O discurso de que as oposições precisam se unir para vencer as eleições municipais do PP já está gasto pelo uso devido e indevido.
Não há como unir partidos quando as lideranças que os controlam, ou comandam circunstancialmente, são dominadas pelo individualismo e movidas por interesses maiores ou menores: amizades com os detentores do poder; antipatias pessoais com líderes e dirigentes dos demais partidos; divergências e pensamentos ideológicos diferentes e até antagônicos; vínculos com alianças partidárias com governo federal e Estado; atrelamento aos comandos estaduais e federais; fisiologismo, vaidades pessoais, idealismo, convivência com agentes infiltrados da situação e dependência econômica de outros são os fatores determinantes para silenciar, dissuadir, inibir, trair e assumir posições autônomas e proativas na busca de alternativas de mudanças na gestão pública local.
Os lideres e militantes dos nossos partidos, PSDB ( o meu), PMDB, PTB, PT, PDT, PSD, PPS e PSB, PRB, com registros atualizados ou não na Justiça Eleitoral de Santiago, padecem de uma ou mais das injunções que acabei de mencionar no parágrafo anterior. Numa rápida análise do pleitos eleitorais que ocorreram neste último quarto de século, vamos verificar que a oposição jamais conseguiu construir um consenso programático e eleitoral para enfrentar o continuísmo conservador, basta analisar cada uma da eleições municipais para verificar quem ajudou mais ou menos na manutenção da hegemonia pepista em Santiago.
Não sei quem ajudou mais ou menos, acho que todos, por uma razão ou outra, contribuíram de forma decisiva para as derrotas dos candidatos ditos oposicionistas. Certo ou errado, goste ou não, foi bom ou ruim para o desenvolvimento de Santiago, a verdade é que a população elegeu e reelegeu os candidatos do PP e, agora, chorar o leite derramado, achar culpados, desqualificar os líderes da oposição, enaltecer os líderes da situação como alguns áulicos rapidamente o fazem sem o pejo de fazer sua própria autocrítica sobre a contribuição que deram ou não para manter o status quo vigente, em alguns momentos de suas trajetórias pessoais.
As oposições somente terão credibilidade e acatamento se suas propostas efetivamente souberem ser compreendidas pela população e mostrarem a concepção de município que querem construir para todos os santiaguenses. Não será em 60-90 dias de campanha, como ocorre tradicionalmente, que o ideário que anima, empolga e mantém viva as esperanças de muitos santiaguenses de que é possível fazer mais e melhor para todos com os recursos disponíveis no orçamento municipal, será demonstrado, assimilado e aceito pelos eleitores.
É preciso identificar no seio da oposição quem realmente quer que haja mudanças na forma e nos métodos de gestão do município de Santiago. É preciso ter coragem de afastar das hostes partidárias quem está na oposição por conveniência temporal, com o único fim de barganhar vantagens ou privilégios. Saber mobilizar técnicos e especialistas multidisciplinares para analisar, dissecar, cotejar as promessas, avaliar projetos, propostas, programas e os orçamentos anuais das administrações municipais dos últimos anos. Ouvir a população, nas ruas, nos bairros, nas organizações econômicas e sociais, nas instituições públicas e privadas, na cidade e no campo, estimular e abrir espaços para a juventude exercer a cidadania na sua plenitude. Examinar as políticas públicas municipais e sua articulação com o governo Estadual e Federal para verificar-lhes eficácia e abrangência.
De minha parte, tenho sensibilidade, experiência e maturidade para reconhecer meus erros e meus acertos e a coragem para fazer a autocrítica em qualquer fórum!
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