A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - sempre esteve na vanguarda das lutas do povo brasileiro em defesa dos direitos humanos, liberdade de expressão, conquistas sociais e na redemocratização do país. Vejo, com tristeza e preocupação, a nova postura da entidade dos advogados brasileiros ao tentar impor seus pontos de vista sobre reforma política manipulando a coleta de dados em pesquisa de opinião. Segundo o economista Cesar Maia, em publicação no seu blog, o questionário elaborado pela OAB e aplicado pelo IBOPE seria inconsistente, falho e contraditório.
Não sou advogado, mas sou eleitor e também quero que seja feita uma verdadeira e ampla reforma no sistema eleitoral brasileiro, porém sem cartas marcadas e muito menos usando artifícios aéticos para impor seus propósitos, com a justificativa de que o povo foi consultado através de pesquisa de opinião pública e, portanto, as propostas estariam sintonizadas com o pensamento das ruas...
Não sou advogado, mas sou eleitor e também quero que seja feita uma verdadeira e ampla reforma no sistema eleitoral brasileiro, porém sem cartas marcadas e muito menos usando artifícios aéticos para impor seus propósitos, com a justificativa de que o povo foi consultado através de pesquisa de opinião pública e, portanto, as propostas estariam sintonizadas com o pensamento das ruas...
Leia, abaixo, o que diz Cesar Maia:
TAUTOLÓGICA, CONTRADITÓRIA E FALHA A PESQUISA OAB/IBOPE! 1. A OAB, buscando apoio para suas ideias, contratou o Ibope, que fez pesquisa nacional com 1.500 pessoas, entre 27 e 30 de julho. 2. Primeiro Problema: a pesquisa foi telefônica. 3. 85% querem reforma política. Mas 92% querem que seja por Iniciativa Popular. Bem, para se divulgar uma proposta consensual e obter as assinaturas necessárias, não se levaria menos de 3 meses. Em seguida, teria que ser votada no Congresso. Mas a OAB pergunta se seria aplicada em 2014 e 84% dizem que sim. Absolutamente inviável dia 3 de outubro estar tudo pronto. Quem sabe se no ano que vem. 4. A pergunta sobre financiamento de campanha é capciosa. 17% aprovam doações privadas e 78% não. Mas não se inclui a hipótese do financiamento público, o que distorce as respostas. Provavelmente a maioria não ia querer pagar campanha com dinheiro que deveria ser aplicado em saúde, educação, segurança... 5. Perguntar algo cuja resposta é óbvia, é outro defeito. Por exemplo: limite de gasto em campanhas (a favor 80%) e maior rigor na punição ao caixa 2 (a favor 90%). 6. A pergunta sobre sistema eleitoral é irrespondível. A hipótese OAB, que tem apoio de 56%, trata de um sistema de lista com propostas. Único no mundo. Uma jabuticaba política. Ou seja, um partido deveria votar em convenção as propostas. Certamente seriam aprovados aumentos de salários, fim da crise na saúde, emprego decente para todos, triplicar a bolsa família e duplicar o piso de aposentadoria... Afinal, os partidos querem ter votos. Ninguém iria propor coisas como ajuste fiscal ou meta de inflação... 7. Assim mesmo, do outro lado, manter o sistema atual tem 38% de respostas positivas. Então por que 85% querem reforma política se 38% (quase a metade) querem manter o sistema eleitoral atual? Ou para os entrevistados, reforma política nada tem a ver com sistema eleitoral????? 8. Nos temas destacados, só 14% escolhem o combate à corrupção. Claro, pois se coloca numa mesma lista funções sociais de governo (Saúde, Educação...) e questão comportamental que não fazem parte do mesmo gênero. 9. São 84% os que apoiam as manifestações. Mas as razões indicadas ficam circunscritas às sensações: Revolta 37%, Descaso 32%, Esperança 13%, Frustração 9%. Essas sensações são alternativas ou fazem parte de um mesmo grupo geral? 10. Primeiro foi Dilma querendo constranger o Congresso com plebiscito. Agora é a OAB com uma pesquisa de perguntas falhas, contraditórias, insuficientes e tautológicas que a imprensa destaca. Nem Dilma nem a OAB ajudam assim o fortalecimento das instituições. 11. Claro, o IBOPE não tem culpa, pois aplicou o questionário que recebeu. Fonte: http://www.cesarmaia.com.br/2013/08/07-de-agosto-de-2013/ |
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