A cassação de um prefeito eleito é sempre um processo traumático para a vida de uma comunidade. As eleições transcorreram sob a supervisão da Justiça Eleitoral e as urnas apontaram o vencedor. O novo mandatário tomou posse, organizou seu governo e nove meses depois, seu mandado é extinto. Novas eleições são convocadas. Lamento pelo Moisés, por quem tenho estima, embora não o tenha apoiado. Felizmente, a Justiça existe para garantir a lisura dos pleitos, se o processo não foi correto, faça-se novamente outra eleição. É o caso.
As coligações anunciadas para a nova contenda, conforme veiculado na mídia, reproduzirão a lógica dos acordos partidários que constituem a governança do Estado e do nosso País, portanto nada a estranhar, senão vejamos: No Rio Grande do Sul, a sustentação do GovernoYeda Crusius é constituída basicamente pelo PSDB, PP, PPS, PTB e PMDB. Já no Governo Luiz Inácio Lula da Silva, a base parlamentar é formada pelo PT, PP, PDT, PMDB e PTB.
Na prática, os candidatos a prefeito em Unistalda, que se digladiarão nas próximas semanas, terão na cabeça de chapa o PP aliados ao PDT e PT; no outro polo o PMDB somado com PSDB, PTB e PPS partidos que integram a base política de Yeda e o do Lula, ocupando, em ambos governos, diversas secretarias e vários ministérios.
As preocupações de alguns militantes do PSDB sobre uma tentativa de acordo com o PP em Unistalda, objeto de um comentário postado nesse blog, não se justificam, pois sua base de referência é o histórico das rivalidades partidárias existentes em Santiago, entre a antiga ARENA, depois PDS, PPB e agora PP com o antigo MDB, agora PMDB, PDT, PT, se bem que hoje a composição desses partidos não mais obedece à tradição arenista e emedebista. As atuais militâncias se confundem, em maior ou menor intensidade, quanto à sua origem histórica.
Não há mais razões partidárias para impedir alianças eleitorais; razões ideológicas, sim, ainda podem pautar a decisão sobre coligações – cada vez mais distantes. O cenário nacional é rico em evidências e contrastes - partidos ideologicamente considerados de esquerda se unem com os opostos em nome da governabilidade; inimigos de ontem são aliados incondicionais de hoje.
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