O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), autor da proposição que pretende chamar a atenção do governo e da sociedade para um problema crônico no campo, que pode inviabilizar a produção nacional; diz que sem um seguro rural eficiente, que garanta renda aos agricultores, dificilmente conseguiremos resolver esse problema. Por isso, mais uma vez precisamos discutir medidas que amenizem a situação e deem condições de pagamento dos débitos, poisnos anos 90 as contas da agricultura não passavam de R$ 25 bilhões, atualmente o valor ultrapassa R$ 130 bilhões. “Alguma coisa está errada nesse processo, ressalta o deputado.”
A notícia acima me estimula a fazer um comentário sobre o assunto, pois é sabido que o deputado Luis Carlos Heinze tem se caracterizado, no Congresso Nacional, como um dos principais negociadores do endividamento do setor rural brasileiro nestas duas últimas décadas, desempenho que lhe confere sucessivas reeleições com recordes de votação, mas, igualmente, não descuida de apoiar os municípios da sua base parlamentar. É bom ouvir que esse estado de coisa não pode continuar e que alguma atitude definitiva precisa ser tomada para estancar esse processo de endividamento crescente do setor rural, que contribui, de certa forma, para desarrumar ainda mais o processo produtivo brasileiro.
Não basta mais prorrogar dívidas e nem anistiá-las como alguns desejam, é preciso alterar a política de crédito para a agropecuária em muitos aspectos: o primeiro deles, o gerenciamento governamental tem que estabelecer com clareza quando, quanto e onde produzir as safras para exportação e abastecimento interno; o segundo, seria a reformulação das linhas de financiamento para custeio e investimento, adequando os custos financeiros e a sua liberação com suficiência e oportunidade; o terceiro, a seleção do público beneficiário do crédito agrícola, não tolerando mais que a aventura, a especulação, a ineficiência, o amadorismo e a fraude continuem sendo financiadas e depois prorrogados os empréstimos ad infinitum, tanto do agronegócio quanto da agricultura familiar.
O quarto, estabelecer novos mecanismos de assistência técnica e gerencial, com controle externo, para assistir efetivamente, monitorar e auditar a aplicação dos financiamentos e dos seus resultados; o quinto, a regulação e controle da qualidade e preços dos insumos, máquinas e bens que formam a base dos custos de produção; e, ainda, uma política de preços mínimos e seguro agrícola, como instrumentos efetivos de estímulo e controle das safras de interesse estratégico para o País.
2 comentários:
não seria interessante incluir, entre as propostas, o protecionismo do estado? Acho que o governo deveria bancar parte da produção, como o ocorre nos EUA.
Gilson
Eu sou de São Borja e por pura ignorância, votei duas vezes nesse Heinze. Nunca mais, não é político bom, muito pelo contrário.
A.
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