domingo, 24 de novembro de 2013

MENSALÃO FOI UMA SUCESSÃO DE MALFEITOS - II

A posição do ex-governador e ex-ministro das Cidades, Olívio Dutra, veiculada pela Agência Estado (ver postagem anterior) reconhece a legitimidade e os resultados da Ação Penal 470, popularmente conhecida por Mensalão, e recoloca a verdade dos fatos no seu devido lugar. Os malfeitos existiram, o julgamento respeitou as regras do estado de direito, houve amplo direito de defesa, os julgadores, sempre mais de seis em 11 ministros do STF, acolheram as teses do Ministério Público Federal e condenaram ex-ministros, dirigentes partidários, publicitários e agregados, deputados federais e banqueiros a cumprirem diversas tipologias de penalidades criminais. Estranhável é que alguns juristas, jornalistas, intelectuais e lideranças petistas tidas como éticas se insurjam contra o STF e, especialmente, contra o ministro Joaquim Barbosa, na tentativa de negar o óbvio em solidariedade ao líder do maior evento de corrupção desbaratado no âmbito do Governo Federal. 

O ex-governador Olívio Dutra restaura a coerência do discuso político que, no passado, empolgou milhões de brasileiros e que culminou com a eleição de Lula a presidência da República, mandando um recado forte a jornalistas e intelectuais que querem confundir a opinião pública de que o julgamento foi uma farsa montada pelas "elites" brasileiras (das quais eles são lídimos integrantes) e de que a antiga cúpula do PT é inocente.

Receio de que essa apaixonada defesa dos mensaleiros condenados não seja apenas por amizade e admiração política; talvez por medo de que a contaminação dos malfeitos que as provas do inquérito não atingiram, possam ainda alcançar muitos outros beneficiários do esquema do Mensalão, caso alguns dos condenados resolvam contar o restante da história e apontar novos atores.

Não sei, mas às vezes ouço alguns comentários de que esse risco pode abalar outras reputações que posam de bons (as) moços (as).

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