Não conheço as justificativas técnicas, econômicas, estratégicas e políticas sobre os financiamentos concedidos pelo Governo Brasileiro, através do BNDES, a países da América Latina e África. O que sei é que há o tal de sigilo sobre as operações financeiras, decretado pelo G.F até 2027; que as empresas executoras da maioria das obras são brasileiras (Odebrecht, Camargo Correa etc.); que não há necessidade de prestação de contas dessas empresas no Brasil junto à Receita Federal e aos demais órgãos de controle; que houve perdão de dívidas históricas de países estrangeiros (algumas ditaduras sanguinárias) para viabilizar os negócios das empresas brasileiras; sei também que gera empregos no Brasil em função da necessidade de produzir equipamentos, materiais e ferramentas utilizadas nessas obras; que esses investimentos são estratégicos, sem nenhuma dúvida, para os países beneficiados pelos investimentos brasileiros; e sei sobre as viagens do ex-presidente Lula patrocinadas por empresas brasileiras a fim de alavancarem os seus negócios nesses países.
Todavia, gostaria muito de conhecer as justificativas do Governo Lula e Dilma, como também do Governo Fernando Henrique, no caso dos ônibus para Cuba (certamente que foram empresas brasileiras fabricantes de chassis e carrocerias que exportaram os ônibus) sobre os reais benefícios econômicos, sociais estratégicos para o Brasil, como o impacto desses investimentos no comportamento das exportações e importações brasileiras e o tempo de maturação desses projetos.
Esse discurso ideológico de que o Brasil tem que ser solidário com os governos dos países beneficiados não é suficiente para justificar os créditos concedidos pelos governos brasileiros. Até poderia ser aceito se não tivesse a presidenta Dilma, ido a Davos, na Suíça, pedir dinheiro aos capitalistas privados internacionais para investirem na infraestrutura portuária, rodoviária, aeroviária etc. no nosso Brasil.
A busca de exemplos no governo FHC mostra, claramente, que faltam argumentos para os defensores do atual governo federal, para sustentarem e fundamentarem a realização de investimentos em países estrangeiros, em detrimento de obras de infraestrutura tão reclamadas no Brasil.
Se FHC fez, certo ou errado, então, Lula/Dilma, podem fazer. Sejamos mais racionais e menos radicais!
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