Ontem o presidente Lula foi feroz adversário do senador e ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL), como a foto de 1992 mostrando Lula junto aos caras pintadas, participando das manifestações pelo impeachment de Collor, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Hoje...
As mudanças de posição política e a reconciliação de adversários históricos fazem parte da normalidade e dahistória do processo político universal. Vivenciei intensamente esse processo, muitos fatos, em Santiago, Rio Grande do Sul e Brasil. Tive companheiros e adversários políticos ao longo das últimas décadas, muitos ferrenhos e leais, outros nem tanto; da mesmo forma fui adversário de outros tantos, com diferentes intensidades. Nunca tive dificuldade de reestabelecer relações políticas com adversários construídos no campo das ideias, mas confesso que tenho imensa dificuldade aceitar acordos com quem divergi por razões éticas.
O que está em jogo neste momento, na vida nacional, é a motivação das diferenças no passado, entre Lula e Collor, em contraste com as razões de que justificam a aliança de agora.
Será a tal de governabilidade? Será a fragilidade dos valores políticos de ambos? Ou serão as semelhanças procedimentais históricas que os unem?
Refletir é preciso, conciliar não é preciso! Esta frase foi inspirada em duas personalidades - o poeta Fernado Pessoa e um símbolo da luta democrática, Ulisses Guimarães.
Um comentário:
hoje, em nome da governabilidade, se faz qualquer "trampo", com qualquer tipo de pessoa. Isso não é governar. Um governante que faz isso, enfraquece seu governo e engessa todos os poderes, até o ponto de um dia se tornar ingovernável e ruir.Ingovernável porque cai em descrédito. Ingovernável porque vira bagunça. Ingovernável porque termina com a oposição. E aí começa a decadência e a ruína.
Quanto à ética, eu o admiro por ser um dos poucos políticos que a tem e concordo: é preferível enfrentar oposição, do que unir-se ou calar pessoas sem ética. Essas não tem lado, vão para onde o olho cresce.
Jane
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