terça-feira, 31 de março de 2009

Os anônimos

Em algumas ocasiões costumo receber comentários anônimos de leitores - especialmente aqueles que lançam críticas grosseiras - exigindo que eu os publique nesse blog.

E me pergunto: por qual motivo se acham no direito de serem publicados? Se pretendem mandar recados a terceiros, se querem criticar meus textos, não tenho a menor intenção de lhes negar resposta, mas pelo menos tenham dignidade. Identifiquem-se, sem subterfúgios ou nome fantasia, e eu os publicarei.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Repasse da União a municípios cai 14,7% em março

Hoje o Tesouro Nacional deposita na conta das prefeituras a última parcela do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) de março. Serão R$ 956,8 milhões. Somando-se aos outros dois repasses do mês, feitos nos dias 10 e 20, chega-se a uma transferência total de R$ 2,627 bilhões em março. Comparando-se com o valor que a União entregou às prefeituras em março de 2008, a cifra representa uma queda de 14,7%.

Desde outubro de 2007 os municípios não recebiam tão pouco dinheiro de Brasília. Naquele mês, o FPM somou R$ 2,453 milhões. O FPM é a principal fonte de receita das prefeituras. O fundo é recheado com 23,5% da arrecadação de dois tributos federais, o Imposto de Renda e o IPI.

Com o agravamento da crise econômica, a Receita Federal arrecada menos. Com isso, diminuiu também a transferência da União para os municípios. Os repasses vem caindo desde novembro do ano passado. Um drama para os prefeitos. Sobretudo os de municípios menores. Algumas cidades começam a adiar obras. Outras acenam com o atraso no pagamento de servidores. Há localidades em que até a merenda escolar está sob ameaça.

A queda de 16,4% no FPM de março, em comparação com o mesmo período do ano passado, é um índice médio.

O drama é muito maior para prefeituras de alguns Estados que têm pouca atividade econômica. Nessas regiões, as prefeituras dependem basicamente do FPM. Levantamento feito pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) informa que as prefeituras de Roraima são as que mais sofrem. Nesse Estado, o FPM de março de 2009 é 34,1% menor que o de março de 2008. Nas cidades do Tocantins a queda do repasse é de 20,5%.

A atmosfera de penúria tonifica a pressão dos prefeitos sobre o governo Lula. Eles pedem uma compensação da União. Alegam, por exemplo, que o FPM encolheu de forma mais dramática depois que o governo federal reduziu a alíquota do IPI dos carros novos. Foi um alento para a indústria automobilística, mas um desastre para os municípios. Para complicar, o governo decidiu renovar a redução do IPI dos automóveis.

Na semana passada, em Salvador, Lula prometeu discutir a situação de penúria das prefeituras com sua equipe econômica. O presidente admitiu a hipótese de compensar os municípios, como pedem os prefeitos. Porém, é só uma promessa.

Teatro São Pedro

Eva Sopher merece aplausos, muitos aplausos. A nova concha acústica e o espaço restaurante e café anexo ao Teatro São Pedro e que entregou à Porto Alegre na sexta-feira são a expressão mais pura de seu amor pela arte e a a cultura.

domingo, 29 de março de 2009

Uma reflexão corajosa de um jornalista independente

"Chegamos a mais um domingo. Aqui em casa tudo calmo. As crianças foram passar o dia fora e o novo CD do Papas da Língua embala a tranquila manhã. A cada minuto as ideias surgem, quase que do nada. Domingo é isso, dia de descansar, recarregar as energias e já planejar a semana nova que chega.

Na internet faço uma análise de tudo que ocorreu na semana. Dou mais uma olhada em jornais, blogs e postagens. É incrível, mas a cada dia fica mais evidente, pelo menos para mim, o ‘SISTEMA’ construído, que prevalece naTerra dos Poetas” há décadas’. É um SISTEMA dominante, que articula, manipula, divulga e promove quem faz parte dele. Este mesmo ‘SISTEMA’ esmaga, aniquila, destroi todos aqueles que não se corrompem a ele. Todos que discordam ou que tentam mostrar o que nele acontece.

Outra coisa interessante é como este SISTEMA é temido, até mesmo pelos seus adversários, ou por aquelas pessoas que ‘deveriam’ combatê-lo. Convenhamos, são poucas as pessoas que tentaram ou ainda buscam vencê-lo. Também precisamos estar cientes que o tal SISTEMA está longe de acabar. Isso porque um de seus braços atua exatamente na maquiagem do que ocorre. A população recebe a informação que convém ao SISTEMA.

Repercute e ganha proporção aquilo que interessa a este SISTEMA. O que não é relevante ou importante é automaticamente amordaçado, descartado, emudecido. Não flui de forma alguma, até porque o SISTEMA é articulado, bem construído, gigantesco. As proporções são infinitamente maiores e não é possível uma comparação.

Em muitos lugares ouvimos a frase: “Cada população tem o governo que merece”. Em Santiago o correto seria dizer: “Cada cidade tem o SISTEMA que merece”. Passa ano e entra ano e as reclamações são as mesmas. Em todos os bairros, ruas, cidades e botecos as mesmas coisas são ditas, as mesmas pessoas reclamam, se queixam e sentem as consequências. Entretanto o SISTEMA prossegue impetuoso, majestoso, soberbo.

A aprovação ao SISTEMA não pode ser creditada à população. O próprio SISTEMA atua nesse sentido. A maquiagem é feita e muito bem feita. Para a população chega aquilo que interessa e da maneira que interessa ao SISTEMA. Resta concordar, pois ele atua em várias frentes e em vários locais. Basta alguém assumir alguma função representativa, em algum organismo local para restar duas opções a esta pobre alma: Aceitar e se corromper ou aguentar e sentir na pele a ira do SISTEMA atuando no íntimo, no pessoal, vasculhando todo um passado, uma história, uma família. Vem à tona tudo que de errado, de podre já aconteceu. Não interessa saber que todos erram, que todos são humanos possuem qualidades e defeitos. A pessoa que não se corrompe e enfrenta o SISTEMA sofre com o avacalho. É um linchamento moral nunca antes visto. E olha que não estou aqui exagerando, por mais que você, que está lendo este texto agora, pense desta forma. É assim que as coisas funcionam, é desta FORMA que o SISTEMA atua.

Você já pararam para observar algumas questões como, por exemplo, as eleições para presidência de bairros. Alguns grupos perpetuam-se frente às comunidades por décadas. Em períodos eleitorais, para quem este grupo trabalha incansavelmente, em sua maioria? É por ai que o SISTEMA começa a atuar. As decisões não são tomadas pelas associações de moradores? Portanto cabe estar à frente destes órgãos para poder, de maneira direta e indireta, atuar sobre as decisões.

Também cabe a estes órgãos receber e reivindicar melhorias, necessidades. Por que então não existe um incentivo maior, uma valorização dessas associações? Por que poucas pessoas conhecem o líder maior de seu bairro? Por que poucas pessoas participam de decisões ou têm suas reivindicações ouvidas? Por que, ao visitarmos os bairros de Santiago, ouvimos cada vez mais pessoas se lamentando, reclamando e denunciando o SISTEMA? Por que quando o SISTEMA sofre o risco de perder um destes órgãos representativos dos bairros, uma campanha gigantesca se inicia, tudo para beneficiar e dar a vitória àquele grupo que interessa ao SISTEMA?

Estou aqui mentindo e falando bobagem? Cadê a UABS então (União das Associações de Bairros de Santiago)? Esta entidade deveria ser uma das maiores da cidade, pois esta diretamente ligada e defendendo os interesses de todas as comunidades, do bairro Ana Bonato ao Atalaia. Desde que a UABS se envolveu em denúncias (lembram do caso UABS?), jamais se ouviu falar dela. O que aconteceu? Não interessa ao SISTEMA que as comunidades tenham voz e representatividade? Com uma UABS forte as reivindicações ganhariam força e tomariam proporções maiores?

Onde estão os sindicatos e os partidos de esquerda, que tanto falam e defendem este tipo de organização e atuação? Em Santiago não existe isso? Este é um assunto amplo, que deve ser aprofundando ao longo do tempo. Linhas não são suficientes para falar sobre o SISTEMA. Seriam necessárias horas, dias, semanas, páginas e páginas. O pior é pensar que falo isso por falar.

Aquelas pessoas realmente interessadas em acabar com o SISTEMA, que deveriam atuar diretamente e claramente de forma contrária a ele, se calam. Não sei os motivos, mas estão quietas, mudas. Teriam as sucessivas vitórias do SISTEMA aniquilado estas pessoas? Ou teriam estas pessoas se corrompido ao SISTEMA? Xiiiii...esqueci, tem a outra possibilidade: O SISTEMA pode ter ameaçado aniquilar estas pessoas e assim elas temem. Cada população tem o governo que merece! Cada cidade tem o SISTEMA que merece. Cada município tem a oposição que merece. Volto ao longo da semana para prosseguir neste assunto!"

Uma análise realista, lúcida e corajosa que merece ser refletida pelas pessoas que querem viver numa comunidade mais justa, mais fraterna e com oportunidades iguais para todos. Este tema precisa ficar na agenda da nossa terra. Parabéns, Diogo Brum!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Agronegócio sem educação?

"Podemos discutir se as escolas são fruto da prosperidade ou se ajudam a trazê-la. Mas sabemos que o agronegócio só vinga onde há gente bem educada"

"Repetem-se as proezas do agronegócio brasileiro. O país faz bonito na soja, nos sucos, na carne, no frango e em outros produtos resultantes do feliz encontro entre sol, água, inovação tecnológica e capacidade empresarial. A equação contém os ingredientes do sucesso. Sol e água creditamos à generosidade divina. Na tecnologia, bem conhecemos a liderança da Embrapa, que traz a reboque muita pesquisa universitária. O empresariado rural foi uma surpresa. Persiste a imagem do coronel do interior, herdeiro de um feudalismo atrasado. Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes capitais, onde esbanjava suas riquezas. De onde veio essa nova classe empresarial moderna, arrojada e pragmática?

A história ainda não está bem contada. Quem sabe o mapa do Brasil daria algumas respostas? Pedi a um agrônomo que me marcasse com pontinhos no mapa onde estava situado o agronegócio. Em seguida, tomei os níveis que cada estado obteve no Ideb (um indicador do MEC que combina a velocidade de avanço dos alunos no sistema com a pontuação obtida na Prova Brasil). Dividi os estados em quatro categorias. Em seguida, superpus um mapa ao outro. Pude ver, simultaneamente, a distribuição do agronegócio e o nível de avanço da educação. Surpresa! O agronegócio só viceja nos estados que estão na metade de cima da qualidade da educação. Seja qual for a razão, ele não gosta de estados com gente pouco educada.

Vamos entender melhor o lado da educação. A liderança dos estados do Centro-Sul é centenária. Mas o Centro-Oeste deu um salto enorme, ultrapassando velozmente o Norte e o Nordeste. A razão é simples: foi colonizado por migrantes do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, tradicionalmente os estados com os melhores níveis de escolaridade. Ao migrar para os cerrados do Centro-Oeste, essa gente reproduziu lá seu estilo de vida. No interior de Goiás deparei com um negro trajando bombachas. Vinha do Rio Grande do Sul, tchê! Como levaram as bombachas, os gaúchos também carregaram para lá as escolas e a infraestrutura de água e esgoto tratados. O mapa, contudo, mostra algumas bolinhas avançando sobre estados educacionalmente mais pobres do Norte e do Nordeste. Mas são microrregiões colonizadas pelos fluxos migratórios sulinos, avançando no território do oeste da Bahia, sul do Piauí e do Pará.

As aparentes exceções não fazem senão confirmar o que indica o mapa: o agronegócio não se localizou onde a educação é fraca. Poderíamos pensar que a Embrapa estaria a serviço de um capitalismo sulino, furtando-se de investir no que precisariam o Norte e o Nordeste para dar igual salto. A teoria parece boa. Mas não é. A Embrapa tem enormes investimentos em produtos para toda a geografia nacional. Ainda assim, seus grandes clientes se encontram no agronegócio. Ao se registrar a forte aderência do agronegócio às regiões habitadas por gente mais bem educada, nota-se, também, pistas para o enigma do aparecimento de um empresariado moderno no campo. Ao que tudo indica, seu surgimento está ainda associado aos níveis superiores de educação e modernidade do Centro-Sul e às ondas de colonização vindas de lá.

Por serem mais bem educados e possuírem uma cultura empresarial, eles entendem de mercado e apropriam-se das melhores tecnologias. No fim dos anos 70, numa visita a Ijuí, eu discutia educação rural com as lideranças de uma cooperativa agrícola. Eu falava de escolas com galinhas circulando pelas salas de aula e não nos entendíamos. Finalmente, eu vi que estava fora de seu universo. A preocupação delas era conseguir que as instituições de ensino da região preparassem seus alunos para entender a bolsa de cereais de Chicago, já on-line na cooperativa. São esses os responsáveis pelo crescimento da soja no Centro-Oeste.

O que aprendemos com o mapa citado no presente ensaio? Podemos discutir se as escolas são fruto da prosperidade ou se ajudam a trazê-la. Podemos entrar no campo pantanoso das relações entre educação e traços culturais. Mas, no mínimo, ficamos sabendo que o agronegócio só vinga onde há ou aparece gente mais bem educada."

Claudio de Moura Castro é economista

quinta-feira, 5 de março de 2009

Boa Escola para Todos – 250 salas de aula digitais no primeiro semestre de 2009

A Secretaria Estadual da Educação (SEC) definiu a lista das 250 escolas da rede que serão contempladas, no decorrer deste semestre, com a instalação de salas de aula digitais. A iniciativa integra as ações do Programa Estruturante Boa Escola para Todos, do governo do Estado. Até o final de 2010, está prevista a abertura de mais 750 novos ambientes informatizados em estabelecimentos de ensino. Atualmente a rede estadual possui cerca de 1,7 mil ambientes informatizados.

Para instalação das salas de aula digitais, o executivo gaúcho vai investir cerca de R$ 24,7 milhões. Em 2008, foram abertos 250 espaços informatizados para práticas pedagógicas, totalizando um investimento de R$ 4,1 milhões. Os computadores são adquiridos com recursos do Tesouro do Estado e a partir do Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), do Ministério da Educação.

Com o uso dos ambientes informatizados, a SEC visa garantir a inclusão digital dos alunos, proporcionar ferramentas indispensáveis no mercado de trabalho, estimular a aprendizagem nas escolas por meio de recursos didáticos modernos e melhorar a qualificação dos professores. Com a iniciativa, a secretaria busca ainda reduzir a repetência, a evasão escolar e garantir níveis de aprendizagem apropriados nos ensinos fundamental e médio.

Fonte: Secretaria Estadual de Educação

quarta-feira, 4 de março de 2009

Frutas e hortaliças sem sementes são alternativas para agricultores familiares

O espaço da Emater/RS-Ascar durante a Expoagro Afubra vai apresentar formas de cultivo e as potencialidades de citros e pepinos sem sementes. A feira acontece a partir de 4 de março, no Parque de Exposições Presidente Hainsi Gralow (km 143 da BR 471), no distrito de Rincão del Rey, em Rio Pardo.

Numa área de 1.500 metros quadrados foi implantado já no inverno de 2006 um pomar com cultivo de limão, laranja e bergamota sem sementes, além de oliveiras, figo, amora preta, caqui, maracujá e pêssego, que estão produzindo e podem ser observados pelos visitantes.

Já na estufa de plástico, de 120m², foram plantadas cinco variedades híbridas de pepinos, sendo três do tipo conserva e dois, tipo holandês, para consumo in natura. Todos eles são cultivados no sistema semi-hidropônico com substrato e fertirrigação, que visam a maior sanidade das plantas. O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Assilo Martins Corrêa Júnior, explica que a intenção não é mostrar só as cultivares, mas o manejo e a condução de plantas dentro de estufa, onde são demonstrados quatro tipos de poda.

Já na área externa, o cultivo de feijão, moranga cabotiá, pepino, melão, repolho, milho doce e cana-de-açúcar no plantio com palha se apresenta também como mais uma das alternativas para a diversificação da produção o cultivo após a colheita do fumo.

Derli Paulo Bonine, um dos coordenadores do espaço da Emater/RS-Ascar, comenta que as variedades sem sementes são apresentadas como uma das possibilidades de subsistência das famílias como para a geração de renda. “A laranja, a bergamota e o limão se apresentam como boas alternativas para a região dos vales do Rio Pardo e Taquari em razão do mercado regional e também pela proximidade com Porto Alegre. Além disso, as frutas e hortaliças se adaptam ao perfil das pequenas propriedades, características da região, e produzem grande volume em pequenas áreas, constituindo-se num sistema similar ao cultivo do fumo".

Grupo de parlamentares cria o Movimento pela Transparência

A frente parlamentar anticorrupção reuniu 29 congressistas de sete diferentes partidos em sua primeira reunião, realizada no dia 3 de março, no apartamento do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

O nome provisório da frente é MPT (Movimento pela Transparência). Para evitar que o grupo fosse ao noticiário com uma cara “moralista”, seus integrantes preferiram excluir a palavra “corrupção” do nome do movimento, optando em associá-lo à luta pela transparência na administração pública, em todos os níveis – Executivo, Legislativo e Judiciário.

A frente vai dispor também de uma página internet como forma de difundir suas propostas e, simultaneamente, recolher sugestões da sociedade. Os deputados querem constituir um movimento aberto, participativo, que envolva a sociedade, com debates em universidades e ciclos de viagens pelo país.

O grupo de deputados já iniciou um movimento na Câmara Federal para levar à votação a emenda que institui o voto aberto no Congresso, atualmente engavetada e pretende pressionar para que a exposição dos gastos com a verba indenizatória dos parlamentares seja irrestrita e todos os dados sejam disponibilizados à sociedade através da internet.

O Movimento pela Transparência também quer uma reforma política ampla, ao contrário da fatiada que propõe o governo, com o financiamento público de campanha.

Professora Rosane Vontobel Rodrigues recebe o Troféu Ana Terra

A professora mestra Rosane Vontobel Rodrigues vai receber o Troféu Ana Terra, homenagem do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Coordenadoria Estadual da Mulher, a mulheres que se destacam pela relevância de seu trabalho em atividades na administração pública ou privada, em programas sociais ou na promoção da cidadania, nos municípios ou nas regiões onde vivem.

É uma bela homenagem à dedicação, competência e ousadia da professora Rosane, educadora de grande visão estratégica que atualmente coordena o projeto literário Santiago do Boqueirão, seus poetas quem são?, destinado a investigar e resgatar a história e a produção literária dos escritores santiaguenses, popularizando a sua obra, através de publicações da produção de poetas, contistas e cronistas locais, além de outras atividades de valorização da arte literária no chão de Santiago.

A cerimônia de entrega do Troféu Ana Terra vai acontecer no dia 9 de março, às 15h, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.

terça-feira, 3 de março de 2009

Escolas estaduais podem participar de programa para melhoria da gestão educacional

As escolas estaduais interessadas em participar do Programa Consultoria para Educação de Qualidade, promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi/RS), em parceria com a Secretaria Estadual da Educação (SEC), têm até o dia 15 de março para fazer inscrição. A adesão pode ser feita nas 14 Coordenadorias Regionais de Educação (CRE’s) que integram a edição deste ano.

A partir da iniciativa, gestores das instituições de ensino são capacitados, visando à melhoria dos processos administrativos e pedagógicos das escolas. Para aderir ao programa, as escolas precisam ter mais de 100 alunos matriculados. Também são considerados, para inscrição, os resultados dos exames do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (Saers). Em cada CRE serão formadas turmas reunindo integrantes de 20 instituições de ensino. Os conteúdos abordados ao longo da capacitação enfocam diferentes formas de elaboração e implementação de planos de ação para gestão escolar.

Podem participar dois profissionais por escola, sendo obrigatória a presença do diretor. A capacitação ocorrerá entre os meses de abril e novembro na modalidade presencial, com quadro encontros programados, e a distância, acompanhados por consultores do Sesi e pelas CRE. Em 2008, mais de 200 escolas estaduais participaram do programa, atingindo cerca de 70 mil alunos e seis mil professores. A estimativa da SEC para este ano é reunir 300 escolas e 600 participantes, entre gestores e servidores administrativos.

As Coordenadorias Regionais de Educação que participam desta edição do programa são Porto Alegre Pelotas, Passo Fundo, Cruz Alta, Uruguaiana, Guaíba, Bagé, Santo Ângelo, Rio Grande, Santana do Livramento, Três Passos, Gravataí, Canoas e São Borja.

Fonte: SEC

segunda-feira, 2 de março de 2009

Queda nos repasses do FPM assusta prefeitos

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para as 5.563 prefeituras do país apresentou queda de 5% em relação a 2008 - interrompendo uma trajetória de seis anos de crescimento. Foram R$ 4,327 bilhões no ano passado, ante R$ 4,109 bilhões de 2009, em valores corrigidos pelo IPCA, indicador que mede a inflação oficial.

Há uma situação de alerta geral, como diz a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que compilou os dados, após o último repasse do mês. O FPM é a principal fonte de receita de 81% das prefeituras. No Nordeste, há casos de cidades em que o fundo corresponde a 95% do orçamento local.

Cada Estado tem um porcentual definido no montante do fundo, que é dividido pelos municípios de acordo com o número de habitantes. Quanto menor a cidade e o grau de industrialização, maior será sua fatia proporcional.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, explica que a redução de repasse comprova que as receitas federais do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que servem de base de cálculo para o FPM, “estão numa forte tendência de declínio”

A crise econômica mundial chegou definitivamente às cidades brasileiras. Seria interessante descobrir o que o governo tem a dizer.

Fonte: Prosa & Política

A Constituição de 88 tem 142 artigos por regulamentar

O Congresso Nacional tem uma missão importante a cumprir, que já se arrasta há 21 anos – a regulamentação da Constituição de 1988. Num ambiente de efervescência pós-ditadura, os constituintes produziram uma Carta apegada ao detalhe, colocando no texto direitos que caberiam em leis ordinárias. Os assuntos polêmicos ou que careciam de consensos, ficaram aguardando pela criação de leis complementares.

Um levantamento realizado pelo gabinete do senador Demóstenes Torres (DEM) revela que há na Constiuição Brasileira 351 artigos cuja vigência é condicionada à aprovação de uma lei que os complemente. A Câmara e o Senado já trabalham na regulamentação de 209 artigos e continuam pendentes de aprovação 142 leis previstas no texto constitucional; 62 dispõem de projetos já apresentados; para 80 nem projetos há.

A oito meses de fazer aniversário de 21 anos, a Constituição é, ainda, uma obra inacabada. Em termos práticos, alguns dos direitos advindos da Constituinte de 88 não podem ser exercitados em sua plenitude.

Antevendo a encrenca futura, os próprios constituintes incluíram no texto da Constituição um antídoto para o veneno - o mandado de injunção, um tipo de recurso usado para requerer ao Judiciário que obrigue o Legislativo a regulamentar os artigos inconclusos. Acionado, o STF já mandou ao Congresso um sem-número de decisões em que solicita pressa na aprovação de leis complementares específicas.

Na Câmara e no Senado a maioria das demandas do Supremo não são ouvidas. Algumas delas adormecem nas gavetas do Congresso há mais de 15 anos. Cansados, os ministros do STF passaram a “legislar”. O exemplo mais eloquente foi uma decisão tomada no ano passado, referente ao direito de greve dos servidores públicos. Um direito reconhecido na Constituição, mas condicionado à regulamentação de uma lei que jamais foi aprovada. Provocado, o STF decidiu impor ao funcionalismo público, por analogia, as mesmas regras da lei 7.783, que regula as paralisações na iniciativa privada. Um remendo.

O senador Demóstenes Torres, homem de leis, promotor público licenciado, está em vias de assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e já decidiu agir. Quer constituir um grupo de trabalho para verificar os artigos constitucionais inconclusos.

Demóstenes conversou com os presidentes do Senado, do STF e com o ministério da Justiça. E chegou-se a um acordo para a criação de uma comissão formada por assessores qualificados, para redigir os projetos que, quando prontos, irão à discussão. O senador sonha em apresentar todos ainda em 2009 e votar pelo menos a metade até o final do ano. Vai ficar sonhando.

Os parlamentares das duas Casas têm interesses outros a tirar-lhes o sono neste ano. E no que vem também...


Fonte: Blog do Josias de Souza