As mudanças tecnológicas nos processos de produção na agricultura avançam de forma extraordinária no nosso país, exigindo constante aperfeiçoamento dos agentes que atuam no setor. Produtores, fabricantes de máquinas e insumos e, especialmente, os profissionais dos serviços de assistência técnica e extensão rural.
Durante a última Expodireto, em Não Me Toque (RS), dois fabricantes gaúchos de equipamentos para agricultura de precisão foram destaques, JAM e STARA, demandando junto aos poderes públicos a instalação de cursos técnicos para habilitar profissionais capazes de orientar a aplicação das novas tecnologias.
Agora, o mesmo aconteceu na Agrishow, em Ribeirão Preto, feira congênere, onde a Embrapa divulgou suas atividades de pesquisa na difusão da agricultura de precisão. A entidade, desde o final de 2009, realiza, em 19 centros de pesquisa existentes no País, o programa Rede de Agricultura de Precisão, com objetivo de difundir a agricultura de precisão como a tecnologia que pode trazer benefícios econômicos ao agricultor e também gerar menor impacto negativo ao ambiente. Essa rede deverá produzir, em quatro anos, um levantamento detalhado do que está sendo realizado no ramo, em propriedades rurais brasileiras.
O coordenador da rede, pesquisador Ricardo Inamasu, da Embrapa Instrumentação Agropecuária, de São Carlos (SP), apresentou os primeiros resultados desse trabalho aos representantes de empresas fabricantes de máquina, implementos e de insumos agrícolas, durante a 17.ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), realizada recentemente em Ribeirão Preto (SP).
Segundo o pesquisador, o uso da agricultura de precisão proporcionará ao produtor melhor aproveitamento de sua propriedade, pois os equipamentos de precisão disponíveis (alguns ainda importados) fornecem dados que podem facilitar o uso racional de insumos (sementes, adubo e defensivos) no cultivo das principais culturas.
Chamou a atenção o exemplo apresentado da tecnologia denominada Mapa de Condutividade Elétrica do Solo, que consiste em usar equipamentos acoplados aos implementos agrícolas, que permitem identificar a variabilidade do solo, nas diferentes partes da lavoura. Essa metodologia possibilita ao produtor aplicar mais adubação numa determinada área que necessita desse insumo, ou reduzir a distribuição em outra gleba, evitando o desperdício. Assim, pode-se também ter maiores ganhos de produtividade pela redução de gastos com insumos e maior uniformidade na fertilização do solo.
Os especialistas da Embrapa voltarão a apresentar mais informações sobre os estudos em andamento, em suas unidades de pesquisas, durante o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (Conbap), que será realizado em Ribeirão Preto, entre 27 e 29 de setembro do corrente.
Estas novas tecnologias exigem respostas imediatas dos sistemas de educação profissional, público e privado, formando profissionais com as habilidades e competências necessárias a esse novo promissor mercado de trabalho.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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