dá para afirmar qual será a escolha dos eleitores santiaguenses. De minha parte parte, já fiz minha escolha, pois vou acompanhar a decisão do PMDB, que se congraça com os demais partidos de oposição, exceto o PT e o PPL, do deputado Bianchini que, ao que tudo indica, segundo alguns interlocutores, vai voltar às origens.

Mas isso não significa que o candidato da oposição tradicional já esteja eleito no coração e nas mentes dos santiaguenses, pois precisará conquistar integralmente os eleitores do PMDB, PSDB, PDT e dos segmentos descontentes com o continuísmo para vencer as eleições em outubro. Guilherme Behr terá que fazer a autocrítica sobre as políticas públicas executadas pelos governos do PP que, em dois mandatos, teve efetivo protagonismo nas suas execuções, na condição de secretário da Agricultura e de dirigente do partido governista e, ao mesmo tempo, propor medidas corretivas e reorientadoras, de tal sorte que se componham com o elenco de propostas historicamente defendidas pelos partidos de oposição, que foram reiteradas durante os últimos embates eleitorais.

Não será fácil para Guilherme empolgar a oposição com o discurso contundente, apontar as mazelas das administrações pepistas e apresentar propostas concretas de transformações na gestão municipal e, ao mesmo tempo, sensibilizar os setores dissidentes de que o modelo atual está esgotado, precisando ser reformado e que urge um novo pacto de governabilidade, com a participação de toda a comunidade de Santiago, sem excluir os que pensam diferente como historicamente fazem os governantes do PP. 

A despartidarização da administração municipal aparelhada; a busca da eficiência e do controle nos gastos públicas; as obras públicas executadas desordenadamente, sem planejamento e visão estratégica de médio e longo prazo; a inoperância da gestão dos serviços de saúde; os programas de educação focados prioritariamente no marketing, propaganda e desintegrados das redes de educação particular, estadual e federal; a desvalorização dos servidores de carreira em detrimento de ocupantes de cargos de confiança e de terceirização de serviços típicos do ente municipal, através de convênios com entidades privadas; o apequenamento do papel de liderança no plano regional por inaptidão e inércia do poder executivo municipal; a insuficiência de planos, projetos, apoio técnico e político ao desenvolvimento da indústria e diversificação da matriz produtiva de Santiago; a dominação e patrulhamento político exercidas nas relações com as entidades sociais e representativas da comunidade, são entre outras os aspectos que devem merecer a análise e reflexão dos pretendentes ao executivo municipal.

A coragem de reavaliar os equívocos e omissões da atual gestão municipal, dizer e propor alternativas de desenvolvimento econômico e social para Santiago, se constituirá, a meu juízo, o cerne do debate político que travarão os candidatos nas próximas eleições. Os eleitores não vão votar com base na vinculação partidária, na simpatia pessoal do candidato ou pela oferta de promessas fisiológicas. O eleitor quer mudanças, quer serviços públicos de qualidade e eficientes, quer transparência na arrecadação e na despesa pública, quer ser recebido nos próprios da prefeitura com fidalguia e respeito. As propostas e projetos terão que ser claros, objetivos e convincentes quanto a suas viabilidades de implantação e execução.

O prefeito é o único servidor publico que tem, obrigatoriamente, de prestar contas para todos os habitantes de um município. Ele faz um contrato de gestão com a comunidade, formalizado nas urnas e registrado em cartório, com prazo de validade. O prefeito é o chefe do Poder Executivo, mas não é o chefe do Povo.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

CORRUPÇÃO: A VICISSITUDE DO PODER

CORRUPÇÃO: A VICISSITUDE DO PODER: Artigo publicado na Revista dos Tribunais, vol. 967/2016 (Caderno Especial Corrupção), e disponível na Revista dos Tribunais Online Essencial. 

"IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
 
Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO, UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME, Superior de Guerra - ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa das Universidades de Craiova (Romênia) e da PUC-Paraná, e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal); Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMERCIO - SP; Fundador e Presidente Honorário do Centro de Extensão Universitária - CEU/Instituto Internacional de Ciências Sociais - IICS.

     A política leva muita gente à corrupção. O poder público também. Burocratas e políticos correm sérios riscos de resvalarem para a corrupção. Nela se inclui, também, a corrupção afetiva, o nepotismo, as concessões por vaidade humana, além do que é mais comum, a corrupção pura e simples por dinheiro.

     O que entendo importante, todavia, realçar, no momento político que o país atravessa, é que, nas lições marxistas, os fins tudo justificam. Os meios mais variados são admitidos, não sendo a ética o elemento essencial para atingir os objetivos colimados. Tudo vale para eliminar os inimigos do povo, ou seja, todos aqueles que não pensam como os marxistas.

     A política brasileira está repleta de integrantes de uma esquerda que segue a cartilha marxista. Acreditam - em admirável demonstração de profissão de fé - em tudo o que seu mestre escreveu e agem de acordo. Bradam pela ética quando estão na oposição, mas, no poder, não se pautam por ela. Não hesitam, na busca dos fins esculpidos por sua ideologia, em romper com todos os valores da democracia ocidental. Acham mais fácil invadir terras produtivas, estuprando a Constituição, o Código Civil e o Código Penal, do que conquistá-las, como todo cidadão brasileiro, dentro da lei. Por isto não têm coragem de fazer o “teste” das urnas. Para os que o fazem, o que mais importa é tomar o poder para realizar os ideais da esquerda marxista.

     Nas democracias modernas, em que o pensamento político é multifacetado, o poder conquistado pelo voto popular acaba sendo exercido em coalisão com os partidos mais votados, com o que a representação popular torna-se autêntica. Já a esquerda marxista, quando, disfarçando sua anacrônica ideologia, consegue alcançar o poder pelas urnas, recusa-se a partilhá-lo. Se não houver maioria, compram-se os aliados! Mais do que isto Partido e Governo são a mesma coisa.

     Por outro lado, como entendem que aquilo que consideram bom para o país é uma verdade absoluta, os líderes marxistas não se sentem obrigados a prestar contas. Não se consideram antiéticos ou aéticos, porque, na sua visão, como os meios são justificados pelos fins, corromper é apenas uma forma de manter o poder não dividido.

     No Brasil, começa-se a perceber que os guerrilheiros do passado, que pegaram em armas para substituir o regime militar por um regime marxista e não foram bem-sucedidos, ao conseguirem o poder, nos dias atuais, preferiram aliciar aliados com mensalões, Petrolão ou Caixa 2, a governar com a maioria. 

     Nesta linha de ter o poder absoluto, procuraram eliminar os direitos do cidadão, sufocando sua voz, mediante tentativas – felizmente frustradas - de implantação do Conselho Nacional de Jornalismo, da Ancinav, do controle externo amplo da Magistratura e do Ministério Público, do controle da advocacia e outras iniciativas semelhantes. Felizmente, a imprensa livre tem cumprido exemplarmente o seu papel de alertar o povo e permitir que a verdade apareça.

     Se me perguntarem se os ilícitos que, dia a dia, são desventrados pela imprensa, pelas CPI’s, pelas revelações dos envolvidos prestadas na polícia e junto ao Ministério Público, são demonstração de desvio de caráter dessas pessoas, responderei que não. Acreditam eles na velha máxima de que o ideal maior de implantação de uma república marxista tudo justifica, inclusive a corrupção - meio inidôneo, mas útil ao seu desiderato.

     Cristo teve 12 apóstolos. Um deles o traiu. Era exatamente o que cuidava da bolsa, manipulava o dinheiro. Pode ter sido uma coincidência, mas, em face do livre arbítrio que Deus outorga a todos os seus filhos, foi ele mau usado. E vendeu Cristo por dinheiro, tendo se arrependido - não como Pedro - e, no desespero, cometeu um segundo ato tresloucado, o suicídio. 

     Lord Acton ao dizer que o Poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente não fez senão afirmar o óbvio.

     Um dos aspectos interessantes da corrupção reside na gradativa insensibidade que o corrupto vai adquirindo, como o drogado, nos seus desvios de conduta. 

     Hitler, no dia 27 de abril de 1945 --isto é, 3 dias antes de seu suicídio-- fez observação anotada por seus biógrafos, segundo relatos daqueles que ficaram no “bunker” com ele, que serve para mostrar a insensibilidade que o poder vai gerando. Disse: “Se de alguma coisa tenho que me arrepender é de ter sido tão generoso com as pessoas”.

     Todos os preços públicos são maiores do que os preços privados, no mundo inteiro, porque neles está incluído o preço da corrupção. Os corruptos recebem uma porcentagem paga por fora.

     Campos Salles foi um presidente brasileiro que entrou rico na política e saiu pobre. A grande maioria dos políticos --que só vivem de política e com subsídios e vencimentos parcos, se comparados aos padrões internacionais-- entram pobres na política e dela saem ricos.

     Nunca se falou tanto em ética no mundo inteiro e nunca se viu tantos problemas espocarem nesse campo, diariamente, desvendando corruptos, na burocracia e na política.

     Outro aspecto negativo é a conotação ideológica. Quando os órgãos responsáveis pelo combate à corrupção têm preferências ideológicas, passam a ser seletivos. Lutam para descobrir a podridão dos que tenham ideologia diferente e escondem a podridão dos que pensam como eles, tornando-se --mesmo que não recebendo dinheiro do poder-- corruptos de outra espécie, ou seja, “corruptos ideológicos”.

     Política e corrupção. Poder e corrupção. Burocracia e corrupção. São características permanentes dos homens que dominam os povos, considerando-se mais dotados que a sociedade para subir na vida, à custa dela.

     O povo tem pouca atuação consciente nos destinos dos governos. Seja nas ditaduras, seja nas democracias.

     Quase todos os políticos têm projetos pessoais e utilizam-se de seus eleitores para realizá-los. A demagogia é a essência da sua pregação. Já não se importam em ser transparentes ou altruístas, mas apenas em impressionar bem.

     A imagem do político não é construída a partir de sua atuação como homem público, mas aquela que o assessor de imprensa, o homem da publicidade, denominado “marqueteiro” da mídia, constrói.

     Nada é tão distante do político atual quanto a imagem dele que os homens de mídia por ele contratados edificam perante o público e que deve ser seguida à risca para que tenha viabilidade eleitoral.

     Em outras palavras, o eleitor vota não no político como ele é, mas na imagem dele produzida por especialistas em ilusões. Criam um herói cinematográfico e vendem esta imagem, como se fosse de um idealista dedicado à pátria e aos interesses da comunidade.

     Uma vez eleito, seu compromisso com o eleitorado deixa de existir e só o retomará, novamente, nos últimos meses de seu mandato para, novamente contratando os “especialistas da ilusão” –muitas vezes “os especialistas da mentira”--, venderem sua imagem de dedicado cidadão e agente público exemplar.

     Em qualquer país do mundo democrático e especialmente no Brasil, os melhores marqueteiros são os que vencem as eleições e são disputados a peso de ouro.

     À evidência, o compromisso do marqueteiro é com sua profissão, “vender ilusões”; não tem nenhuma vinculação com os ideais dos candidatos que “produz”.

     Por esta razão, é que a democracia, no mundo, é uma singela democracia de acesso, tanto mais frágil quanto mais o regime vincular-se às soluções presidenciais e não parlamentares.

     É que, no sistema parlamentar de governo, a alternância no poder é mais rápida e só nele permanece o político consistente. Margareth Thatcher governou a Inglaterra 11 anos e apenas perdeu por ter acreditado que o aumento de tributação seria irrelevante. O povo reagiu e ela foi derrotada.

     O político – a maioria, visto que há sempre algumas exceções — é alguém que faz do carreirismo, fisiologismo e infidelidade partidária seu ideal de vida, razão pela qual, por pensar somente em si e pouco nos representantes e na pátria, não auxilia o desenvolvimento da nação, nem a solução dos grandes problemas.

     Dir-se-á que esse é um mal necessário da democracia, pois, de tempos em tempos, deve correr novamente atrás de novos eleitores, mas, para tanto, conta sempre com os marqueteiros de ocasião.

     Há de se convir, entretanto, que a verdadeira democracia está longe do retrato que os políticos da atualidade no mundo inteiro apresentam --decididamente um péssimo retrato. E a democracia atual é apenas menos ruim que a ditadura.

     Nas democracias, à evidência, há um verniz de atuação, reduzida à participação na escolha dos governantes, que, todavia, é fantasticamente manipulada pelos marqueteiros da ocasião.

     A manipulação para a conquista do poder é a característica maior da democracia de acesso, sendo, o verdadeiro eleitor dos candidatos, seu homem de comunicação social. A obra do candidato, seu desempenho, sua personalidade, são quase sempre reconfigurados para melhor, pelo marketing político.

     O povo não manda, nada decide, tudo suporta.

     Grande parte dele não tem condições de julgar o que é verdade e o que é mentira nas campanhas eleitorais.

     Nos países emergentes, a incapacidade popular é ainda maior e a manipulação mais fácil. Conforme o grau cultural ou as tradições dos povos, as manipulações podem gerar fanatismo e dependência a líderes carismáticos.

     Nestes países, os que controlam a opinião pública são os que auxiliam aos governantes a governar, independentemente do povo.

     Não significa, todavia, que o povo não seja manipulado, nos países desenvolvidos.


     As fortunas que se gastam nas campanhas eleitorais são ainda maiores do que nos emergentes e a elite dos grandes grupos empresariais, sindicais e de interesses corporativos da Administração terminam por conduzir as eleições não necessariamente para o melhor, mas quase sempre para o candidato que contratou o melhor publicitário. Quem decide a eleição, pois, não é o povo, mas o homem da propaganda.

     Prometer, em política, não compromete. Todos os candidatos sabem que seu compromisso com o programa de campanha é nenhum. Por isto prometem tudo e não cumprem quase nada.

     A omissão das elites e a permanente incapacidade do povo de distinguir entre “marketing” e “verdade”, além da falta de mecanismos jurídicos para controle dos detentores no poder, tornam a sociedade, de rigor, mero instrumento de domínio dos políticos.

     Por esta razão, talvez, é que prestar serviços públicos não seja a primeira preocupação dos governantes, mas sim a de manter o poder a qualquer custo, sendo certo que, se houver tempo e se o dinheiro não for totalmente desperdiçado, algo se fará, de preferência obras de “visibilidade eleitoral”, mais do que de conteúdo cívico.

     Desta forma, uma “obra faraônica”, que dê visibilidade, é mais importante do que multiplicar pequenas escolas para educação do povo, visto que seu “retorno político” é pequeno.

     O povo, em outras palavras, é apenas um elemento da atuação dos políticos, para ser manipulado em causa própria, valendo, os programas sociais, apenas para promovê-los.

     Estou absolutamente convencido de que o povo só participará de uma democracia real, no momento em que puder controlar os governos e os governantes se reconhecerem como seus servidores.

     Em verdade, todos os governantes são apenas e exclusivamente “servidores” do cidadão. Não são seus senhores feudais. Devem-lhe respeito. Devem-lhe prestar contas por sua representação. E devem honrar o mandato recebido de acordo com o programa apresentado na campanha eleitoral.

     Na democracia que idealizo para meu país, o cidadão deveria ser o senhor absoluto de todos os direitos sobre os governantes e estes, apenas seus servidores. Quem quisesse, como nas ordens hospitalares da Idade Média, servir ao povo, deveria abdicar de seus privilégios e ter como meta o bem da sociedade e não o próprio bem. Caso contrário, seria melhor continuar, fora da política e do governo, pois o serviço público exige “sacerdotes” e não “aproveitadores”.

     Na verdadeira Democracia, quem merece o tratamento de “Sua Excelência” é o cidadão. Não o agente público, quer seja ocupante de cargo administrativo ou eletivo, eis que sua presença nos quadros de qualquer dos poderes só se justifica enquanto sirva ao povo, e nunca quando passe a usufruir do poder como coisa própria, perseguindo inimigos e privilegiando amigos.

     Na verdadeira Democracia, os direitos individuais deveriam ser garantidos por governos preocupados na promoção da sociedade. Apenas no dia em que os cidadãos tiverem consciência de que são mais importantes do qualquer burocrata ou político, é que poderão implantar o verdadeiro regime democrático. Até lá, serão apenas “administrados”."

Fonte: http://www.livrariart.com.br/pagina/revista-dos-tribunais-vol967-2016