sábado, 8 de maio de 2010

Embrapa divulga agricultura de precisão

As mudanças tecnológicas nos processos de produção na agricultura avançam de forma extraordinária no nosso país, exigindo constante aperfeiçoamento dos agentes que atuam no setor. Produtores, fabricantes de máquinas e insumos e, especialmente, os profissionais dos serviços de assistência técnica e extensão rural.

Durante a última Expodireto, em Não Me Toque (RS), dois fabricantes gaúchos de equipamentos para agricultura de precisão foram destaques, JAM e STARA, demandando junto aos poderes públicos a instalação de cursos técnicos para habilitar profissionais capazes de orientar a aplicação das novas tecnologias.

Agora, o mesmo aconteceu na Agrishow, em Ribeirão Preto, feira congênere, onde a Embrapa divulgou suas atividades de pesquisa na difusão da agricultura de precisão. A entidade, desde o final de 2009, realiza, em 19 centros de pesquisa existentes no País, o programa Rede de Agricultura de Precisão, com objetivo de difundir a agricultura de precisão como a tecnologia que pode trazer benefícios econômicos ao agricultor e também gerar menor impacto negativo ao ambiente. Essa rede deverá produzir, em quatro anos, um levantamento detalhado do que está sendo realizado no ramo, em propriedades rurais brasileiras.

O coordenador da rede, pesquisador Ricardo Inamasu, da Embrapa Instrumentação Agropecuária, de São Carlos (SP), apresentou os primeiros resultados desse trabalho aos representantes de empresas fabricantes de máquina, implementos e de insumos agrícolas, durante a 17.ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), realizada recentemente em Ribeirão Preto (SP).

Segundo o pesquisador, o uso da agricultura de precisão proporcionará ao produtor melhor aproveitamento de sua propriedade, pois os equipamentos de precisão disponíveis (alguns ainda importados) fornecem dados que podem facilitar o uso racional de insumos (sementes, adubo e defensivos) no cultivo das principais culturas.

Chamou a atenção o exemplo apresentado da tecnologia denominada Mapa de Condutividade Elétrica do Solo, que consiste em usar equipamentos acoplados aos implementos agrícolas, que permitem identificar a variabilidade do solo, nas diferentes partes da lavoura. Essa metodologia possibilita ao produtor aplicar mais adubação numa determinada área que necessita desse insumo, ou reduzir a distribuição em outra gleba, evitando o desperdício. Assim, pode-se também ter maiores ganhos de produtividade pela redução de gastos com insumos e maior uniformidade na fertilização do solo.

Os especialistas da Embrapa voltarão a apresentar mais informações sobre os estudos em andamento, em suas unidades de pesquisas, durante o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (Conbap), que será realizado em Ribeirão Preto, entre 27 e 29 de setembro do corrente.

Estas novas tecnologias exigem respostas imediatas dos sistemas de educação profissional, público e privado, formando profissionais com as habilidades e competências necessárias a esse novo promissor mercado de trabalho.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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