sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Programa de Irrigação II

A respeito do comentário enviado por Marcelo Duarte, com considerações importantes para qualificar o debate das idéias, julgo importante esclarecer alguns pontos ao prezado interlocutor:

No texto publicado com o título - Programa de irrigação começa a sair do papel, limitei-me a reproduzir a notícia tal como a encontrei na fonte (citada), sem editá-la. Somente a parte em itálico é de minha autoria. Como se tratava de um projeto concebido em conjunto com o Ministério da Integração Nacional, gestão do ministro Ciro Gomes, e que conta com recursos do Governo Lula para sua viabilização, julguei que todos os procedimentos legais e avaliações técnicas necessárias à aprovação dos projetos foram seguidos, à risca, pelos órgãos ambientais e executivos envolvidos.

Aproveitei o fato para sugerir ao COREDE Vale do Jaguarí que reivindicasse estudos sobre o potencial de irrigação existente nas bacias dos rios Jaguari e Icamaquã, estes localizados na nossa região.

De qualquer forma o seu comentário, cordial e qualificado, alerta-me para as questões ambientais de fundo, que envolvem projetos com forte impacto ao meio ambiente. Certamente a construção de barragens, usinas hidrelétricas e termelétricas, a transposição de rios, o desmatamento de florestas, o florestamento de áreas de campo, de extração mineral, etc. devem merecer a nossa preocupação permanente.

Aprendi, desde muito jovem, a não ter preconceito partidário e a separar as minhas posições partidárias das questões de natureza científica. Não aceito essa prática ultrapassada de que somente em obras de autoria de governantes do meu partido o critério estabelecido é correto; e que para a realizada pelo adversário, mesmo que tenha a mesma natureza, o critério não serve.

Não tenho constrangimento em fazer parte do partido da governadora Yeda Crusius e de fazer a defesa de qualquer programa governamental que julgar moral, ético e de interesse público. É bom lembrar que os governos de
Yeda (PSDB) e de Lula (PT) abrigam os mesmos partidos em sua base de sustentação, PTB, PMDB e PP.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Senhor,

Pouco se me dá se os referidos projetos foram concebidos "em conjunto com o Ministério da Integração Nacional, gestão do ministro Ciro Gomes", e contam "com recursos do Governo Lula para sua viabilização", uma vez que também "não aceito essa prática ultrapassada de que somente em obras de autoria de governantes do meu partido o critério estabelecido é correto; e que para a realizada pelo adversário, mesmo que tenha a mesma natureza, o critério não serve".

Questões ambientais, para mim, estão em primeiro plano, seja em que governo for. Tanto que, em meu blog, não poucas vezes denunciei a conivência do governo federal para com o desmatamento na amazônia, nossa mais nova fronteira agrícola.

O caso é que não entendo como o senhor consegue compatibilizar sua "preocupação permanente" com as referidas questões e sua ausência de "constrangimento em fazer parte do partido da governadora Yeda Crusius e de fazer a defesa de qualquer programa governamental que julgar moral, ético e de interesse público", uma vez que há bem pouco interesse público por detrás de uma obra com grandes impactos ambientes. Isso me parece uma sua contradição.

"Tanto pior para eles", é o que tenho a dizer sobre sua observação a respeito das bases de apoio dos governos Lula e Yeda Crusius. O sujeito tem que ter jogado muita pedra na cruz para merecer a convivência com políticos da estirpe de um petebista, por exemplo.

Aliás, se esse fosse um argumento válido, nada impediria que o senhor tivesse apoiado a candidatura de Júlio Ruivo nessas últimas eleições municipais, ou tivesse sido o candidato a vice de Sandro Palma.