É PRECISO INVESTIGAR
Por Carlos Chagas
Grave não é saber quanto as empreiteiras gastaram para o Lula passear pelo mundo em jatinhos particulares e hotéis de luxo. Afinal, o dinheiro é delas. Da mesma forma, tolera-se que o ex-presidente defenda lá fora os interesses de empresas brasileiras. Barack Obama, como presidente dos Estados Unidos, faz o mesmo para empresas americanas, até serve de vendedor para a indústria aeronáutica.
O que não dá para aceitar é o pagamento que as empreiteiras fizeram e certamente ainda fazem pelo trabalho do viajante, mesmo sob o disfarce de remuneração de palestras. Ainda pior se houver comissão em contratos conseguidos pelo ex-presidente junto a governos estrangeiros, para a realização de obras em diversos países. Por coincidência, países pobres.
Do jeito que estão as coisas, melhor seria chamar de novo o Antônio Palocci para o palácio do Planalto. A consultoria que prestava em nada difere dessas que o Lula tem prestado.
É preciso investigar a fundo tais relações, senão incestuosas, ao menos estranhas. Ilegal não é servir de intermediário em negócios, mas imoral com certeza será quando o mediador é um ex-presidente da República com imenso poder de influência nacional e internacional.
A reportagem da Folha de S. Paulo de ontem precisa ser aprofundada. Não há nada a opor ao fato de um retirante, metalúrgico e líder sindical, enriquecer. Mas um antigo chefe de governo precisaria ter cautela. Um dia sim, outro também, o Lula é citado como candidato a voltar ao poder, tanto faz de em 2014 ou 2018. Indaga-se como se apresentará nos palanques: candidato dos trabalhadores ou candidato dos empreiteiros? Estaria amealhando, por antecipação, recursos para sua campanha? Oriundos de onde? Obviamente, do tesouro desses países pobres que muito lucrariam com obras não superfaturadas.
Caso venha a fechar-se esse círculo de dúvidas, não será apenas o Lula a perder. Perdem o PT, os trabalhadores e o Brasil. Jamais as empreiteiras, é claro.
Fonte: http://www.claudiohumberto.com.br/artigos/
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