quinta-feira, 5 de março de 2015

SANTIAGO E A CRISE DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Assistimos, diariamente, pelas redes de televisão notícias sobre os efeitos danosos da prolongada estiagem, a maior dos últimos 80 anos, que assola os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, situados na região Sudeste do Brasil, atingindo severamente a produção agrícola, o fornecimento de água para irrigação, indústria e colapsando a distribuição e o abastecimento de água para o consumo humano direto nas grandes e médias cidades desses estados. 

O que esses fatos lamentáveis têm a ver com a nossa Santiago? Aparentemente nada, exceto eventuais restrições na oferta de alguns produtos industriais e agrícolas que possam ter seus processos produtivos impactados pelos efeitos da seca ou por variações nos preços.

Na verdade, esses fatos despertaram minha lembrança para os episódios que vivenciamos aqui, na nossa terra, nos anos de 2011 e 2012, quando a Barragem do Pinheiro chegou no limite de sua capacidade de abastecimento de água para o consumo doméstico, valendo-se, inclusive, a Concessionária, de ter que buscar emergencialmente outra fonte de captação para reforçar a oferta hídrica à população. 

As fotos (5), abaixo, são reveladoras do nível de esgotamento do reservatório no período crucial da estiagem, no inverno de 2012, e devem servir de alerta e lembrança permanente de que as secas são episódicas e cíclicas, que se repetem com menor ou maior intensidade em períodos determinados ao longo do tempo. Os registros meteorológicos disponíveis no Brasil, que já contam com dados pluviométricos confiáveis de mais de um século, confirmam que a escassez de chuvas se repete de forma cíclica e sistemática.

 E nós, os santiaguenses, o que devemos fazer para evitar novos desconfortos decorrentes de secas no futuro? 

Algumas reflexões precisam de respostas:

Quando ocorrerá entre nós a próxima seca? Qual será a sua intensidade e duração? O consumo de água doméstico e industrial será suportado pelo atual reservatório e respectivo sistema de tratamento e distribuição? Quais são os projetos, alternativas, obras, serviços e medidas de prevenção que foram ou estão sendo adotadas pela concessionária estatal, a fim de evitar prejuízos futuros à população santiaguense, em caso de calamidade climática? E as lideranças políticas que atuam no município estão preocupadas efetivamente com a sustentabilidade do sistema hídrico que abastece a nossa comunidade em qualquer circunstância climática, ou estão mobilizadas, apenas, para pleito eleitoral vindouro? 







 As imagens da Barragem do Pinheiro, aqui reproduzidas, são de Nivia Andres, registradas em 24 de julho de 2012.

Nenhum comentário: