sábado, 1 de janeiro de 2011

O Caso Cesare Battisti: Epílogo - Repercussão

O governo italiano expressou sua indignação com o ato do presidente Lula, em acoitar no Brasil o ativista político, Cesare Battisti, condenado por assassinato na Itália. Além da manifestação do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, também outros jornais daquele país europeu deram destaque ao fato, conforme noticiou, abaixo, a Agência BBC Brasil, ontem, 31: 

Berlusconi diz que caso Battisti está "longe de terminado"

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, expressou “profunda tristeza” com a recusa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em extraditar o ex-ativista político Cesare Battisti à Itália, mas disse que o caso está “longe de terminado”.

“Expresso profunda tristeza e pesar pela decisão do presidente Lula de negar a extradição do homicida Cesare Battisti, apesar dos insistentes pedidos e solicitações de todos os níveis por parte da Itália", afirmou Berlusconi em nota oficial.

O premiê disse que “continuaria a batalha para que Battisti seja entregue à Justiça italiana”. “Considerem que o assunto está longe de terminado: a Itália não desistirá e defenderá seus direitos em todas as localidades”.

A decisão de Lula também foi criticada pelo ex-primeiro-ministro italiano Massimo D'Alema. Em entrevista ao canal de TV Sky TG24, ele disse que o “governo brasileiro cometeu um sério erro ao garantir asilo político a uma pessoa que não merece o status de refugiado”.

A imprensa italiana também deu destaque ao caso. Com o título “Battisti, Lula diz não à extradição”, uma reportagem no site do Corriere della Sera, o maior jornal italiano, diz que o presidente brasileiro “decidiu seguir uma orientação da Advocacia Geral da União que era contrária ao reenvio à Itália do ex-terrorista do PAC (Proletários Armados para o Comunismo), acusado de quatro homicídios pelos quais nunca cumpriu qualquer pena”.

O jornal La Reppublica publicou em seu site que a decisão de Lula causara um “incidente diplomático” e que estava “destinada a acender fortes polêmicas”. "Esperava-se que Lula contatasse diretamente o primeiro-ministro Silvio Berlusconi ou ligasse para o Quirinale (residência oficial do presidente italiano), mas em vez disso (Celso) Amorim, respondendo a questões de jornalistas, disse não acreditar que Lula contataria autoridades italianas.”

O jornal publicou declarações de Alberto Torregiani, filho de um joalheiro que teria sido morto pelo PAC. Referindo-se à recusa de Lula em extraditar Battisti, ele disse que “se o respeito à lei leva a isso, de agora em diante usaremos um punho de ferro”.

O Il Tempo, jornal de Roma, publicou na internet artigo com o título “Injustiça é feita: Battisti fica no Brasil”. Nele, diz que o italiano “não pagará pelos assassinados cometidos. Além disso, agora está claro que o presidente brasileiro nunca teve qualquer intenção de descontentar a ala radical do seu país”.

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