O artigo, A grande defensora do terrorista, por Giulio Sanmartini, foi publicado no site Prosa & Política, que transcrevo abaixo, no desejo de aprofundar o debate sobre a decisão do Governo Brasileiro de conceder o status de refugiado ao italiano Cesare Battisti.
"Fred Vargas (foto) é o pseudônimo de Frédérique Audouin-Rouzeau (Paris 1957), pesquisadora em arqueologia e Idade Média, mas é conhecida em seu país como romancista de livros policiais.
Em um ano fez 5 viagens ao Brasil procurando a liberdade to terrorista Cesare Battisti e se diz aqui na Itália, que são algo mais que simples amigos.
Esteve no Brasil em dezembro e disse ao ministro da Justiça Tarso Genro: “Senhor ministro, Cesare Battisti é um perseguido político”. Pouco antes do fim do ano voltou ao Brasil e foi recebida pelo vice-ministro da Justiça (sic) Romeu Tuma Jr (Tuma Junior é na realidade secretário Nacional de Justiça). Esse encontro foi arranjado pelo Palácio do Eliseu (Palais de l'Élysée), residência oficial do presidente francês.
Nicolas Sarkozy aceitou um encontro com Vargas por pressão de sua mulher Carla Bruni, que é amiga da escritora. Esta disse ao presidente francês que “Battisti está mal, tem hepatite B e se voltasse a Itália seria um perigo à sua integridade”. Sarkozy lhe disse não poder fazer nada, haja vista que Battisti é um cidadão italiano preso no Brasil. Mas no final, fez um jogo indireto, apresentando Vargas ao governo de Brasília. Esse encontro com Tuma Junior foi decisivo – como conta o advogado Eric Turcon – sem ela ele já teria sido extraditado.
Battisti – diz ela – foi condenado à revelia, baseado em acusações de arrependidos. Fez também um comparativo discutível, entre os “anos de chumbo” na Itália e a oposição à ditadura militar brasileira. “Na Itália não existiu nunca uma anistia como no Brasil”.
Ela é de fato uma romancista com mais de 5 milhões de cópias vendidas de seus livros, não uma oportunista como Battisti que escreveu somente um romance desconhecido do grande público. Vargas, graças a seus direitos autorais, paga todas as despesas do terrorista, assim ele pode viver na clandestinidade entre os anos 2004/07. Neste ano que passou ela o manteve “por amor e por estima” – “é justo combater uma injustiça”.
Perguntada se jamais pensou nas vítimas de Battisti, Fred tem a resposta na ponta da língua: “foram instrumentalizadas”. Ela procura atenuantes políticas por crimes do terrorista ao invés de defender sua inocência. Ela não tem as dúvidas dos personagens de seus romances. Sua vida é feita de certezas, mesmo que estejam real e moralmente erradas. Escreveu o romance La Vérité sur Cesare Battisti (A verdade sobre Cesare Battisti) "
"Fred Vargas (foto) é o pseudônimo de Frédérique Audouin-Rouzeau (Paris 1957), pesquisadora em arqueologia e Idade Média, mas é conhecida em seu país como romancista de livros policiais.
Em um ano fez 5 viagens ao Brasil procurando a liberdade to terrorista Cesare Battisti e se diz aqui na Itália, que são algo mais que simples amigos.
Esteve no Brasil em dezembro e disse ao ministro da Justiça Tarso Genro: “Senhor ministro, Cesare Battisti é um perseguido político”. Pouco antes do fim do ano voltou ao Brasil e foi recebida pelo vice-ministro da Justiça (sic) Romeu Tuma Jr (Tuma Junior é na realidade secretário Nacional de Justiça). Esse encontro foi arranjado pelo Palácio do Eliseu (Palais de l'Élysée), residência oficial do presidente francês.
Nicolas Sarkozy aceitou um encontro com Vargas por pressão de sua mulher Carla Bruni, que é amiga da escritora. Esta disse ao presidente francês que “Battisti está mal, tem hepatite B e se voltasse a Itália seria um perigo à sua integridade”. Sarkozy lhe disse não poder fazer nada, haja vista que Battisti é um cidadão italiano preso no Brasil. Mas no final, fez um jogo indireto, apresentando Vargas ao governo de Brasília. Esse encontro com Tuma Junior foi decisivo – como conta o advogado Eric Turcon – sem ela ele já teria sido extraditado.
Battisti – diz ela – foi condenado à revelia, baseado em acusações de arrependidos. Fez também um comparativo discutível, entre os “anos de chumbo” na Itália e a oposição à ditadura militar brasileira. “Na Itália não existiu nunca uma anistia como no Brasil”.
Ela é de fato uma romancista com mais de 5 milhões de cópias vendidas de seus livros, não uma oportunista como Battisti que escreveu somente um romance desconhecido do grande público. Vargas, graças a seus direitos autorais, paga todas as despesas do terrorista, assim ele pode viver na clandestinidade entre os anos 2004/07. Neste ano que passou ela o manteve “por amor e por estima” – “é justo combater uma injustiça”.
Perguntada se jamais pensou nas vítimas de Battisti, Fred tem a resposta na ponta da língua: “foram instrumentalizadas”. Ela procura atenuantes políticas por crimes do terrorista ao invés de defender sua inocência. Ela não tem as dúvidas dos personagens de seus romances. Sua vida é feita de certezas, mesmo que estejam real e moralmente erradas. Escreveu o romance La Vérité sur Cesare Battisti (A verdade sobre Cesare Battisti) "
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