O Jornal Expresso Ilustrado na edição desta semana, 3, publicou importante reportagem sobre as atividades do Asilo Santa Isabel, destacando diversos aspectos do funcionamento da instituição benemerente desde a capacidade de alojamento, atendimento social, acesso aos serviços de saúde, formas de financiamento dos serviços, projeto de expansão e sobre a existência de divergências conceituais com técnicos da URI - Campus de Santiago, sobre os serviços prestados.
Aduziu a matéria sobre a existência de 70 pessoas internas, com idades variáveis até 105 anos, quantitativo superior ao limite ideal de 50 internos, contando com serviços permanentes de 18 profissionais. Conheço o trabalho dedicado e competente realizado pela direção do Asilo, liderado por muito tempo pelo empresário Irmo Sagrilo e nos últimos anos pelos atuais dirigentes da entidade, João Nelson Machado e Pedro Perassolo e colaboradores. Sei do apoio material prestado anonimamente por inúmeros santiaguenses, bem como do apoio institucional da Prefeitura Municipal de Santiago, que concorre com servidores públicos cedidos, além dos demais serviços concernentes.
A minha intervenção no assunto decorre de dado publicado no semanário, de que 10 por cento da população de Santiago é formada por idosos, seriam portando aproximadamente 4.900 o número de pessoas com idade superior a 60 anos. Os dados do IBGE apontam números superiores a 16 por cento, conforme tabela abaixo:
A minha intervenção no assunto decorre de dado publicado no semanário, de que 10 por cento da população de Santiago é formada por idosos, seriam portando aproximadamente 4.900 o número de pessoas com idade superior a 60 anos. Os dados do IBGE apontam números superiores a 16 por cento, conforme tabela abaixo:
Estratificação da população de Santiago: Censo Demográfico de 2010:
FAIXA
ETÁRIA
|
HABITANTES
|
ACUMULADO
|
0-4
anos
|
2.708
|
|
5-9
anos
|
3.160
|
5.688
|
10-14
anos
|
3.831
|
9.699
|
15-19
anos
|
4.123
|
13.822
|
20-24
anos
|
3.872
|
17.694
|
25-29
anos
|
3.605
|
21.299
|
30-39
anos
|
6.638
|
27.937
|
40-49
anos
|
7.202
|
35.139
|
50-59
anos
|
5.860
|
40.999
|
60-69
anos
|
4.344
|
45.343
|
70 ou + anos
|
3.728
|
49.071
|
Numa simples observação da tabela acima verifica-se que a população de pessoas consideradas idosas do ponto de vista legal é de 8.072. Todavia a mesma legislação brasileira estabelece que a idade mínima para aposentadoria para homens é de 65 anos e de 60 anos para as mulheres. Para efeitos práticos vamos considerar apenas a população com idade superior a 70 anos, 3.728 pessoas, que efetivamente requerem cuidados especiais e vigilância permanente dos familiares e dos serviços públicos de saúde e assistência social. Este público é equivalente à população de crianças de 04 anos que demandam cuidados especiais dos familiares e a obrigatoriedade de oferta de creches públicas.
As políticas públicas e sociais de amparo aos idosos não podem se limitar à oferta de serviços de saúde e eventuais programas de lazer e recreação por livre adesão. É preciso levar em conta a realidade da estrutura familiar, renda e convívio para determinar a oferta e a natureza do atendimento. Famílias de alto poder aquisitivo têm boas condições de oferecer qualidade de vida para seus idosos contratando enfermeiros, cuidadores ou hospedando-os em casas especializadas. Contudo as que não tem renda para obter serviços de terceiros e nem disponibilidade de membros para prestar o necessário e indispensável atendimento aos idosos portadores de necessidades especiais, como ficam? Há indícios de que muitos idosos aposentados são submetidos a toda a sorte de constrangimentos, que muitas vezes seus pretensos cuidadores dependem dessa renda para também sobreviverem, pois ficam impossibilitados de exercem outras atividades remuneradas.
O Asilo Santa Isabel cumpre um papel importante, mas não é suficiente para suprir as demandas e as reais necessidades de uma população crescente em quantidade e em exigências de acesso a bens e produtos culturais, lazer, ócio criativo, enfim, qualidade de vida e ambiente digno. Há que repensar e reorientar as políticas públicas de apoio aos idosos e o papel que deve ser exercido pelos poderes públicos, universidades, organizações sociais filantrópicas e privadas na proteção integral e responsável dos nossos estimados anciãos.
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