segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pagamento de dívida sem uso de precatório

Foi publicada notícia interessante no Jornal Diário Catarinense, em 17 de maio, sobre decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Estado que desconsiderou lei local e determinou a quitação de 7,6 mil reais pelo Município de Jaguaruna à autora de uma ação trabalhista sem a necessidade de precatório. Vejamos a íntegra da notícia:

Precatório é o nome que se dá às dívidas judiciais de municípios, estados e União das quais não cabem mais recursos. Na prática, é como se fosse um novo processo, pois precisa ser incluído na proposta de orçamento dos governos até junho de determinado ano para que seja quitado no ano seguinte. Além disso, precisa respeitar uma ordem cronológica de pagamentos, conforme prevê a Constituição. Ou seja, se houver processos mais antigos em aberto, os mais recentes vão para o final da fila.

A legislação federal garante porém, que os débitos de "pequeno valor" devidos pela União, estados e municípios não estão sujeitos a precatório. Para executá-los, basta uma requisição judicial e a citação do órgão público para que o pagamento ocorra com maior rapidez possível. A Constituição estabeleceu um teto para que municípios dispensem os precatórios e paguem a dívida judicial imediatamente: 30 salários mínimos. Mas não estabeleceu um piso, permitindo que as legislações municipais reduzissem esse limite como bem entendessem.

Assim, Jaguaruna, por meio da Lei n 1.186/07, considera de "pequeno valor" as dívidas de até três salários mínimos. O Juiz da 2 Vara do Trabalho de Tubarão, Narbal Antônio Mendonça Fileti, que julgou o embargo do município, entendeu que a norma era razoável em razão da pequena arrecadação da Fazenda Municipal de Jaguaruna, e determinou que a execução fosse por precatório.

A autora da ação, inconformada com a decisão, recorreu ao TRT/SC, que determinou o prosseguimento da execução sem precatório. Para o juiz Jorge Luiz Volpato, relator do processo, o valor instituído, muito abaixo do estabelecido na Constituição, "demonstra claramente o ânimo do ente municipal em retardar ao máximo a satisfação dos débitos por ele devidos".

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