
Como o SUS é um sistema inclusivo e universal com a entrada de mais pessoas haverá maior exigência de recursos públicos para manter os serviços de saúde funcionando satisfatoriamente, consultas, exames complementares, internações, remoções, etc. Como enfrentar a crise com sistema universal de saúde? Onde buscar financiamento para ampliar os serviços, já escassos para atender a demanda atual? Certamente o governo federal vai buscar alternativas e priorizar as áreas mais afetadas.
Mas e bom lembrar que os serviços de saúde são gerenciados pelos estados e mais diretamente pelos municípios, onde os efeitos mais dramáticos do desemprego e da p

Conforme dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em setembro de 2008 a saúde complementar contava com 40,8 milhões de beneficiários em planos de assistência médica privada, destes 73,5% são vinculados a planos coletivos, aproximadamente 28 milhões de pessoas são beneficiários (funcionários e familiares) destes planos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abrange), Arlindo de Almeida, até o momento não foi sentido nenhum efeito da crise, mas as férias coletivas anunciadas pelas empresas são prenúncio de demissão. O segmento atende a 35,13% dos beneficiários dos planos de saúde e tem 670 operadoras em todo o país. Quando há demissões normalmente as pessoas têm o direito de permanecer no plano, mas pagando o valor integral. Só que quem perde o emprego tem outras prioridades, precisa sustentar a família.
Por outro lado as próprias operadoras de planos de saúde também poderão sofrer um impacto negativo com o desemprego e um desequilíbrio financeiro, pois a atividade dessas empresas depende muito de mão-de-obra. Com a diminuição de usuários alguns serviços poderão ser cortados e gerar demissões na estrutura administrativa dessas organizações empresariais.

Também é verdade que muitos usuários dos planos de saúde privados já acessam o SUS quando necessitam de serviços especializados e estes não têm o custo integralmente coberto. Quando o beneficiário de um plano de saúde privado utiliza o SUS para não ter nenhuma despesa com os serviços requeridos desonera o plano privado de sua responsabilidade financeira e, por conseqüência, sobrecarrega o sistema público. Isto não poderia caracterizar um sistema de saúde misto, privado-público, que o cidadão usa de acordo com a sua conveniência? Ou não?
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