sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

LÃ - UM PRODUTO EM ALTA


O site http://www.farmpoint.com.br, especializado em assuntos da cadeia produtiva de ovinos e caprinos, publica na edição do dia 11, do corrente, importante notícia sobre a reação dos produtores australianos em favor de uma ampla campanha mundial para recuperar o prestigio da lã na indústria do vestuário de marca.

Nossa região ainda conta com um rebanho ovino expressivo, mas com forte tendência para se especializar preferencialmente na criação de raças tipo carne em detrimento as raças produtoras tradicionais e produtoras de lãs finas.

Até o final da década de 1970 o rebanho ovino de Santiago (Unistalda, Capão do Cipó) perfazia em 200 mil cabeças e a produção laneira chegava a mais de 500 mil toneladas. A comercialização era realizada pela Cooperativa Rural Santiaguense Ltda, que centralizava o recebimento e classificação da lãs de diversos municípios vizinhos e, também, através da Barraca Bertoldo, na época com forte participação no mercado de lãs, atendendo aos criadores não cooperativados.

Segundo dados do IBGE, de 2011, a realidade é bastante diferente, o rebanho ovino atinge 66.4222 cabeças em Santiago; 15.591 em Unistalda e 13.186 cabeças no Capão do Cipó, que produziram ,em conjunto, 229.642 toneladas de lã.

A estrutura de comercialização cooperativada se extinguiu completamente, pois a Cooperativa Rural foi literalmente falida, sobraram de sua história os prédios, hoje, sedes de igrejas, supermercados e loja de móveis. - Esta é uma das histórias que ainda não foi bem contada para as novas gerações - 

A única estrutura tradicional de comercialização de lã que persistiu é a Barraca Bertolo, fundada pelo saudoso amigo Ernani Bertolo, hoje administrada pelos seus sucessores, Jorge e Ernani, filhos. Hoje, com o acréscimo das empresas Comercial Dapieve e Barraca Missões.

A reação dos australianos é um fato auspicioso para o futuro da fibra orgânica obtida da lã, que perdeu mercado nas últimas décadas para os fios sintéticos, de mais baixo custo e de inúmeras outras características vantajosas nos processos industriais de produção e diversificação dos padrões dos tecidos em relação aos com fabricados com lã ovina, que são utilizados em confecções de alto padrão,

Em boa hora, esta campanha poderá a sensibilizar industria têxtil da moda a voltar o foco de seus interesses para a fibra de lã fina, como matéria prima  para confecções de roupas de alto padrão. 

O nosso vizinho da Banda Oriental do Uruguai já se antecipou aos fatos e hoje produz lãs de altíssima qualidade, que concorrem na qualidade em igualdade de condições com as lãs ultrafinas da Austrália. O Consórcio de Lãs Finas do Uruguai e o Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIA), através do programa de Carne e Lã, buscam a agregação valor aos seus produtos desenvolvendo um novo nicho de mercado dentro da lãs ultrafinas. Por que a região e o nosso Rio Grande não podem percorrer este mesmo caminho, se nossas condições ambientais de produção ovina são similares às do Uruguai?

Leia, abaixo, a notícia publicada no site: http://www.farmpoint.com.br

"Australianos preparam campanha multimilionária para promover lã 


A Australian Wool Innovation (AWI), companhia por trás da marca Woolmark, está preparando uma campanha multimilionária para o próximo ano, incluindo retornar com o prestigioso prêmio Woolmark Prize, uma competição para novos estilistas de moda, visando promover a lã, que tem como juízas Victoria Beckham e Donatella Versace.

A AWI está planejando aumentar os gastos com marketing em 2013/14 de A$ 34,6 milhões (US$ 36,30 milhões) para A$ 54 milhões (US$ 56,75 milhões) à medida que impulsiona a demanda por lã em importantes mercados, como Reino Unido, Estados Unidos e China.

Um total de 29.000 produtores australianos, que são donos da AWI, votaram por manter a tarifa de 2% sobre cada fardo de lã vendido. Esse dinheiro será usado para marketing, pesquisa e desenvolvimento.

“O mercado global para lã está firme nos mercados tradicionais de roupas devido principalmente à demanda vinda da China”, disse o diretor executivo do AWI, Stuart McCullough. “Onde precisamos focar nossos esforços de marketing é no mercado direcionado pela moda feminina e em novos mercados, como no segmento de mães e bebês e de roupas esportivas”.

A reportagem é do http://www.fwi.co.uk, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint."

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