terça-feira, 7 de maio de 2019

COOPERATIVISMO SE RECICLADO NA REGIÃO

COOPATRIGO - Centro Agropecuário e Centro Automotivo, em Santiago - RS Fonte: Imagem: Blog Nova Pauta
A Cooperativa Tritícola São Luizense Ltda - COOPATRIGO vai inaugurar no dia 17 de maio uma estrutura de apoio aos associados sediados na região de Santiago. O Centro Agropecuário foi construído às margens da BR 287, próximo ao entroncamento da RST 377, mediante investimentos de 4,5 milhões de reais.

O cooperativismo agropecuário se recicla em Santiago, graças à "COOPATRIGO", que conseguiu sobreviver à crise das décadas passadas. Não podemos esquecer que já tivemos duas grandes cooperativas agropecuárias em Santiago: Cooperativa Rural Santiaguense Ltda - "RURAL", que atuava no comércio laneiro e pecuário e a célebre Cooperativa Regional Tritícola Santiaguense Ltda, a “TRITÍCOLA”, como popularmente era chamada por todos nós. A RURAL, foi completamente liquidada no final do último século. A TRITÍCOLA, que protagonizou, no passado, forte desenvolvimento da agricultura regional, servindo de instrumento de comercialização de soja, trigo, sementes, repasses de recursos financeiros para pré-comercialização e aquisição de insumos, supermercados em diversos municípios, postos de combustíveis, lojas confecções e fábrica de peças, loja de confecções, loja de insumos, frota de transportes e outras não sobreviveu à primeira década do atual milênio, dizimada pelos interesses pessoais, irresponsabilidade e incapacidade gerencial de seus dirigentes, além de questões climáticas que frustraram muitas safras e da crise econômico-financeira que se abateu no país e, por via de consequência, impactando fortemente a sobrevivência e a solvência dos agricultores associados.

A COOPATRIGO, com sede em São Luiz Gonzaga, nossa vizinha, que também enfrentou os mesmos obstáculos econômicos, climáticos e de políticas agrícolas que a nossa “TRITÍCOLA”, conseguiu sobreviver e, o que é mais importante, crescer como cooperativa de produção e ainda alargar sua área de atuação e de apoio a novos produtores em outras regiões.

É muito bem-vinda a COOPATRIGO em nosso meio! Devemos saudá-la e expressar a nossa admiração aos seus gestores que souberam conduzi-la na difícil travessia das últimas quatro décadas. Mas, também, como nativos e aquerenciados em Santiago, não podemos deixar de refletir sobre as causas e razões para a debacle do cooperativismo autóctone e, também, aceitar passivamente a deterioração do patrimônio físico da tritícola, que persiste abandonado e à mercê das disputas judiciais acerca da massa falida.