sexta-feira, 19 de abril de 2013

FERROVIA NORTE-SUL: DEBATE EM VENÂNCIO AIRES



O traçado inicial da Ferrovia Norte-Sul previa a construção de 1.574 quilômetros de trilhos, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás, interligando Açailândia (MA) e Anápolis (GO). Com a Lei nº 11.297, de 09 de maio de 2006, da Presidência da República, que incorporou o trecho Açailândia/MA-Barcarena/PI ao traçado inicialmente projetado, e com a Lei nº 1.772, de 17 de setembro de 2008, o traçado foi estendido à cidade paulista de Panorama. 

O trecho ferroviário ligando as cidades maranhenses de Estreito e Açailândia já está concluído e em operação comercial desde 1996. Este traçado se conecta à Estrada de Ferro Carajás e permite o acesso ao Porto de Itaqui, em São Luís. No Estado do Tocantins foram concluídos e estão em operação os trechos que interligam Açailândia (Maranhão) com Palmas/Porto Nacional (Tocantins). Em outros trechos, entre Palmas e Anápolis/GO e Ouro Verde/GO e Estrela D′Oeste/SP, com 680 km, as obras foram iniciadas em 2011. 

Entre Açailândia/MA e Estrela d’Oeste/SP serão 2.254 km de extensão. O governo elabora estudos e projetos para o trecho entre Estrela d’Oeste/SP e Panorama/SP, com 220 km. A previsão do governo federal é de que a ligação ferroviária Pará – São Paulo, com 2.760 quilômetros, esteja concluída em 2014. 


Nos Estados do Sul, o prolongamento da ferrovia Norte-Sul teve o seu primeiro e decisivo passo em 2012, quando o ministro dos Transportes assinou a autorização para a licitação do projeto técnico-ambiental do traçado gaúcho, do catarinense e do paranaense da Ferrovia Norte-Sul.

O traçado, no Rio Grande do Sul, deverá passar por Erechim, Passo Fundo, Roca Salles, Triunfo, Camaquã, Pelotas, até o Porto de Rio Grande. Mas atento aos investimentos do governo federal para ampliação e modernização da malha ferroviária, o prefeito Airton Artus, líder de uma Comissão Pró-Ferrovias, promoverá uma reunião-almoço, em 26 do corrente, em Venâncio Aires, para constituir uma associação estadual a fim de debater o assunto com o governo federal e fortalecer as reivindicações regionais. 

É importante destacar que há duas demandas distintas, a da Frente Parlamentar das Ferrovias, que tem na vice-presidência o deputado federal Jerônimo Goergen, que quer a ampliação do traçado até Uruguaiana, e a da Comissão liderada pelo prefeito Artus que reivindica um traçado pelo centro do Estado, que contemple as regiões produtoras e exportadoras dos vales do Taquari, Rio Pardo e a região Norte. 

Entendo que a região Centro-Oeste não pode ficar à margem dessa reivindicação, nossos líderes políticos e empresariais deveriam acompanhar com mais atenção esse debate que se trava no Rio Grande do Sul. A retomada do modal ferroviário vai reduzir o custo dos transportes, o consumo de combustíveis, os pesados ônus de manutenção das rodovias e os índices de acidentes nas estradas. 

Não tenho dúvidas de que a ferrovia, num futuro não muito distante, voltará a ocupar a primazia do transporte de cargas pesadas, a exemplo do que ocorre em muitos países.

Fonte: http://www.transportes.gov.br e Jornal Zero Hora

Um comentário:

Leoni disse...

”Alternativa tecnicamente melhor entre Anápolis-GO e Panorama-SP de expansão e trajeto da ferrovia Norte Sul EF-151.”

1ª fase Interligar a ferrovia N/S em GO com a FCA existente passando pelas cidades de Araguari, Uberlândia, Uberaba-MG que hoje se encontram operando somente em bitola métrica, com a implantação de bitola mista, até o ponto que se encontram com a bitola larga em Campinas-SP.

2ª fase Interligar em linha paralela com a N/S passando por Anápolis, Itumbiara-GO, Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal-MG e adentrando pelo centro norte de SP na cidade de Colômbia, e seguindo por Barretos, Bebedouro, Jaboticabal, até Araraquara -SP, por uma ferrovia existente já em bitola 1,6 m, ambos os trajetos (fases) como função de linhas troncos.

Fica aí já definida uma potencial rota para trens regionais de passageiros de médio e longo percurso São Paulo - Brasília, passando por muitas destas cidades citadas entre outras, além de um trajeto coerente para cargas, (dupla função) com o fator de sazonalidade igual a zero.

Ligação MG com o porto da Bahia via Pirapóra, utilizando parte de trechos desativados no passado pela RFFSA.

Ramal de ligação do município de Lucas do Rio Verde-MT a Uruaçu-GO interligando com a N/S.

Ramal de ligação de Bacarena / Belém-PA a Açailândia / São Luís-MA ~450 km interligando com a N/S, para navegação de cabotagem EF-151.

Ligação de Porto Murtinho-MS a Panorama-SP ~750km e a partir daí interligando com a N/S, pelo interior de São Paulo até Colômbia por ferrovia existente com a N/S, EF-151.

Não coloquei como prioridade 0ª fase a urgência da entrada em operação do trecho pronto da N/S que de tão obvio se torna um absurdo estas providencias.

A maior parte destas propostas é a de se utilizar ao máximo os trechos ferroviários existentes que se encontram desativados ou subutilizados, e os trechos novos complementares se limitam a;

1-Ligação fer. N/S Anápolis / Itumbiara-GO Colômbia-SP ~350 km.
2-Ramal de ligação do município de Lucas do Rio Verde-MT a Uruaçu-GO interligando com a N/S.
3-Ramal de ligação de Bacarena-PA ao Açailândia-MA ~450km para navegação de cabotagem interligando com a N/S.
4-Ligação de Porto Murtinho-MS a Panorama-SP ~750km interligando com a N/S, EF-267 pelo interior de São Paulo por ferrovia existente, que já se encontram interligadas com a N/S em Araraquara.

Notas:
Iª Com estas propostas ficam suprimidos os trechos Anápolis-GO / Estrela do Oeste –SP ~2255 km e Estrela do Oeste / Panorama-SP ~ 160 km.
IIª Define a cidade de Panorama-SP de onde deve partir rumo ao Sul da continuação da fer. N/S.

Este texto se complementa com o "Como conseguir 700 km de ferrovia a custo mínimo" de Paulo Roberto Filomeno