O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou que o Brasil vai levar à Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontece em Copenhague, de 7 a 18 de dezembro, a proposta para que a recuperação de áreas de deserto, com a absorção de carbono da atmosfera, contabilize créditos e recursos para os países que adotarem a iniciativa.
“Antes os países ricos quando falavam da redução das emissões em geral, pensavam basicamente nos combustíveis fósseis e no desmatamento. Mas quando o solo vai sendo degradado de semiárido para árido e de árido para desertificado, é liberada uma quantidade brutal de carbono”, disse Minc.
Minc destacou que a Conferência sobre Desertificação está em um “estado de indigência” por incluir, principalmente, aqueles países onde existe “vulnerabilidade social e do meio ambiente, como as favelas”. Para o ministro, a recuperação do solo poderia possibilitar o cultivo de alimentos, o que ajudaria a solucionar problemas de países mais vulneráveis à fome. Minc destacou, também, que uma maior produção de alimentos nestes países ajudaria a combater problemas causados pela imigração e destacou o êxodo da comunidade africana para países europeus.
Hoje há crédito para diminuição do desmatamento e até para substituição de uma máquina a carvão, mas não há o benefício para quem recupera o solo degradado, observou o ministro.
Ao apresentar a proposta durante a 9ª Conferência sobre Desertificação das Nações Unidas (COP 9), em Buenos Aires, Minc asseverou que existem técnicas de recuperação dessas áreas, como a adubação verde - que faz o solo, recuperado, “sugar” o carbono da atmosfera e colocá-lo debaixo da terra.
O ministro considera que a ideia de créditos para recuperação de deserto foi bem recebida e aplaudida pelos participantes, a maioria de países africanos. A proposta também foi apresentada aos ministros do Meio Ambiente do Mercosul. Pelas manifestações favoráveis, a proposta brasileira deverá ser incluída no documento final do COP9.
Minc destacou que a Conferência sobre Desertificação está em um “estado de indigência” por incluir, principalmente, aqueles países onde existe “vulnerabilidade social e do meio ambiente, como as favelas”. Para o ministro, a recuperação do solo poderia possibilitar o cultivo de alimentos, o que ajudaria a solucionar problemas de países mais vulneráveis à fome. Minc destacou, também, que uma maior produção de alimentos nestes países ajudaria a combater problemas causados pela imigração e destacou o êxodo da comunidade africana para países europeus.
Em sua palestra, Minc voltou a destacar a disposição do Brasil em realizar o que chamou de “ecosolidariedade”, com a transferência de serviços, tecnologia e conhecimento para os países africanos que queiram recuperar ou proteger o seu meio ambiente, através do monitoramento das regiões por satélites brasileiros e ainda, ajuda na construção de cisternas para armazenar água da chuva. Moçambique, Quênia e Burkina Faso demonstraram interesse em participar.
O ministro revelou, ainda, que o Brasil chegará em Copenhague confirmando a condição de país que concretiza ações em favor do meio ambiente, esclarecendo que será aprovada, no fim de outubro, lei que cria o fundo de mudanças climáticas, com 10% do lucro do petróleo. “O Brasil será o primeiro país a chegar em Copenhague com um fundo de mudanças climáticas, originado de um combustível fóssil”, destacou.
O ministro defendeu que seja criado um fundo, em Copenhague, com recursos dos países ricos, de cerca de US$ 400 bilhões anuais para questões do clima, incluindo mitigação, redução de emissões, investimentos dos países em desenvolvimento para ‘descarbonizarem’ suas economias, com energia de baixo carbono e redução das emissões e do desmatamento, reservando uma parte dos recursos para o combate à desertificação.
Fonte: BBC Brasil
Fonte: BBC Brasil
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