quarta-feira, 28 de abril de 2010

Especialistas aprovam ministério da segurança pública

"A criação de um Ministério da Segurança Pública, desde que acompanhado de um comando técnico e por fortes investimentos, conta com a simpatia de especialistas do setor.
A proposta foi lançada anteontem pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e já foi descartada por sua adversária, Dilma Rousseff (PT).
Uma nova pasta dedicada à segurança interna nacional é considerada por estudiosos como uma forma de reorganizar, estruturar e fortalecer o papel do governo federal na prevenção da violência e na repressão à criminalidade. Avaliam que hoje há ainda desarticulação interna e dificuldade para coordenar políticas para as polícias estaduais.
De acordo com Walter Maierovitch, secretário nacional Anti-Drogas no governo FH, há ineficiência na dispersão e subordinação de órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência Nacional (Abin) e a Secretaria Nacional Anti-Drogas ligadas ao Planalto pelo Gabinete de Segurança Institucional, e as polícias Federal e Rodoviária Federal e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) abrigadas na Justiça: 

-Os desafios de hoje exigem uma coordenação central. Hoje a PF fica solta, a Abin é um foco de problemas. Quem tiver uma verdadeira política para a segurança pública saberá que é necessário ter um ministério.

José Serra fez a promessa de campanha em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na TV Bandeirantes, na segunda-feira. Mas já defendia a proposta desde a campanha presidencial de 2002."

Fonte:  Leila Suwwan/O Globo

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Estudantes gaúchos apresentam melhora na aprendizagem

"Nos últimos três anos, os estudantes gaúchos apresentaram melhora na aprendizagem, segundo dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (SAERS). Dos 321,5 mil alunos da rede estadual avaliados em 2009, 80% ficaram entre os níveis Básico e Avançado de aprendizagem. As médias do SAERS foram divulgadas pelo Governo do Estado durante seminário promovido nesta segunda-feira, 26, no Centro de Convenções da FIERGS, em Porto Alegre. A divulgação dos resultados do SAERS faz parte da programação da Semana da Educação 2010, que tem como tema o “Compromisso com a Aprendizagem”.

Comparado com os resultados obtidos em 2007 e 2008, o crescimento no desempenho dos alunos variou entre três e nove pontos na escala de avaliação. Os estudantes da 2ª série do Ensino Fundamental atingiram 161,1 em Língua Portuguesa e 768,5 em Matemática. Na 5ª série do Fundamental, as médias ficaram em 218,7 e 207,5 pontos em Português e Matemática, respectivamente. No 1º ano do Ensino Médio, foram registrados 263,1 em Português e 252,7 em Matemática.

A avaliação está dividida em níveis que classificam a aprendizagem como Abaixo do Básico, Básico, Adequado e Avançado. A formatação dos dados possibilita o acompanhamento da evolução do desempenho dentro das metas do Compromisso Todos pela Educação, que estabelece melhoria gradual na aprendizagem, em todo o país, até 2022. O SAERS utilizou escalas de análise calculada de zero a 500 pontos. No caso da 2ª série do Fundamental, foi concebida uma escala pontuada até 1.000 pontos.

Para a governadora Yeda Crusius, a melhoria no desempenho dos alunos é reflexo dos investimentos em Educação. Yeda apontou a qualificação dos espaços físicos das escolas, a universalização da informática no ensino, a capacitação de professores e o aumento no repasse de verbas da autonomia financeira para as escolas como fatores determinantes para a elevação nos níveis de aprendizagem.

- Aumentamos os investimentos na rede estadual por meio do Programa Boa Escola para Todos e estamos resgatando a autonomia e auto-estima de alunos e professores. É isso que está refletido nos resultados do SAERS. A avaliação mostra que estamos trilhando o caminho certo, avaliou a governadora.

De acordo com o secretário da Educação, Ervino Deon, o Governo do Estado está buscando estabelecer uma avaliação que sirva para nortear políticas públicas e, ao mesmo tempo, seja compreendida pela sociedade. Deon defendeu que a melhoria da aprendizagem não depende apenas do poder público, mas de todos os cidadãos.

- Queremos que a comunidade possa acompanhar o desempenho de crianças e jovens na escola, visando mobilizar a sociedade na busca por uma Educação de qualidade. O compromisso de elevar os níveis de ensino é de todos, não apenas do Governo, salientou o secretário.

Na edição 2009, a participação de redes municipais e particulares também foi maior do que em anos anteriores. Além das 2,6 mil escolas estaduais, o SAERS reuniu instituições ligadas a 82 prefeituras e 18 estabelecimentos de ensino privado. Em 2007 e 2008, somando os dois anos, participaram 63 redes municipais e 33 escolas particulares."

Fonte:www.seduc.rs.gov.br

Brasília: 50 anos

O sonho realizado de Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-presidente da República, não poderia ser melhor retratado, no mês comemorativo aos 50 anos da criação de Brasília (DF), do que com esta foto publicada no jornal Estado de São Paulo. A imagem foi captada pelo astronauta japonês Soichi Noguchi, que integra a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS).

sábado, 24 de abril de 2010

Embrapa expõe novas tecnologias agropecuárias

Novas tecnologias agropecuárias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), poderão ser visitadas na 7ª Feira Ciência para Vida, na sede da empresa, até o dia 6 de maio, na Avenida W3 Norte, em Brasília.
Segundo, Pedro Pereira, presidente da Embrapa, a instituição não quer apenas lançar novos produtos, deseja aproximar as pesquisas agropecuárias da vida da pessoas, mostrar a ciência de uma forma simples para que todos entendam, valorizando a sustentabilidade na agricultura.

Neste ano serão 15 novos produtos agropecuários no evento, destacando-se entre eles o Tag Ativo, um sistema de rastreabilidade para bovinos com tecnologia 100% nacional, que reduz o tempo gasto na fiscalização, substitui o uso de formulários preenchidos à mão e evita fraudes.

De acordo com, Milena Teles, analista da Embrapa Pecuária Sudeste, o novo sistema integra os três elos da cadeia produtiva, pois irá integrar pecuaristas, barreiras sanitárias e frigoríficos, além de beneficiar os consumidores que terão um produto mais confiável. O dispositivo eletrônico criado pela Embrapa coleta e armazena informações dos identificadores (brincos) colocados na orelha dos bovinos e que acompanharam os animais durante o transporte até o abate.

Nas barreiras de fiscalização, haverá outro dispositivo eletrônico que captará as informações do Tag Ativo, quando o veículo passar pelo local. O objetivo é reduzir o tempo de fiscalização e possibilitar a inspeção sanitária de 100% dos veículos transportadores, controlando o número e a origem dos animais nas barreiras estaduais de fiscalização.

Este produto, após certificado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, estará disponível para comercialização para os criadores e frigoríficos, além de possibilitar sua utilização pelos órgãos fiscalizadores.

Fonte: Lisiane Wandscheer/Agência Brasil.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ainda sobre o Exame da OAB

O STF pretende limitar o acesso de advogados despreparados nos tribunais superiores, conforme se depreende do artigo publicado no site Consultoria Jurídica, pelo advogado, mestre e doutor em Direito Penal, Antonio Sérgio Altieri de Moraes Pitombo, da Faculdade de Direito da USP, que reproduzo abaixo.

Num artigo postado em 2 de março, sobre o Exame da OAB, fui duramente admoestado pelo bacharel Itacir Flôres, presidente do Movimento Nacional do Bacharéis, através de sua assessoria de comunicação. Não pretendo polemizar nem discutir relações pessoais, mas tão somente expressar posições sobre temas que julgo importantes para a cidadania.

O exame da Ordem, a meu juízo, é uma evidência das deformações do ensino brasileiro, que forma profissionais, não somente na área do direito – nas demais profissões também, e não tem compromisso e responsabilidade pela sua qualificação ao colocá-los no mundo do trabalho.

Meu comentário não atinge quem luta contra os mecanismos instituídos para filtrar os profissionais que atuam no ramo do Direito, e que impõem barreiras ao exercício profissional, e sim, ao agente certificador – Universidade e Ministério de Educação, que se omitem de garantir a formação de profissionais qualificados.

Minha convicção é de que os estudantes, bacharéis e advogados, poderiam requerer o fim do exame da Ordem, mas também, em contrapartida, exigirem ensino de ciências jurídicas de melhor qualidade. Fechar os olhos para os cursos superiores que proliferam no país, criados, muitas vezes, exclusivamente para atender interesses econômicos, não me parece ser um caminho adequado.

Valho-me de quem entende de Direito, o articulista citado, para embasar a minha posição. Aprendi, desde muito cedo, a respeitar e admirar as pessoas que pensam diferente de mim, gostaria de continuar tendo esse privilégio.

Supremo deve limitar acesso a advogados despreparados

POR ANTONIO SÉRGIO ALTIERI  DE MORAES PITOMBO

"Nesta semana, toma posse na Presidência do Supremo Tribunal Federal o Ministro Cezar Peluso, cuja vasta experiência no Judiciário, desde os tempos da magistratura paulista, indica a possibilidade de vir ele a propor reformas, legislativas inclusive, para melhoria do funcionamento dos tribunais.

Há alguns pontos que, mais e mais, têm preocupado aqueles que advogam nas cortes, pois percebem que algumas previsões legais não mais correspondem à realidade do tempo em que vivemos.

Uma mudança necessária consiste em se reconhecer que apenas profissionais mais qualificados podem exercer a advocacia nos tribunais superiores. Dever-se-ia examinar com atenção o funcionamento da Justiça em outros países, para se aquilatar a eficácia de limitar quem pode defender as causas perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.

Na verdade, tal restrição teria o condão de pôr fim ao grande número de advogados, sem mínimas condições técnicas, os quais ficam a rodear tais cortes, alguns a fazer propaganda de suposto prestígio e amizade com os julgadores.

Também é hora de melhor regular a atuação de parentes de ministros, bem assim a atividade de ex-integrantes de corte. Todos eles poderiam ser reconhecidos por méritos próprios, no entanto, precisariam demonstrar, consoante o modelo proposto, capacidade para o exercício especial dessa advocacia, tal como os demais integrantes da OAB. Além disso, teriam de reconhecer os limites aos quais se submeteriam em função do grau de proximidade a certos magistrados.

O objetivo principal da exigência de maior qualificação, a par do aspecto ético, seria facilitar o andamento dos recursos, os despachos com os magistrados e as sessões de julgamento. Vê-se que há juntadas de petições, ora impertinentes à natureza do recurso, ora em momentos indevidos.

Existem salas de espera de Ministros lotadas de pessoas que almejam falar sobre decisões muitas vezes impossíveis de serem dadas, até mesmo porque próprias do colegiado. E longas conversas se estendem sobre fatos que não importam ao deslinde da causa, nem ao conhecimento, ou provimento do recurso (ou do remédio constitucional).

Mas o embaraço se dá mesmo nas sustentações orais. Postura, oratória, técnica, objetividade, tudo acaba esquecido, o que vem a desanimar os ouvintes do monólogo de quinze minutos. Não raro vem o intróito quanto a ser a primeira vez no tribunal, o que não diminui o constrangimento frente à ausência de lógica e conhecimento jurídico para fazer a defesa oral.

Por óbvio, espera-se a crítica de parcela dos advogados a esta proposição de reforma judicial, no sentido de se criar casta, ou reserva de mercado. A resposta vem fácil à objeção, na medida em que a igualdade dever estar nas condições para se tornar um advogado de corte, porém, tão só os que estudarem, os melhores hão de poder expor e debater com os ministros os casos, em tal alto grau de jurisdição. Qual a violação a isonomia?

A quantidade de advogados, a esperteza e malícia de alguns, bem assim os problemas atuais de formação do bacharel em Direito tornam essencial, ao menos, a discussão sobre essa questão. A percepção de que o advogado se exibe essencial à Justiça, segundo a perspectiva do legislador constituinte, deve estar espelhada na competência profissional daqueles que representam a classe em cada um dos julgamentos.

Horrível sentir vergonha do outro... outro advogado. Horrível ouvir sobre a contratação de indivíduos que vendem fumaça e cinza a incautos clientes. Horrível imaginar que honorários altos são pagos a quem não merece nem mesmo integrar esta profissão de tão alta responsabilidade e honradez."

Fonte: http://www.conjur.com.br/

sábado, 17 de abril de 2010

URI - Eleição é uma questão interna

Acompanho de longe as especulações que a mídia santiaguense divulga sobre as eleições para renovação da direção da URI – Campus de Santiago. A leitura que faço, com base nesse noticiário, é de que o processo eleitoral em curso tensiona fortemente o tecido universitário, provocando ações e reações que aprofundam as divergências entre os grupos que reivindicam o controle da gestão.

Vejo com preocupação a tentativa de partidarização do processo eleitoral, não sei se gestada no corpo da universidade ou se é de iniciativa de oportunistas e aproveitadores de causas alheias. O fato é que recolho impressões, repito, de longe, de que está em marcha a tentativa de partidarização, para influir na decisão soberana da comunidade acadêmica.

Não foi esse o ambiente que sempre quis para a Universidade de Santiago quando, nos idos de 1993, participava ativamente do movimento comunitário que a conquistou para a região do Vale do Jaguari, com sede em Santiago. Sonhei com uma Universidade pluralista, sem tutela de partidos políticos, comprometida com o saber e com os avanços da ciência. Que fosse estimuladora do desenvolvimento local e regional e formada por corpo docente selecionado pela meritocracia e jamais por critérios partidário ou fisiológico.

Todos os nomes indicados para gerir nossa universidade são dignos e probos, merecem o nosso respeito. Cabe-lhes a responsabilidade de não permitir que interesses estranhos e externos ao mundo acadêmico interfiram na disputa. Professores, funcionários e alunos são os únicos atores na decisão de escolher quem tem as melhores condições para enfrentar os desafios que estão no caminho da URI, que não são poucos.

Preocupa-me a partidarização das instituições comunitárias de direito privado. Temos negativos exemplos na nossa comunidade de organizações que não privilegiaram a gestão e cederam aos interesses partidários. Sucumbiram, com prejuízos irreversíveis para a população. As cooperativas, Rural e Tritícola, são os exemplos mais significativos do fisiologismo irresponsável e inconsequente a que foram submetidas, levando-as, uma à falência e a outra, a quase insolvência, com severos prejuízos aos agricultores familiares e à própria comunidade .

A URI não pode seguir esse caminho e correr riscos!

A gestão do Poder Judiciário

Nos acostumamos a acompanhar, fiscalizar e criticar severamente as ações do Poder Executivo nas suas diferentes instâncias, federal, estadual e municipal, movidos que somos pela paixão político-eleitoral. Em contrapartida, fechamos os olhos para o funcionamento do Poder Judiciário e, ocasionalmente, prestamos atenção em alguns desmandos flagrados pela mídia no Poder Legislativo. Assim funciona o nosso senso crítico, somos impiedosos ou tolerantes com o Poder Executivo conforme as conveniências partidárias ou pessoais, pois de certa forma somos responsáveis diretos pelas nomeações dos principais gestores. Já no Poder Judiciário e Ministério Público, mais especificamente, seus quadros são constituídos por concurso público e designados gestores por processos eletivos internos, não nos despertam maiores preocupações pois os consideramos, a priori, probos e inimputáveis.

Despertou minha atenção o editorial do Jornal O Estado de São Paulo de hoje, 17, que transcrevo abaixo, ao fazer um balanço da gestão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que encerra seu mandato à frente daquela corte na próxima semana, expondo, com muita clareza, as principais ações desenvolvidas pela instituição, sob o comando do ministro Mendes, que tem profundas repercussões no ordenamento das instituições, das relações entre os poderes, da garantia dos direitos individuais do cidadão e dos valores mais caros da democracia brasileira. Vale a pena ler o texto abaixo.


Gostem ou não, STF colocou as coisas nos trilhos

"O balanço da gestão do ministro Gilmar Mendes à frente do Supremo Tribunal Federal (STF), que se encerra na próxima semana com a posse do novo presidente da corte, ministro Cezar Peluso, é bastante positivo nos planos administrativo, jurídico e político-institucional.

No campo administrativo, Mendes expandiu o sistema de comunicação social da mais importante corte do país, obrigou os tribunais a adotar planos de racionalização de gastos, uniformizou procedimentos entre as diferentes instâncias judiciais, implantou o sistema de metas para a magistratura, desestimulou a construção de novos e luxuosos "Palácios da Justiça" e promoveu mutirões no sistema prisional. Ele também fortaleceu o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o órgão responsável pelo controle externo do Poder do Judiciário, levando-o a cobrar maior rigor das corregedorias e a aplicar sanções mais severas em juízes e desembargadores, afastados por irregularidades como omissão, nepotismo, tráfico de influência, malversação de recursos públicos e corrupção.

No plano judicial, Mendes inovou ao estabelecer critérios de prioridade para os julgamentos. Ele não hesitou em colocar na pauta de votação do plenário processos controversos, que seus antecessores tratavam com excessiva prudência, para não falar tibieza, como invasões de terras, demarcação de reservas indígenas, pesquisas com células-tronco embrionárias, monopólio estatal de serviços essenciais, sigilo bancário e extradição de terroristas estrangeiros. Sob fortes pressões de entidades religiosas, movimentos sociais, órgãos de classe, centrais sindicais, partidos e governos estrangeiros, várias dessas ações estavam há anos à espera de julgamento pelo plenário.

O saldo mais expressivo da gestão de Mendes, contudo, está nos planos jurídico e político-institucional. Em sua gestão, ele enfrentou determinados setores da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Procuradoria-Geral da República que, a pretexto de combater a corrupção e zelar pelo princípio da moralidade, vinham exorbitando acintosamente de suas prerrogativas funcionais, passando por cima da Constituição.

Por meio de operações espalhafatosas, prisões midiáticas e escutas telefônicas sem autorização judicial, delegados federais, "arapongas" e procuradores, agindo com clara motivação política, puseram em risco liberdades públicas e garantias fundamentais, o que obrigou o presidente do Supremo a agir e até a entrar em rota de colisão com o Executivo para garantir a segurança do direito.

O caso mais rumoroso de sua gestão foi a Operação Satiagraha, quando policiais e procuradores, agindo de modo articulado com juízes federais de primeira instância e com a leniência do então ministro da Justiça, Tarso Genro, afrontaram a hierarquia do Judiciário. Descontentes com as liminares e Habeas Corpus concedidos pelo Supremo a pessoas e empresas investigadas pela Polícia Federal, o grupo passou a "vazar" boatos e a divulgar falsas informações contra integrantes da Corte, com o objetivo de intimidá-los, jogando-os contra a opinião pública.

A provocação chegou ao auge em julho de 2008, quando o juiz Fausto De Sanctis mandou prender o controlador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, horas depois de ele ter sido liberado por uma decisão de Mendes. O presidente do STF levou o caso ao CNJ, criticou de modo veemente o chamado "ativismo" das instâncias inferiores da magistratura e do Ministério Público e cobrou providências do presidente da República, que afastou o delegado Paulo Lacerda da Abin. "Gostem ou não, foi o Supremo que colocou as coisas nos trilhos", disse o ministro Gilmar Mendes em entrevista ao Estado.

Os críticos de Mendes o acusam de falar fora dos autos. De fato, por diversas vezes ele discursou sobre temas políticos que não estavam em pauta no Supremo. Mas isso não anula o grande mérito de sua gestão, que foi ter modernizado a administração da Justiça, assegurado a independência das instituições judiciais e fortalecido o Estado de Direito."

Pra não dizer que não falei em pesquisas...

Tiago Recchia/Gazeta do Povo

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Brigada Militar reforça efetivo

A partir da terça-feira, 13, o Governo do Estado, através da Brigada Militar, coloca em ação 3.552 novos soldados, a maior parte destinada ao policiamento ostensivo, sendo que 240 irão atuar no Corpo de Bombeiros. O número é anunciado pela BM como a maior incorporação de uma única vez e reduz o déficit na corporação de 10.611 para 7.059 policiais militares.

A maioria dos novos policiais militares (2.080), será lotada nos comandos regionais de Porto Alegre, Canoas (Região Metropolitana), Novo Hamburgo (Vale do Sinos) e Caxias do Sul (Serra), que, sob a ótica do comandante-geral da BM, coronel João Carlos Trindade Lopes, apresentam os maiores índices de criminalidade. A região Central receberá 170 novos praças. Amanhã, a tropa será apresentada em solenidades em todo o Estado, elevando para 26.342 o número de PMs no efetivo gaúcho.

O novo grupo de PM’s que entra em operação amanhã foi contratado por meio de uma seleção que atraiu 21,1 mil candidatos. Durante os seis meses de formação, os alunos-soldados adquiriram competências nas áreas de sociologia, antropologia, psicologia e legislação, além de técnicas práticas e teóricas da polícia militar, totalizando 1,2 mil horas/aula.

Ainda não é o efetivo ideal que seria, conforme a secretaria de Segurança, de um PM para cada 350 habitantes. Com a incorporação dos  novos soldados, a relação passa a ser de um para cada 414 habitantes. Mas o Governo anuncia novo concurso, para breve.

Fonte: ZH online

O pensamento de José Serra

Destaco importantes passagens do discurso de José Serra, por ocasião do lançamento de sua pré-candidatura à presidência da República, em evento realizado  no sábado, 10, em Brasília. Conheço a trajetória de José Serra desde a época em que eu militava na política estudantil e ele era presidente da UNE. A admiração e o respeito vêm de longa data e suas palavras só corroboram o que penso e os valores pelos quais tenho dedicado minha vida e ação política:

"Democracia e Estado de Direito são valores universais, permanentes, insubstituíveis e inegociáveis. Mas não são únicos. Honestidade, verdade, caráter, honra, coragem, coerência, brio profissional, perseverança são essenciais ao exercício da política e do Poder. É nisso que eu acredito e é assim que eu ajo e continuarei agindo. Este é o momento de falar claro, para que ninguém se engane sobre as minhas crenças e valores. É com base neles que também reafirmo: o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais."

"O governo deve servir ao povo, não a partidos e a corporações que não representam o interesse público. Um governo deve sempre procurar unir a nação. De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres. Eu quero todos, lado a lado, na solidariedade necessária à construção de um país que seja realmente de todos."
"Não aceito o raciocínio do nós contra eles. Não cabe na vida de uma Nação. Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão. Pode haver uma desavença aqui outra acolá, como em qualquer família. Mas vamos trabalhar somando, agregando. Nunca dividindo. Nunca excluindo. O Brasil tem grandes carências. Não pode perder energia com disputas entre brasileiros. Nunca será um país desenvolvido se não promover um equilíbrio maior entre suas regiões. Por isso, conclamo: Vamos juntos. O desenvolvimento é uma escolha. E faremos essa escolha. Estamos preparados para isso."

"Se o povo assim decidir, vamos governar com todas e com todos, sem discriminar ninguém. Juntar pessoas em vez de separá-las; convidá-las ao diálogo, em vez de segregá-las; explicar os nossos propósitos, em vez de hostilizá-las. Vamos valorizar o talento, a honestidade e o patriotismo em vez de indagar a filiação partidária."

"Uma coisa que precisa acabar é a falsa oposição entre construir escolas e construir presídios. Muitas vezes, essa é a conversa de quem não faz nem uma coisa nem outra. É verdade que nossos jovens necessitam de boas escolas e de bons empregos, mas se o indivíduo comete um crime ele deve ser punido. Existem propostas de impor penas mais duras aos criminosos. Não sou contra, mas talvez mais importante do que isso seja a garantia da punição. O problema principal no Brasil não são as penas supostamente leves. É a quase certeza da impunidade. Um país só tem mais chance de conseguir a paz quando existe a garantia de que a atitude criminosa não vai ficar sem castigo."

"O Brasil está cada vez maior e mais forte. É uma voz ouvida com respeito e atenção. Vamos usar essa força para defender a autodeterminação dos povos e os direitos humanos, sem vacilações. Eu fui perseguido em dois golpes de estado, tive dois exílios simultâneos, do Brasil e do Chile. Sou sobrevivente do Estádio Nacional de Santiago, onde muitos morreram. Por algum motivo, Deus permitiu que eu saísse de lá com vida. Para mim, direitos humanos não são negociáveis. Não cultivemos ilusões: democracias não têm gente encarcerada ou condenada à forca por pensar diferente de quem está no governo. Democracias não têm operários morrendo por greve de fome quando discordam do regime."

"O Brasil não tem dono. O Brasil pertence aos brasileiros que trabalham; aos brasileiros que estudam; aos brasileiros que querem subir na vida; aos brasileiros que acreditam no esforço; aos brasileiros que não se deixam corromper; aos brasileiros que não toleram os malfeitos; aos brasileiros que não dispõem de uma "boquinha"; aos brasileiros que exigem ética na vida pública porque são decentes; aos brasileiros que não contam com um partido ou com alguma maracutaia para subir na vida."

"O grande escritor mineiro Guimarães Rosa, escreveu: O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Concordo. É da coragem que a vida quer que nós precisamos agora. Coragem para fazer um projeto de País, com sonhos, convicções e com o apoio da maioria. Juntos, vamos construir o Brasil que queremos, mais justo e mais generoso. Eleição é uma escolha sobre o futuro. Olhando pra frente, sem picuinhas, sem mesquinharias, eu me coloco diante do Brasil, hoje, com minha biografia, minha história política e com . esperança no nosso futuro. E determinado a fazer a minha parte para construir um Brasil melhor. Quero ser o presidente da união. Vamos juntos, brasileiros e brasileiras, porque o Brasil pode mais."

sábado, 10 de abril de 2010

O filho de um brasileiro! II

Destaco o comentário de Nivia Andres...

"Compartilho da tua emoção ao destacar esta bela frase do discurso de José Serra. Certamente nos lembramos do esforço de nossos pais, verdadeiros brasileiros, que muito trabalharam para que pudéssemos estudar. Meu pai carregava madeira para que seus filhos pudessem carregar caixas de livros. Ele mesmo as comprava e as depositava aos nossos pés, como tesouros! Ele, assim como muitos outros bons pais brasileiros, entendeu que só a educação transforma e prepara para a vida, dá alternativas.

Foi emocionante ouvir Serra, hoje, no evento de lançamento de sua pré-candidatura a presidente da República. Ele é um bom brasileiro, um bom filho do Brasil, seguindo o exemplo de seu pai e dos nossos pais!"

...Para dizer que não foi somente esta frase de Serra que me causou profunda emoção, foi o conjunto da obra pois, ao assistir os discursos de hoje, pela PSDB TV, na internet, de Fernando Henrique, Aécio Neves e José Serra, em muitos momentos, senti as mesmas emoções que empolgaram a minha luta política em alguns momentos memoráveis da vida brasileira, como nas campanhas em que lutávamos por democracia, liberdade de expressão e eleições diretas, que culminaram com a eleição de Tancredo Neves. A possibilidade de fazer campanha para eleger José Serra me devolve a emoção, o idealismo e a esperança de que é possível, através do exercício da política com honra, construir uma sociedade mais justa e mais fraterna, com oportunidades para todos.

O filho de um brasileiro!


“MEU PAI CARREGAVA CAIXA DE FRUTAS PARA QUE UM DIA EU PUDESSE CARREGAR CAIXAS DE LIVROS”


José Serra, durante discurso no lançamento da pré-candidatura pelo PSDB/PPS/DEM, em Brasília, sábado, 10/4/2010.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Esperando Leonardo


Afastando momentaneamente o foco do momento político conturbado da época pré-eleitoral, uma boa notícia: Obras de Leonardo Da Vinci, um dos maiores gênios da humanidade, entre telas, desenhos e reproduções, poderão ser apreciadas pelos gaúchos em 2011, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), segundo  informação do embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, que cumpriu agenda oficial no estado, ontem, para divulgação do Momento Itália-Brasil 2011/2012.

O Ano da Itália no Brasil deve iniciar em outubro de 2011 e se estender até o segundo semestre de 2012. Nesse período, os festejos irão integrar-se, também, à Festa da Uva, em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. “Mais de 30% dos nossos descendentes estão no Rio Grande do Sul, por isso nosso olhar estará voltado aos gaúchos”, explicou La Francesca, frisando que o evento será realizado principalmente no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

A expectativa da Embaixada da Itália é envolver 25 milhões de descendentes de italianos em todo o Brasil, com especial atenção aos jovens e às mulheres.

Além de promover relações comerciais entre os dois países, a programação do “Momento Itália-Brasil” pretende consolidar os sentimentos de simpatia e afinidade entre as duas nações. “Queremos promover eventos de alto nível intelectual, porém caracterizados pela ampla difusão popular no país inteiro”, acrescentou o embaixador italiano.

Aguardemos.

Imagem: Tela Dama com Ermelino
Fonte: Joana Colussi / Correio do Povo

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Educação profissional


Escolas técnicas terão plano de carreira específico


As 148 escolas técnicas da rede de ensino do Estado irão ter ainda este ano um plano de carreira específico para professores e servidores. A garantia foi dada na manhã desta quinta-feira, 1º, pelo secretário estadual da Educação, Ervino Deon, durante visita a Escola Técnica de Agricultura (ETA), de Viamão, juntamente com o presidente da Assembléia Legislativa Geovani Cherini. 

- Estamos trabalhando num plano de carreira próprio para os funcionários de escolas técnicas para apresentar à Assembléia Legislativa ainda este ano. Não se podem generalizar assuntos do ensino público quando se tem escolas regulares, com funções muito distintas, como é o caso da formação profissional, explicou o secretário. 

Ex-alunos da ETA, Deon e Cherini se reuniram com o diretor da escola, Evandro Cardoso, e o presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul, Carlos Dinarte Coelho. Prestes a completar 100 anos de existência, a ETA de Viamão tem hoje 510 alunos matriculados nos ensinos médio e fundamental, e já iniciou os preparativos para a festa do centenário que acontecerá dia 7 de novembro.   

A Secretaria da Educação, através de um convênio assinado no último dia 29 de março com o Ministério da Educação, irá investir R$ 32 milhões em reformas e ampliações de 63 escolas técnicas gaúchas. Para a ETA, serão aplicados cerca de R$ 3,5 milhões ainda em 2010. Outros R$ 6 milhões serão destinados para a construção de uma nova escola técnica em Alvorada.

Publicado no site:www.seduc.rs.gov.br

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Parceria garante recursos para educação profissional gaúcha


O secretário estadual da Educação, Ervino Deon, assinou em Brasília, nesta terça-feira, 30, convênios no valor aproximado de R$ 40 milhões para a Educação no Estado. Serão beneficiadas 63 escolas técnicas com reformas e melhorias com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a construção de uma nova escola profissional em Alvorada. Para cinco escolas indígenas do RS, uma parceria entre o governo gaúcho e o Governo Federal garante repasses de R$ 3 milhões para a construção de novos prédios escolares nas escolas estaduais localizadas nas reservas.

Para a nova escola de educação profissional que será construída em Alvorada, o investimento será de R$ 5,7 milhões para a construção de um prédio com área de 12 mil m². No projeto, constam 12 salas de aula, oito laboratórios, ginásio de esportes, cozinha, refeitório, espaços administrativos e auditório. O terreno, localizado no Bairro Umbu, foi doado pela prefeitura municipal de Alvorada. Entre os cursos que serão oferecidos na escola estão Administração e Informática. 

O secretário Ervino Deon, justifica a obra uma que vez que o Governo do Estado identificou a necessidade de instalação da escola técnica profissional depois de realizar levantamento socioeconômico da região. Segundo Deon, a parceria entre Município, Estado e União está materializando um desejo antigo de Alvorada. 

- Com o espaço oferecido pela prefeitura, a estrutura da rede estadual e os recursos federais para construção, devemos a partir de agora começar o levantamento para identificar as reais necessidades do município em relação à mão-de-obra e quais os cursos que Alvorada mais necessita, observou o secretário. 

ESCOLAS INDÍGENAS 

Para as escolas indígenas, Ervino Deon assinou convênio no valor de R$ 3 milhões, junto ao FNDE, para a execução de obras de reformas, melhorias e ampliação de escolas. A partir da iniciativa, serão construídos cinco novos prédios para melhorar a estrutura de escolas estaduais em reservas Kaingang e Guarani. Os projetos, elaborados pelo Governo do Estado, estão prontos desde 2007 e aguardam apenas o envio da verba por parte do FNDE. Serão beneficiados cerca de 740 alunos indígenas. 

Deon explicou que os novos prédios irão substituir estruturas que, atualmente, não comportam mais a demanda de matrículas ou ainda que apresentam instalações precárias, oriundas da falta de manutenção nas últimas três décadas. O secretário destacou, ainda, que as construções irão respeitar pré-requisitos indicados no Projeto Escola Legal, ação que integra o Programa Estruturante Boa Escola para Todos, do Governo do Estado.