sábado, 17 de abril de 2010

URI - Eleição é uma questão interna

Acompanho de longe as especulações que a mídia santiaguense divulga sobre as eleições para renovação da direção da URI – Campus de Santiago. A leitura que faço, com base nesse noticiário, é de que o processo eleitoral em curso tensiona fortemente o tecido universitário, provocando ações e reações que aprofundam as divergências entre os grupos que reivindicam o controle da gestão.

Vejo com preocupação a tentativa de partidarização do processo eleitoral, não sei se gestada no corpo da universidade ou se é de iniciativa de oportunistas e aproveitadores de causas alheias. O fato é que recolho impressões, repito, de longe, de que está em marcha a tentativa de partidarização, para influir na decisão soberana da comunidade acadêmica.

Não foi esse o ambiente que sempre quis para a Universidade de Santiago quando, nos idos de 1993, participava ativamente do movimento comunitário que a conquistou para a região do Vale do Jaguari, com sede em Santiago. Sonhei com uma Universidade pluralista, sem tutela de partidos políticos, comprometida com o saber e com os avanços da ciência. Que fosse estimuladora do desenvolvimento local e regional e formada por corpo docente selecionado pela meritocracia e jamais por critérios partidário ou fisiológico.

Todos os nomes indicados para gerir nossa universidade são dignos e probos, merecem o nosso respeito. Cabe-lhes a responsabilidade de não permitir que interesses estranhos e externos ao mundo acadêmico interfiram na disputa. Professores, funcionários e alunos são os únicos atores na decisão de escolher quem tem as melhores condições para enfrentar os desafios que estão no caminho da URI, que não são poucos.

Preocupa-me a partidarização das instituições comunitárias de direito privado. Temos negativos exemplos na nossa comunidade de organizações que não privilegiaram a gestão e cederam aos interesses partidários. Sucumbiram, com prejuízos irreversíveis para a população. As cooperativas, Rural e Tritícola, são os exemplos mais significativos do fisiologismo irresponsável e inconsequente a que foram submetidas, levando-as, uma à falência e a outra, a quase insolvência, com severos prejuízos aos agricultores familiares e à própria comunidade .

A URI não pode seguir esse caminho e correr riscos!

Nenhum comentário: