A cidade de Jacarta, capital da Indonésia, está afundando e corre o risco de desaparecer em quatro décadas. Esse quadro ocorre especialmente pela falta de planejamento e de cuidados ambientais: a grande maioria dos rios está contaminada, a canalização se encontra entupida devido à monstruosa quantidade de lixo que é despejado diariamente, além da diminuição desenfreada de águas subterrâneas. Cálculos realizados demonstram que a cidade afunda quase 5 centímetros por ano.
Segundo análise realizada por especialista em infra-estrutura do Banco Mundial - Hongjoo Hahm - as principais causas que estão fazendo a cidade ceder são:
- o fato de que as indústrias extraem as águas subterrâneas de Jacarta, esvaziando o subsolo;
- porque existe um peso incrível sobre o solo devido ao crescimento urbano descontrolado:A febre imobiliária que ocorreu com a chegada de imigrantes atraídos pelo crescimento econômico do país e, com isso, exerce um peso incrível no terreno.
- o sistema de canalização funciona com menos de 50% de sua capacidade devido ao lixo que bloqueia os canais. As autoridades não sabem o que fazer com o lixo e reconhece que se descartam, diariamente, 300 metros cúbicos de detritos;
-e o quadro piora com as chuvas torrenciais que caem sobre a cidade, entre novembro e fevereiro e com o ciclo das marés que afeta a capital com oscilações de diversos metros. O relatório elaborado pelo Banco Mundial estima que "a água não tem saída para o mar devido ao bloqueio das vias de desaguamento e o progressivo afundamento".
A receita do Banco Mundial contra uma provável catástrofe ambiental consiste na "promoção do retorno à capacidade original" das vias de desaguamento, construção de mais canalizações e na paralisação imediata da extração de águas subterrâneas.
No entanto, para obter sucesso no projeto, não só é necessário investir em torno de R$5 bilhões para concretizá-lo, mas colocá-lo em prática imediatamente, para que não se corra o risco de que tais medidas sejam implantadas tarde demais.
Fonte: Revista Isto É, publicada em dezembro de 2008, reportagem da jornalista Luciana Sgarbi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário