domingo, 3 de fevereiro de 2013

SENTIMENTOS E REFLEXÕES

Jorge Ireno Reis: Fragilidade Humana E Os Que Se Acham: Esta semana foi marcada por uma imensa tristeza e até quem tem um coração de pedra chorou vendo as imagens da tragédia em Santa Maria...

Breves reflexões que enviei, por e-mail, a Jorge Ireno!
 
Bom dia, Jorge Ireno! 

Obrigado pela mensagem que revela os teus melhores sentimentos como ser humano e cidadão, sobre os desdobramentos provocados por essa tragédia que vitimou mais de trezentos jovens, em pleno esplendor de suas vidas e num local próprio para celebrá-la, em suas manifestações mais intensas de alegria e extroversão. Foram ceifados brutalmente, em poucos minutos, sem chances de defesa e de reação, num ambiente planejado e edificado para diversão de muitos e lucros de outros poucos. 

Não é fatalidade. Há incúria, irresponsabilidade e culpabilidade de quem tem o dever de oferecer ambientes seguros para o convívio e confraternização das pessoas, especialmente para os jovens, os nossos filho e netos que, pela sua natureza, são buliçosos, ousados e, muitas vezes, exasperam os seus próprios limites na busca do prazer e da realização pessoal, sem a suficiente sabedoria e experiência para perceber e avaliar os riscos que os rodeiam. 

Essa tragédia me abalou fortemente, pelos projetos de vida interrompidos e de outros tantos tentando retomá-los nos leitos hospitalares, a dor infinita dos pais, familiares, colegas e amigos. Minhas filhas, como as de milhares de brasileiros, também estudaram em Santa Maria. 

Os sentimentos de tristeza e de dor, potencializados pela forte divulgação midiática, levam-me a fazer reflexões sobre o significado de tudo isso e de admitir, conscientemente, que falhamos como sociedade organizada, em muitos aspectos da proteção dos nossos filhos. 

Uma lição dura de demais para ser aprendida por todos nós. Tudo poderia ter sido evitado, há conhecimento técnico abundante e acessível a todos, profissionais especializados em profusão, legislação disciplinadora para funcionamento desses ambientes e mais do que isso, há o aparato institucional público especializado, com prerrogativas e atribuições específicas de exercer o poder de polícia para fiscalizar e coibir o funcionamento desses estabelecimentos. 

Nada do que for feito agora vai trazer de volta os que partiram para sempre, curar os traumas físicos e psicológicos dos feridos e que conseguiram escapar da câmara de gás, aplacar as dores e lembranças permaneceram. 

Muito pode, deve, precisa e tem que ser feito para proteger os que continuam nessa viagem...
 
Abraços,
 
Vulmar Leite
 

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