sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O Caso Cesare Battisti: Epílogo

Lula decide não extraditar Battisti, anuncia Amorim

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu hoje (31) não extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. A decisão foi baseada em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), feito com base nos termos da Constituição brasileira, nas convenções internacionais sobre direitos humanos e do tratado de extradição entre o Brasil e a Itália.

Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) expedir alvará de soltura do ex-ativista. É um ato formal de execução da decisão do presidente da República.

Desde março de 2007, Battisti está preso preventivamente no Presídio da Papuda, em Brasília. O caso gerou polêmicas no Brasil e na Itália. Para especialistas, o processo de extradição envolvendo o ex-ativista está repleto de vícios jurídicos.

Ex-dirigente dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo extremista que atuou na Itália nas décadas 60 e 70, Cesare Battisti, de 52 anos, é acusado de participação em uma série de crimes.

O ex-ativista foi condenado à prisão perpétua à revelia na Itália por quatro homicídios cometidos pelo PAC entre 1977 e 1979. Ele nega as acusações. Jamais cumpriu pena no país, deixando a Itália rumo à França e depois ao Brasil.

Fonte Agência Estado/ Edição: Juliana Andrade 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Bons augúrios!

No Ano Novo que está a caminho, vamos deixar que aflorem emoções e sentimentos que experimentamos durante todo o ano, mas que não fomos capazes de externar, como gostaríamos, por falta de tempo ou de oportunidade. Pequenos gestos, uma mão estendida, um olhar, um carinho, um sorriso, um abraço pleno de afeto e agradecimento, por tudo o que recebemos sem que nada tenha sido pedido em troca.

Sim, pequenos gestos que brotam da alma, capazes de iniciar a transformação da qual tanto precisamos para sermos pessoas melhores e tornarmos felizes quem nos rodeia. Vamos despir a casca que criamos, ao longo de todos esses anos em que acumulamos ressentimentos, mágoa, solidão, desamor, insegurança, isolamento, preconceito, descrença, deixando-nos envolver por uma nova pele, diáfana, cristalina, palpitante de luz, justiça, solidariedade, paz e harmonia...

Desate os nós, estenda as mãos, abra os braços.
Conquiste. Compartilhe. Ampare. Ouse. Ame. Lute. Viva!

Desejo que o Ano de 2011 seja pleno de saúde, alegria, paz, realizações e novas oportunidades.

Fraterno abraço,



Vulmar Leite

Longevidade: bom para os britânicos, nem tanto para a previdência!

O jornal O Estado de São Paulo, de hoje, 30, informa que o Departamento de Trabalho e Pensões da Grã-Bretanha, afirma que mais de cem milhões de seus habitantes, quase um quinto da população, vão chegar aos 100 anos de idade. Diz, ainda, que mais da metade desses futuros centenários tem hoje entre 16 e 50 anos. 
Segundo ministro das Pensões, Steve Webb, o aumento da expectativa de vida significa que muitos milhões de britânicos passarão um terço das suas vidas aposentados. Sendo necessário, portanto, reformar o sistema de aposentadoria, para torná-lo sustentável a longo prazo, garantindo que as pessoas possam receber uma pensão decente ao se aposentar, e ajudando milhões a economizar em uma pensão ligada a seu emprego.
Em outubro, o governo inglês anunciou que a idade de aposentadoria estatal iria aumentar para 66 anos até 2020 e que eliminaria os descontos de impostos dos 100 mil maiores salários de aposentados, em uma medida que visa reduzir um déficit recorde do orçamento. 


E o Brasil, o que está pensando sobre o assunto? O censo demográfico do IBGE indica crescimento da população idosa e da longevidade. Sabemos que a previdência pública apresenta déficits crescentes e achatamento dos valores percebidos pelos aposentados. Uma profunda reforma da previdência social é o grande desafio que os novos governos, estados e União, que assumem no próximo sábado, terão que enfrentar.

Mensagem

Recebi esta bela mensagem do Professor Ms. João Paulo de Oliveira, de Diadema, São Paulo, um caro amigo, sempre presente neste espaço: 
EPÍSTOLAS PAULIANAS

CONVERSANDO COM O ENGENHEIRO 

E POLÍTICO VULMAR LEITE

"Diadema, minha amada cidade, 29 de dezembro de 2010.


Tomo a liberdade de escrever-lhe esta missiva para homenageá-lo pela passagem do seu natalício! Infelizmente ainda não tive a prerrogativa de conhecê-lo em carne e osso, mas tenho a impressão que o conheço desde o tempo que fugíamos aterrados dos predadores nas savanas do Continente Africano ou muitos milhares de anos depois, quando corríamos risco de vida ao acobertar os desvalidos primeiros cristãos, que tinham como destino as entranhas dos leões (acho melhor não externar o tempo que ficávamos na espreita aguardando o glorioso momento que a Cleópatra ia se refrescar no rio Nilo...) ou então depois de algumas centenas de anos, quando fazíamos de tudo para também acobertar os judeus, que eram acusados de envenenar os poços no pavoroso e aniquilante período da peste negra, que dizimou 2/3 da população européia, na Idade Média.


Perdoe-me pelo atrevimento de fazer folguedos com um cidadão tão ilustre, como o Senhor, mas o tenho em alta estima e consideração, tendo em vista sua vida pública pautada na lisura e transparência e sua brilhante passagem como gestor mor da Educação Profissional, no Governo Ieda Crusius, que é um exemplo de política pública educacional, que realmente ampliou o atendimento, com o escopo de oferecer um ensino de qualidade, em prol da qualificação profissional, daqueles que necessitam desta habilitação para tornarem-se hábeis no mercado de trabalho, bem como exercerem sua cidadania plena!!! Tenho certeza que sua gestão será encerrada com primor e a consciência que cumpriu com zelo e presteza a nobilíssima tarefa que a valorosa governadora Yeda Crusius lhe delegou, não medindo esforços na articulação e parcerias e no gerenciamento dos recursos destinados a este importantíssimo segmento de ensino, que sofre com as limitações de dotações orçamentárias e a árdua incumbência de comprovar como o dinheiro público gerido foi empregado. Oxalá a nova gestão do seu pujante Estado Meridional continue atendendo as necessidades da Educação Profissional e também é claro em todos os outros segmentos educacionais e demais Secretarias...

Para meu grande deleite sou leitor assíduo do seu imperdível espaço cibernético http://blogdovulmarleite.blogspot.com/, que nos dá a prerrogativa de refletir sobre fatos cruciantes, que nos afligem na contemporaneidade, sob seu viés arguto e erudito, além das belíssimas obras de arte que também nos brinda!!!!!...

Ainda continuo fascinado com esta fantástica tecnologia, que mudou radicalmente nosso modo de vida, possibilitando aprendizagens e sinapses, além de interações sociais - inimagináveis - antes do seu advento!!!!...

Sua trajetória política denota o seu compromisso na árdua luta em defesa dos desvalidos, bem como a incansável tarefa de cobrar para que preceitos Constitucionais tornem-se um fato!!!!... São políticos da sua estirpe, que nos dão esperanças de dias melhores!!!!!... Nem preciso dizer que o Senhor honra a memória dos nobilíssimos e saudosos estadistas, Franco Montoro e Mário Covas, que deixaram marcas indeléveis e exemplares na política da nossa amada Pátria, que ainda tem palmeiras e sabiás!!!!...

Feliz natalício!!!! Que incontáveis anos vindouros sempre o encontre vigoroso e um eterno principiante, ou melhor dizendo aquele que tem o desejo intenso de aprender a aprender cada vez mais!!!!...

Que a deusa da Justiça e da Sabedoria o tenha como pupilo sempre!!!!

Respeitoso abraço deste paulista/andreense/guarujaense/diademense, que é seu admirador!!!!...

João Paulo de Oliveira

PS – Meu telefone portátil vibrou!!!!... Preciso dizer quem era?!... Claro que era a minha amiga, a Dona Miquelina (huhum)!!!!... Ela estava afoita, porque tem uma sobrinha, a Alfonsina, que trabalha na Secretaria de Educação do seu pujante Estado Meridional, e é sua grande admiradora, que lhe disse sobre o seu natalício e também lhe contou o ano que o Senhor chegou à luz!!!... Como não sou mexeriqueiro, com a minha amiga, apenas darei algumas pistas sobre este glorioso ano:

Foi o ano que:

- minha deusa das deusas de todas as deusas, a inigualável Gene Tierney, brilhava na fascinante Arte das Imagens em Movimento na película "Whirpool", que no nosso idioma chama-se "A ladra"!!!...

- também brilhava no palco do Teatro Brasileiro de Comédia, na minha já pujante capital, a inesquecível atriz Cacilda Becker na peça "Arsênico e Alfazema"!!!!!...

- comemorou-se o primeiro aniversário do Estado de Israel e o quarto ano da criação da Organização das Nações Unidas – ONU!!!!...

- começou os preparativos para as filmagens da inesquecível película “A Malvada”, que a notável atriz Bette Davis brilhou,no ano seguinte, deixando-nos encantados com sua impecável interpretação!!!!!...

- nosso Timoneiro Mor era Eurico Gaspar Dutra!!!!...

A Dona Miquelina é sua fã de carteirinha e nunca o esquece nas suas orações, quando vai à Cripta da Catedral da Sé, todas às quartas-feiras, desfiar o Santo Rosário, solicitando a intercessão do poderoso Cacique Tibiriça e da Nossa Senhora de Guadalupe, ela roga com todo fervor que nenhum mal o atinja e que pessoas peçonhentas fiquem a muitas léguas de distância do local em que o Senhor estiver, bem como roga também, com ardor, para que o Senhor continue contribuindo sobremaneira para tornar seu importantíssimo Estado Meridional referência na República Federativa do Brasil!!!!! Ela lamenta que sua residência seja distante em relação ao local em que ela mora, porque senão teria grande satisfação de oferecer-lhe as disputadíssimas e saborosíssimas rosquinhas, que a copeira Hermenegilda faz, deixando seu noivo, o bombeiro Godofredo, sempre com água na boca!!!!... Ela também pede para dizer-lhe que o seu marido, o Coronel Epaminondas Albuquerque Pinto Pacca, o admira e sempre diz que o Senhor é um político probo e exemplar!!!!... Ché, desta vez a ligação não foi interrompida de supetão..."

Créditos: A fotomontagem foi de autoria da sempre principiante e criativa artista Cristina Fonseca."

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Minha resposta ao Professor João Paulo:

Prezado Professor João Paulo!

Fiquei honrado e comovido com a sua homenagem imerecida (mas desafiado a perseguir a busca do merecimento dos conceitos a mim atribuídos), ainda mais vinda de um intelectual da melhor cepa brasileira, um educador talentoso e consciente, que percebe perfeitamente a importância da educação básica para o desenvolvimento de competências cognitivas imprescindíveis para a formação de cidadãos conscientes, críticos e preparados para seguir seus estudos e tornarem-se profissionais respeitados na área em que escolherem laborar.

Senti-me duplamente honrado ao ser mencionado junto a dois homens públicos que considero como modelos de probidade e eficiência como gestores públicos - Mário Covas e Franco Montoro, que muito dignificaram a política brasileira. Da mesma forma, regozijei-me de aparecer, em sua galeria, ao lado de Fernando Henrique Cardoso e de Yeda Crusius, duas destacadas figuras políticas que farão parte da história deste país, por sua postura, dignidade, honradez e capacidade de administrar para o bem da sociedade.

Agradeço muito suas generosas palavras e sou grato por sua sempre cordial companhia em meu blog, tecendo comentários brilhantes que enriquecem sobremaneira o meu modesto trabalho como observador crítico da conjuntura.

Aproveito o ensejo para desejar-lhe um Feliz Ano Novo, repleto de realizações, harmonia e muita paz, com justiça e prosperidade. Creio que poderemos construí-lo, todos juntos!

Cumprimento, também, a talentosa artista Cristina Fonseca, sensível e criativa, que abrilhanta o seu espaço de comunicação.

Abraço fraterno,

Vulmar Leite
Porto Alegre, RS


domingo, 26 de dezembro de 2010

Artigo sobre os dois mandatos do presidente Lula

O jornal Zero Hora, na edição de domingo, 26, publica artigo do jornalista e escritor Flávio Tavares, que analisa aspectos positivos e negativos dos dois mandatos do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Confira o artigo, abaixo:

 

Os anos de Lula, por Flávio Tavares*


Chegam ao fim os oito anos de Lula da Silva no poder e não há como deixar de admirá-lo. Ele não é um estadista (ao contrário, faz tudo o que um estadista jamais faria), mas nunca houve um presidente tão gracioso e simpático. É impossível imaginar Getúlio Vargas dizendo o que Lula diz em público, numa simplificação vulgar, às vezes quase baixo calão. Nem o general João Figueiredo foi a tanto, naquelas imagens espontâneas em que dizia preferir cheiro de cavalo a cheiro de povo. Em Lula, a atração surge da facilidade com que diz coisas estapafúrdias como se fosse ciência pura ou verdade absoluta. Provoca risos, mas o jeito de menino travesso o absolve de pecado.

Em 2005, a corrupção do “mensalão” ameaçou devastá-lo e ele pensou que teria o mesmo destino de Collor. Mas insistiu em que “não sabia de nada” e que fora “traído”. Negou o inegável. Fingiu ser um paspalhão, alheio a tudo ao seu redor e foi reeleito em 2006.

No governo, tudo é “show”, termo inglês que conhece (mesmo sem saber idiomas) pois é exímio em representar. Se inaugura consultório odontológico, posa de dentista e assim por diante. Onde está, representa um papel. É o grande artista do grande espetáculo.

Em oito anos, o governo gastou cerca de R$ 10 bilhões em propaganda, segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), sem contar a “publicidade legal”, produção e patrocínios. Para mostrar que o Brasil é “um país de todos”, em 2010 os gastos vão a R$ 1,1 bilhão, uns R$ 3 milhões ao dia, dos quais 64,2% para as emissoras de TV. A propaganda tornou-se inteligente e persuasiva quando Franklin Martins assumiu a Secom, após os escândalos de 2005 e foi fundamental para fazer esquecer a corrupção.

Todos falam da popularidade do presidente e não toco nisso. Fico com a análise dos que vivem perto do poder:

“Na economia, o ‘mito Lula’ não se sustenta em fatos, é só a repetição de versão triunfalista e truques numéricos. Em 2010, houve o maior crescimento em 25 anos, mas porque em 2009 caiu 0,6%, a pior recessão desde 1990. No primeiro ano, Lula aumentou o superávit primário; nos últimos, promoveu orgias de gastos. Consolidou amplo programa de transferência de renda aos pobres e fez forte doação de recursos públicos aos ricos. Quem vê só a cena final, não entende o filme”, escreveu Miriam Leitão, lúcida analista econômica. E lembrou: “Com Lula, desmataram 125 mil km2 da floresta amazônica (Portugal e Bélgica somados) e tudo aumentará com a hidrelétrica de Belo Monte e outras. Na crise de 2008, o Banco Central acumulou reservas, mas em 2010 o déficit em transações correntes vai a US$ 50 bilhões. Em oito anos, o Brasil cresceu menos que a América Latina, com os juros mais altos do mundo”.

Frei Betto, que integrou o programa “Fome Zero” (substituí-do pelo Bolsa-Família), recorda: “Com Lula, os mais pobres mereceram recursos anuais de R$ 30 bilhões; os mais ricos, através do mercado financeiro, foram agraciados com mais de R$ 300 bilhões/ano. O país continua sem reforma agrária, política e tributária. O investimento na educação não superou 5% do PIB e a Constituição exige 8%, ao menos. Em qualidade de educação, o Brasil se compara ao Zimbábue, pelos índices da ONU”.

Resta o petróleo do pré-sal, dádiva da natureza, que a Petrobras descobriu e “o governo joga fora”, diz Ildo Sauer, do Instituto de Energia da USP e, até 2007, diretor de Petróleo e Gás da Petrobras: “Sem debate e sem um pio, entregamos de 2,6 a 5,5 bilhões de barris e toda a tecnologia da Petrobras a uma empresa de Eike Batista, aquele que, num leilão, pagou R$ 1 milhão pelo terno de posse do Lula”.

Ou, na síntese de Delfim Netto, conselheiro do presidente, “o governo Lula consolidou o capitalismo no Brasil”.

*JORNALISTA E ESCRITOR sobre

sábado, 25 de dezembro de 2010

O terceiro mandato!?

O artigo, abaixo, publicado no Blog do Noblat, reforça minha convicção de que o presidente Lula gostaria de repetir mais um mandato presidencial, o terceiro, a despeito de quando líder da oposição repudiar o princípio da reeleição.

ARTIGO

Presidência terceirizada

 A julgar pela composição do ministério, o governo Dilma será, como se previa - pelo menos nesse seu início –, continuidade do governo Lula. E não apenas por isso: a intensa movimentação de Lula, sem precedentes para um presidente que sai, indica que ele simplesmente não sai. Continuará dando as cartas.

Os ministros mais importantes de Dilma foram indicados por ele – e com ele trabalham ou já trabalharam. Vão controlar a economia e a política. Os demais são acessórios e atendem a acordos partidários. Nada disso é casual. Em política, aliás, nada é casual.
Desde que foi eleita, Dilma Roussef deu uma única entrevista à imprensa brasileira, e mesmo assim ao lado de Lula, que falou bem mais do que ela. Não se manifestou nem mesmo quando da ocupação militar do Morro do Alemão, no Rio, apresentada como vitória exuberante do Estado sobre o narcotráfico.
Foi uma das bandeiras de Dilma na campanha eleitoral, mas quem a faturou foi Lula. É um silêncio intrigante. Há dias, Gilberto Carvalho, um dos mais íntimos colaboradores de Lula – e não por acaso futuro ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência -, fez especulações sobre o futuro do presidente.
Disse que seu retorno ao Planalto dependerá do desempenho de Dilma. Se não se sair bem, é possível que Lula volte, disse ele. E se fizer um bom governo? Absteve-se de comentar, mas é previsível que, nessa hipótese, Lula cobre sua participação.
Dilma, afinal, é uma invenção política dele. Jamais chegaria onde está sem ele. Não tinha currículo, nem apoio, nem ousadia de se lançar por conta própria. Lula primeiro a impôs ao PT, que questionou sua frágil e recente identidade com a legenda, egressa que era do PDT. Venceu com facilidade essa etapa, já que nenhum petista ousa afrontar Lula.
A etapa seguinte foi impô-la a seu eleitorado. E aí o presidente-cabo eleitoral produziu uma série impressionante de afirmações, cuja síntese, era a de que Dilma não era apenas sua candidata, mas uma emulação dele próprio. Algo na base do “Dilma sou eu”.
Chegou a afirmar que “há um vazio na cédula, pois pela primeira vez meu nome não estará lá”. E ensinou: “Onde se lê Dilma, leia-se Lula”. Com esse expediente, convenceu o eleitor menos informado – a imensa maioria – de que deveria votar na “mulher do Lula”. Dilma era assim chamada pela maior parte do eleitorado do Norte e do Nordeste, que jamais ouvira falar dela.
Em tal contexto, seria impensável que Lula simplesmente lhe passasse o bastão e fosse, como chegou a dizer (e desdizer), vestir o bermudão de aposentado e beber umas cervejas em São Bernardo.
Não há dúvida de que terá papel exponencial no futuro governo. Qual, não se sabe. E a expectativa é exatamente essa, já que não há precedente recente ou remoto de tal tutela (“nunca antes neste país”). O que se sabe é que a tradição, em política, aqui e em toda parte, é a rejeição do padrinho pelo afilhado.
Antes, porém, o apadrinhado se mune de condições políticas para alçar voo próprio. Não se sabe se Dilma poderá fazê-lo, já que não tem redação própria. É lulo-dependente até a medula. Se sua experiência como gestora é um trunfo, não é suficiente para se sair bem do cargo que ocupará.
Lula mesmo não é, nunca foi, um gestor. Governou do alto dos palanques (onde permanece). Gestor se nomeia, mas política não se terceiriza. E esse é o dado novo do futuro governo: a condução política está terceirizada. Até quando, não se sabe. 
Ruy Fabiano é jornalista

domingo, 19 de dezembro de 2010

Educação Profissional: Mais Vagas

Escola de Canela abre classes de ensino técnico


A partir de 2011, a Escola Estadual Neusa Mari Pacheco, em Canela, vai atender alunos de nível técnico. Nesta sexta-feira, 17, o diretor geral da Secretaria da Educação, Francisco Xavier, e o superintendente de Educação Profissional, Vulmar Leite, instalaram classes descentralizadas dos cursos de Mecânica e Designer de Móveis. As turmas receberão suporte pedagógico da Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato, de Taquara, que foi transformada em centro de referência na área industrial. 



Para ampliar a oferta de vagas na rede estadual de ensino técnico foram criados, a partir de 2008, nove Centros de Referência na Educação Profissional em regiões estratégicas para o desenvolvimento do Estado. Esses centros atuam como pólos irradiadores do conhecimento tecnológico e formação docente. Os centros irão abrir classes descentralizadas, preferencialmente, em cidades onde não existem escolas técnicas. 

O superintendente ressaltou o papel dos centros de referência na expansão do número de matrículas na rede pública. “Criamos classes vinculadas aos centros para atender mais alunos e oferecer Educação articulada aos projetos de desenvolvimento coordenados pelo Estado”, afirmou Leite. 

As áreas de atuação dos centros são: química, em Montenegro; agrícola, em Palmeira das Missões; serviços, em Pelotas; saúde, em Porto Alegre; industrial, em Taquara; e, meio ambiente, em Taquari. (17/12/2010)

Publicado no site: www.seduc.rs.gov.br


Visite também o site: http://www.neusamaripacheco.com.br/noticias  com informações sobre esta Escola, que foi  considerada A Melhor Escola Pública do Brasil, em recente Concurso Nacional promovido pelo SESI.

O Papel da Imprensa: A busca da verdade

Artigo de Merval Pereira publicado no Blog do Noblat, neste domingo, 19, expõe, com clareza, o papel da imprensa na construção de uma sociedade autônoma e democrática. As novas plataformas de comunicação, criadas a partir dos avanços das tecnologias da comunicação, universalizaram a produção e o acesso à informação.

O desafio dos leitores de jornais, revistas, releases, impressos ou não, dos blogs, sites e redes sociais é depurar quando uma informação é verdadeira ou falsa. Avaliar o que uma notícia real, delineadora de um fato ou situação real, de outra, onde a verdade é conspurcada, escamoteada ou omitida, com propósitos esconsos.

Assim, o site Wikileaks assombra o mundo divulgando mensagens secretas trocadas entre autoridades diplomáticas de vários países, desconhecidas da mídia em geral. A preocupação do blogueiro Assange foi de divulgar seus telegramas sigilosos, em grandes redes de jornais de comprovada credibilidade.

Leiam abaixo:

ARTIGO  Enviado por Merval Pereira ao Blog do Noblat

A busca da verdade

No discurso que fiz quando tomei posse recentemente na Academia Brasileira de Filosofia, na cadeira 48 cujo patrono é Hipólito da Costa, fundador do primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, impresso em Londres em 1808, destaquei o surgimento das novas tecnologias e seu impacto na relação do jornalismo com a sociedade.
O ponto de interseção entre o jornalismo e a filosofia é a busca desinteressada da verdade, a principal tarefa do jornalista, a ponto de constituir-se em um imperativo ético da profissão.
Nesse particular, os vazamentos de documentos da diplomacia americana pelo Wikileaks têm a função de revelar os meandros das tomadas de decisão dos governos, o que colabora para a descoberta da verdade, cuja revelação nunca será total por ser a verdade, por definição, inesgotável.
Mas, como comenta o sociólogo Manuel Castels, um dos principais estudiosos dos novos meios de comunicação e seus efeitos na sociedade moderna, “nunca mais os governos poderão estar seguros de manter seus cidadãos na ignorância de suas manobras”.
Ele diz que “seria preciso sopesar” o risco da revelação de comunicações secretas que poderiam dificultar as relações entre estados “contra a ocultação da verdade sobre as guerras aos cidadãos que pagam e sofrem por elas”.
Desse ponto de vista, sem dúvida o que Julian Assenge e seu blog Wikileaks fazem é puro jornalismo, embora, pelas suas declarações, se possa concluir que a motivação para a exigência de transparência dos governos não seja informação pura e simples, mas uma ação anárquica contra todo tipo de governo, o que retiraria a característica jornalística de sua atividade para transformá-la em uma ação política, como alguns o vêem.
Com relação ao jornalismo, há um livro canônico, “Os propósitos do Jornalismo”, no qual os jornalistas americanos Bill Kovach e Tom Rosenstiel definem como a finalidade do jornalismo essa busca da verdade e a responsabilidade com o cidadão: "fornecer informação às pessoas para que estas sejam livres e capazes de se autogovernar".
No discurso destaquei que o problema da ética jornalística tem uma complicação própria. Exercemos um papel socialmente relevante – ao produzir um primeiro nível de conhecimento, acabamos por ser um canal de comunicação que liga Estado e Nação, mas também os muitos setores da Nação entre si.
É nossa atribuição fazer com que o Estado conheça os desejos e intenções da Nação, e com que esta saiba os projetos e desígnios do Estado.
Ainda, incumbe-nos permitir à sociedade acompanhar, com severidade de fiscal, aquilo que os Governos fazem em seu nome e, supostamente, em seu benefício.
Justifica-se essa definição de nosso papel com o fato de que, no sistema democrático, a representação é fundamental, e a legitimidade da representação depende muito da informação, que aproxima representados e representantes.
Essa função do jornalismo sem dúvida foi afetada pelo surgimento das novas mídias que, na opinião do professor brasileiro Rosental Calmon Alves, da Universidade do Texas em Austin, um dos maiores especialistas no assunto, representa uma revolução que só pode ser comparada, na historia das comunicações, com a invenção da imprensa por Gutenberg em 1495.
Ele não está falando apenas da Internet, mas da Revolução Digital, que está transformando profundamente o mundo em que vivemos.
Não é uma simples evolução tecnológica, que dá seguimento às evoluções do século passado, é muito mais do que isso. É uma ruptura de paradigmas. A Revolução Digital tem como impacto mais importante a repartição de poder dos meios de comunicação de massa com os indivíduos, destaca Rosental.
Essa é a nova sociedade civil global que está se formando, segundo a definição do sociólogo Manuel Castells, da Universidade Southern Califórnia, nos Estados Unidos que tenta preencher o "vazio de representação" a fim de legitimar a ação política, fazendo surgir "mobilizações espontâneas usando sistemas autônomos de comunicação".
Internet e comunicação sem fio, como os telefones celulares, fazendo a ligação global, horizontal, de comunicação, provêem um espaço público como instrumento de organização e meio de debate, diálogo e decisões coletivas", ressalta Castells.
Mas é o jornalismo, seja em que plataforma se apresente, que continua sendo o espaço público para a formação de um consenso em torno do projeto democrático.
O jornalismo de qualidade, tão importante para a democracia, teve papel fundamental na divulgação dos documentos do Wikileaks, e não foi à toa que Assenge procurou companhias de jornalismo tradicional como o The New York Times para dar credibilidade a seu trabalho.
A tese de que as novas tecnologias, como a internet, os blogs, o twitter e as redes sociais de comunicação, como o Facebook, seriam elementos de neutralização da grande imprensa é contestada por pesquisas.
Especialistas das Universidades de Cornell e Stanford demonstram que a internet é a "caixa de ressonância" da grande imprensa, de que precisa para se suprir de informação, e para dar credibilidade às informações.
Não é à toa que os sites e blogs mais acessados tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil são aqueles que pertencem a companhias jornalísticas tradicionais, já testadas na árdua tarefa de selecionar e hierarquizar a informação.
O jornalismo profissional tem uma estrutura, uma deontologia, uma forma profissional de colher e checar informações que a vasta maioria dos blogueiros não tem, define Rosental.
O filósofo alemão Jürgen Habermas revelou, em artigo recente, seu temor de que os mercados não façam justiça à dupla função que a imprensa de qualidade, segundo ele, até hoje desempenhou: atender a demanda por informação e formação.
No artigo, intitulado “O Valor da notícia”, Habermas ressalta que estudos sobre fluxos de comunicação indica que, ao menos no âmbito da comunicação política - ou seja, para o leitor enquanto cidadão -, a imprensa de qualidade desempenha um papel de "liderança": o noticiário político do rádio e da televisão depende em larga escala dos temas e das contribuições provenientes do que chama de jornalismo "argumentativo".
Sem o impulso de uma imprensa voltada à formação de opinião, capaz de fornecer informação confiável e comentário preciso, a esfera pública não tem como produzir essa energia, escreveu Habermas, e o próprio Estado democrático pode acabar avariado.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Cenas campestres

Julien Dupré, pintor Francês,

Meio Ambiente: enfim um acordo

Enfim os países membros da Nações Unidas chegaram a um acordo para adotar medidas mitigadoras de combate ao efeito estufa, segundo informa a Agência Reuters, neste sábado. É um passo importante para que se estabeleça uma nova ordem mundial, onde a preservação do meio ambiente seja prioridade e compromisso de todos os países. Leia abaixo:

Conferência sobre clima termina, medidas sobre clima alcançadas


CANCUN, México (Reuters) - Quase 200 países concordaram neste sábado em adotar medidas modestas para combater as mudanças climáticas, inclusive com a criação de um fundo para ajudar os países pobres, mas adiaram decisões mais difíceis sobre o corte das emissões de gases do efeito estufa, até o ano que vem.

O acordo inclui a criação do Fundo do Clima Verde para dar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar os países pobres, até 2020, medidas para proteger as florestas tropicais e formas de compartilhar tecnologias de energia limpa.

Discutido incansavelmente numa maratona de negociações no balneário de Cancún, no México, o acordo também estabelece uma meta de limitar o aumento da temperatura média global para abaixo dos 2 graus Celsius, em relação a era pré-industrial.

Não houve, entretanto, um grande progresso importante na discussão sobre como estender o Protocolo de Kyoto, que obriga quase 40 países ricos a reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Também não ficou claro como os 100 bilhões de dólares por ano para o Fundo do Clima Verde serão levantados.

A primeira rodada de Kyoto vence em 2012, ele não inclui a China e os EUA - os dois maiores emissores de gases - e não há um consenso sobre se os países em desenvolvimento também devem ter metas obrigatórias para cortar a emissão de gases ou se os países ricos devem fazer mais, antes disso.

A principal sucesso em Cancún, depois de duas semanas de conversações, foi simplesmente evitar o colapso das negociações de mudanças climáticas, reforçar o apoio para uma transição para economias de baixo carbono e reconstruir a confiança entre países ricos e pobres sobre os desafios do aquecimento global.

Os principais participantes ficaram aliviados porque não houve uma repetição do fracasso amargo que aconteceu em Copenhague no ano passado, mas eles alertaram que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

"O mais importante é que o processo multilateral recebeu uma injeção no braço, ele havia atingido seu nível mais baixo. Agora ele vai conseguir lutar mais um dia", Jairam Ramesh, Ministro do Meio Ambiente da Índia, disse à Reuters. "Ele ainda pode vir a falhar."

"Temos um caminho longo e desafiador à nossa frente. Se é possível fazê-lo num curto espaço de tempo, para chegar a um acordo com vínculos legais, eu não sei", disse a comissária da UE para assuntos do clima, Connie Hedegaard, sobre um acordo para depois de 2012.

Mercados de compensação de carbono que valem 20 bilhões de dólares dependem das cotas das emissões de Kyoto para fazer com que os países desenvolvidos paguem pelos cortes na emissão de gases do efeito estufa em países em desenvolvimento, como uma alternativa mais barata do que cortar suas próprias emissões de gases.

O acordo de Cancún vai depender desses mercados, dando-lhes algum apoio, apesar da dúvida sobre Kyoto.

O acordo alcançado no sábado não estabeleceu prazos firmes para acordo juridicamente vinculativo sobre Kyoto, e a próxima cúpula sobre o clima global será na África do Sul no final de 2011.

sábado, 4 de dezembro de 2010

A Ponte da Solidariedade

Ao meio-dia de 3 de dezembro de 2010, em ato público na rodovia RSC 287, trecho estadual coincidente com o traçado da BR 287, a Rota do Sol, na margem esquerda do Rio Jacuí, ocorreu um fato histórico para o Rio Grande do Sul - a inauguração, pela Governadora Yeda Crusius, de uma nova ponte sobre o rio, em substituição a que foi  destruída por uma grande cheia, no dia 5 de janeiro do ano em curso. Denominada travessia Hilberto Boeck (vice-prefeito de Agudo, que estava sobre a estrutura, quando ela cedeu), e carinhosamente apelidada de Ponte da Solidariedade, a obra foi construída e entregue à comunidade no tempo recorde de sete meses, e tem estrutura de 423 metros de extensão e 13 metros de largura, e custou R$ 53 milhões. 

Poderia ser uma ação de rotina inaugurar uma nova ponte, foram tantas pontes e tantas outras obras realizadas nos últimos quatro anos, que esta poderia ser mais uma inauguração protocolar. Mas não foi! Esta obra tem alguns significados especiais que precisam ser destacados: Primeiro, as circunstâncias dramáticas decorrentes da queda da ponte, perdas de preciosas vidas e prejuízos econômicos incalculáveis às populações dos municípios atingidos pelo aguaceiro, especialmente Agudo; Segundo, a atitude da Governadora Yeda, firmeza,  determinação e agilidade na tomada de decisão política, para socorrer as populações atingidas e recuperar a infraestrutura destruída, especialmente a de construir uma nova ponte sobre o Jacuí, obra vital para a reestabelecer a normalidade do transporte rodoviário na região central do Estado, atingida pelo desastre; Terceiro, a capacidade técnica dos profissionais do DAER em conceber o projeto de engenharia que combinasse tecnologia avançada, economicidade e rapidez na execução. O prazo para conclusão do projeto e da obra deveria ser de um ano. 

O projeto técnico e a obra de engenharia foram executados no tempo recorde de 11 meses, com todos os requisitos atendidos. Os recursos saíram exclusivamente do orçamento do Estado. Obra feita, obra paga -  esse tem sido lema do Governo do Estado Rio Grande do Sul, depois que conquistou o Déficit Zero, em 2008.

Testemunhei o ato de entrega da ponte, ouvi as manifestações do diretor do DAER, Vicente Ferreira, do Secretário da Infraestrutura e Logística, Daniel Andrade, dos deputados Adolfo Brito e Jorge Pozzobom (recém-eleito), do Prefeito Ari Anunciação e da Governadora Yeda Crusius. Destaco os pronunciamentos do Prefeito e da Governadora. O Prefeito, com contida emoção, expressou o sentimento da sua comunidade que, ao mesmo tempo em que reverenciava a memória dos seus entes queridos desaparecidos no desastre, também reconhecia a solidariedade recebida de muitos e a importância desta obra para a retomada da normalidade de suas vidas, agradeceu à governadora e disse que sempre acreditou que a ponte seria construída. "Este é um governo que cumpre o que promete".  

Yeda Crusius, sensibilizada, dedicou a nova ponte ao povo do Rio Grande do Sul destacando a sua principal característica: a solidariedade. De acordo com a governadora, a ponte foi construída por um governo que tem responsabilidade. "A decisão de fazê-la, tomada no dia 6 de janeiro, um dia depois do desabamento, foi pela vida. Podíamos ficar com a balsa fazendo a travessia por muito tempo, mas decidimos fazer uma ponte nova no mesmo lugar, independente do valor necessário", frisou Yeda. A governadora igualmente destacou que a nova ponte é para as comunidades, mas é também para o fortalecimento da economia gaúcha, que utiliza a rodovia para escoar a produção. "Além do beneficio regional, esta ponte tem uma abrangência maior, porque por ela passa a economia do Rio Grande do Sul", salientou Yeda.

Pelo projeto estrutural, a nova ponte recebeu mais de mil toneladas de aço e mais de três mil metros cúbicos de concreto. A sua base foi fixada diretamente nas rochas abaixo do leito do rio, o que garante mais segurança, e a infraestrutura conta com estacas escavadas mecanicamente em solo e em rocha, com uma profundidade média de 25 metros. Para a mesoestrutura foram utilizados dez apoios (dois encontros e oito pilares) em concreto armado e, para a superestrutura, um tabuleiro com vigas longarinas metálicas, sobre as quais foram colocadas lajes de concreto armado pré-moldadas, pavimentadas com concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ). Uma ponte com tecnologia moderna, que restabelece a ligação entre o centro e a capital do Estado.

É bom lembrar de que outra ponte também foi carregada pelas águas do Rio Rosário, no trecho da BR-287 que liga os municípios de Jaguarí e Santiago, em 1984.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Prefeito, vice e vereador renunciam aos mandatos

Segundo a Agência Estado, o prefeito afastado de Dourados (MS), Ari Artuzi, (ex-PDT) o vice-prefeito, Carlinhos Cantor (PR), renunciaram aos cargos que ocupavam. Foram denunciados pela Polícia Federal como líderes de um esquema de corrupção no município que ficou conhecido pela "farra das propinas". O ex-presidente da Câmara Municipal, Sidlei Alves (ex-DEM), também deixou o cargo.

O ex-prefeito está preso no Presídio Federal de Campo Grande e os outros dois na Penitenciária Estadual, em Dourados. Formalizaram as renúncias através de cartas entregues na Prefeitura e Câmara, pelos seus respectivos advogados. 

Um olhar nas prestações de contas eleitorais

Encerrada a campanha eleitoral e iniciada a montagem dos governos estaduais e federal fica pendente prestação de contas dos candidatos vencidos e vencedores junto à Justiça Eleitoral. No passado recente, alguns vencedores tiveram seus mandatos cassados por terem cometido deslizes nos gastos eleitorais. Evidentemente que nas contas dos vencedores o rigorismo na análise das receitas e despesas, quanto à origem das doações e à finalidade das aplicações, são muito mais acentuados.

Como exemplo disso, podemos ver na edição de hoje do jornal O Estado de São Paulo, análise das contas dos candidatos presidenciais que disputaram o segundo turno, com maior ênfase, naturalmente, nas doações à candidata eleita.

É evidente que os principais doadores da campanha são organizações empresariais beneficiárias dos programas federais e dos empréstimos do BNDES. Os dados revelados pelo Estadão, retirados da prestação de contas protocolada no TSE, servem para fortalecer ainda mais minha crença de que somente consegue êxito eleitoral quem obtém patrocínio dos grandes grupos econômicos privados que atuam no país.

Cresce minha convicção de que urge uma profunda reforma no sistema eleitoral brasileiro, onde o financiamento público de campanha, o voto distrital e a reorganização da legislação que rege o funcionamento dos partidos estejam contemplados. Vejam o que diz o Estadão, sobre o tema:

Maior doador de Dilma deve ao BNDES

Felipe Recondo, Mariângela Gallucci /BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O grupo JBS-Friboi, que recebeu empréstimo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), foi o maior doador da campanha da petista Dilma Rousseff: R$ 10 milhões doados em seis repasses entre agosto e setembro. Apesar do favoritismo e da vitória, a campanha do PT terminou as eleições com uma dívida de R$ 27,7 milhões.

A estratégia oficial do BNDES era transformar os frigoríficos em gigantes mundiais. Os empréstimos, vistos com desconfiança pelo mercado, bancaram a aquisição de empresas estrangeiras pelos frigoríficos brasileiros. E o grupo JBS foi o principal destinatário dos recursos da instituição. Dados recentes apontavam que o BNDES tinha 21% do capital do JBS-Friboi.

O segundo maior doador da campanha foi a Camargo Corrêa, uma das construtoras que toca obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tiveram irregularidades graves apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A empreiteira doou R$ 8,5 milhões para campanha. Outra empresa responsável por obras com pendências no TCU, a Construtora Queiroz Galvão, foi a terceira maior doadora - R$ 5,1 milhões. A OAS, também responsável por obras em situação irregular do PAC, doou outros R$ 3 milhões para a campanha. Entre os bancos, o Itaú foi o maior doador da campanha de Dilma: R$ 4 milhões.

Os dados fechados de receitas e despesas da campanha de Dilma foram entregues ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas as informações, incluindo as notas fiscais, serão analisadas em regime de mutirão por técnicos do TSE e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). As contas deverão ser julgadas até o dia 9 . Se aprovadas, Dilma será diplomada no dia 17 e tomará posse no dia 1.º de janeiro.

No total, a campanha de Dilma arrecadou R$ 148,8 milhões, dos quais R$ 105 milhões foram arrecadados antes do primeiro turno. As despesas da campanha somaram R$ 176,5 milhões.

O que prejudicou as contas da campanha foi a realização do segundo turno. "As empresas se prepararam para o primeiro turno. Houve um grande volume de doações. Mas o orçamento de muitas empresas para as eleições se esgotou", explicou o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, José de Filippi.

Nas três semanas entre o primeiro e o segundo turno, o comitê da campanha gastou quase R$ 80 milhões. Nesse período, a campanha conseguiu arrecadar apenas R$ 25 milhões.

Os principais gastos foram com a produção de programas de rádio, televisão e vídeo - R$ 39 milhões. Para realizar eventos de promoção da candidata foram consumidos R$ 11,7 milhões. Com publicidade por meio de placas, estandartes e faixas foram gastos R$ 10 milhões. Outros R$ 6,4 milhões foram consumidos com a criação e inclusão de páginas na Internet.

Nas últimas eleições, o presidente Lula deixou uma dívida de R$ 9,8 milhões, o equivalente a 10% dos gastos da campanha. A dívida deixada agora corresponde a 15% das despesas.

Dívida de Serra. Derrotado, o candidato tucano José Serra acabou a campanha com uma dívida de R$ 9,6 milhões. A campanha arrecadou R$ 120 milhões, mas as despesas somaram R$ 129,6 milhões. Sua maior doação partiu do banco Itaú: R$ 4 milhões. O grupo Gerdau doou R$ 3 milhões para a campanha de Serra e R$ 1,5 milhão para Dilma. O presidente do grupo, Jorge Gerdau, é cotado para assumir um ministério no governo da petista.