
"Filas em hospitais, em cinemas, nas rodoviárias, nos aeroportos, em restaurantes, nos ambulató

No Brasil, houve até quadrilhas que se especializassem em furar filas em bancos utilizando idosos para passar a frente. Em alguns países foram criadas, inclusive, leis para punir os furões de fila. A fila foi também tese de mestrado. O psicólogo Fábio Iglesias, por exemplo, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), pesquisou o comportamento de quem freqüenta filas na capital federal e, por meio da análise, Iglesias reuniu as estratégias mais adotadas por quem fura fila: a maioria finge distração e usa o celular. Todavia, o método mais usual é pedir uma informação e se infiltrar na fila, aos poucos.
O quantitativo dos furões de fila foi feito pelo professor Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília, entre março e junho deste ano e consta do estudo O padrão de conduta ética dos servidores públicos. No total, foram ouvidas duas mil pessoas de todo o p

O estudo analisou a conduta dos servidores e brasileiros em geral. Para Ricardo Caldas, há um desconhecimento expressivo na sociedade sobre o significado de ser ou não ético. Atos ilícitos são mais freqüentes e aceitos do que se poderia esperar na sociedade civil brasileira.
A pesquisa também apontou que, na opinião dos entrevistados, 44% acham que o servidor público atua disciplinarmente apenas para cumprir sua jornada diária de trabalho. A maioria dos entrevistados, quase 58% acredita que o serviço público no país é amador ou semi-profissional. E mais 49,7% acham que os servidores públicos não estão preparados para o trabalho deles.
Para 42,4% dos entrevistados, os servidores atuam para agradar os políticos que os indicaram, para beneficiar

Outros 41% responderam que caso façam um pedido à administração pública e não sejam atendidos, depois de terem também tentado sem êxito o “jeitinho brasileiro”, recorrem as opções de oferecer um agrado (presente), oferecer dinheiro ou oferecem um favor para conseguir que o pedido seja atendido.
O estudo também revelou que 50,3% dos entrevistados são tolerantes com o nepotismo, pois afirmaram que contratariam parentes se fossem servidores públicos ou políticos. Os resultados completos da pesquisa devem ser publicados pela Comissão de Ética Pública em dezembro."
Amanda Costa/Do Contas Abertas
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