quarta-feira, 26 de novembro de 2014

TENDÊNCIA DO MERCADO DE CARNES NO BRASIL E EXTERIOR

Folha de São Paulo (26/11/2014)

Por Mauro Zafalon


Preços das carnes caem no Brasil e no exterior

O boom de preços elevados das carnes pode estar chegando ao fim. Após cotações recordes, tanto no Brasil como no exterior, as negociações começam a voltar para patamares mais realistas.

Esse novo cenário é ruim para as empresas exportadoras, que vão obter menos receitas, e para a balança comercial, que vinha tendo as carnes como um dos destaques nos últimos meses.

Mas é benéfico para consumidores, que poderão passar os feriados de final de ano pagando preços menores, e para a inflação, que terá uma pressão menor das proteínas.

A queda de preços tem dois componentes. Um vem do mercado externo, em que a demanda acumulada pelo produto brasileiro diminuiu neste mês sobre outubro.
Além de um volume menor, as empresas brasileiras também estão recebendo preços menores pela tonelada do produto exportado.
Editoria de arte/Folhapress
Internamente, o preço das proteínas chegou a um patamar que dificultava novos repasses para o consumidor, cuja renda cai com a inflação no teto da meta há meses.


Pesquisa feita pela Folha diariamente em vários mercados brasileiros indicou que a arroba de carne suína, que chegou a R$ 103 no mercado paulista, recuou para até R$ 86 nesta terça-feira (25).



As exportações desse tipo de carne deverão recuar para 42 mil toneladas neste mês, ante 44 mil em outubro. Já os preços médios externos recuaram para US$ 3.799 por tonelada neste mês, 9% menos do que em outubro. Apesar dessas quedas, o volume e o preço atuais ainda são bem superiores aos de há um ano.


A carne bovina é a única que ainda não ensaiou queda no mercado interno, embora o preço externo tenha caído 3%. A queda no volume exportado vai superar 10% no mês.

Com o recuo nos preços das demais proteínas e uma possível transferência dos consumidores para produtos de menor valor, a carne bovina também deverá ceder.

A carne de frango, refletindo queda de 2% nos preços externos e queda de 8% no volume total a ser exportado neste mês -estimativas de 304 mil toneladas do produto "in natura"-, voltou a cair no mercado interno.

O quilo de ave viva foi negociado nesta terça-feira (25) a R$ 2,65 no mercado paulista. Há um mês era R$ 2,80.