Artigo semanal de Dayana Pessota Leite
No jornal Zero Hora de 31.10.2008 foi noticiado que depende apenas do Estado a aquisição, pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), da estrutura física usada atualmente pelo campus de Uruguaiana da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) que manterá continuidade apenas de cursos pelos quais haja interesse em 2009, como Administração e Direito, cursos esses que a federal não tem intenção de instalar na região.
O que me motivou escrever foi, justamente, os novos cursos que a Unipampa pretende oferecer, como Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnólogo em Mineração no campus de Caçapava do Sul, de Tecnologia de Agronegócios em Dom Pedrito, de Relações Internacionais e Tecnologia de Gestão Pública em Santana do Livramento, de Biotecnologia em São Gabriel, assim como Ciências Políticas no campus de São Borja.
Isso porque, acho louvável que o interior invista em universidades regionais, mas preocupante que os cursos oferecidos sejam tão restritos, ou seja, normalmente fazem parte da grade o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, de Administração ou alguma outra área tradicional, como Ciências Contábeis, que vem gerando uma leva de centenas de profissionais jogados ao mercado profissional a cada semestre, mais que saturado. É evidente que precisamos de forma contínua de profissionais dessas áreas, no entanto, investir apenas em cursos ditos tradicionais, restringe o conhecimento e limita a área de atuação do estudante, que não tem possibilidade de desenvolver-se em outras carreiras tão interessantes e desafiantes quanto. Além disso, mais que investir em cursos novos, deverá a universidade levar em consideração os potenciais e riquezas da região.
A Unipampa parece se pautar justamente por essa visão ao lançar seus novos cursos para 2009. Nesse sentido, se Caçapava tem como uma de suas fontes de riqueza a extração e comercialização de calcáreo para correção do solo na agricultura e Candiota, que fica na mesma região, explora carvão, mais do que oportuno um curso de Tecnólogo em Mineração. Veja que cidades como Bagé, Dom Pedrito, Uruguaiana, Alegrete, São Gabriel crescem e se destacam cada vez mais no agronegócio, como criação de cavalos, exportação de carne e leite. Nada mais promissor, nesse caso, que possibilitar e capacitar pessoas em Tecnologia de Agronegócios e Biotecnologia. Da mesma forma, em Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai, parece uma boa idéia possibilitar aos estudantes curso de Relações Internacionais. Quanto aos cursos de Tecnologia de Gestão Pública e Ciências Políticas, são inexistentes ou raros no Rio Grande do Sul, apesar da necessidade urgente de pessoas capacitadas para áreas desse porte, principalmente considerando os reiterados exemplos de má gestão administrativa em todos os segmentos do poder executivo.
Espero que a Universidade Regional Integrada (URI) instalada em Santiago e demais universidades regionais percebam a necessidade de avaliar e - a não muito longo prazo - possibilitar a criação de cursos que levem em consideração os novos nichos de mercado, considerando, principalmente, as necessidades específicas da região onde estão inseridas, para ampliar o conhecimento e possibilitar maior desenvolvimento e, evidentemente, geração de empregos, evitando que centenas de profissionais recém-formados sejam obrigados a migrar para outros centros em busca de vagas.
Dayana Pessota Leite
No jornal Zero Hora de 31.10.2008 foi noticiado que depende apenas do Estado a aquisição, pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), da estrutura física usada atualmente pelo campus de Uruguaiana da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) que manterá continuidade apenas de cursos pelos quais haja interesse em 2009, como Administração e Direito, cursos esses que a federal não tem intenção de instalar na região.
O que me motivou escrever foi, justamente, os novos cursos que a Unipampa pretende oferecer, como Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnólogo em Mineração no campus de Caçapava do Sul, de Tecnologia de Agronegócios em Dom Pedrito, de Relações Internacionais e Tecnologia de Gestão Pública em Santana do Livramento, de Biotecnologia em São Gabriel, assim como Ciências Políticas no campus de São Borja.
Isso porque, acho louvável que o interior invista em universidades regionais, mas preocupante que os cursos oferecidos sejam tão restritos, ou seja, normalmente fazem parte da grade o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, de Administração ou alguma outra área tradicional, como Ciências Contábeis, que vem gerando uma leva de centenas de profissionais jogados ao mercado profissional a cada semestre, mais que saturado. É evidente que precisamos de forma contínua de profissionais dessas áreas, no entanto, investir apenas em cursos ditos tradicionais, restringe o conhecimento e limita a área de atuação do estudante, que não tem possibilidade de desenvolver-se em outras carreiras tão interessantes e desafiantes quanto. Além disso, mais que investir em cursos novos, deverá a universidade levar em consideração os potenciais e riquezas da região.
A Unipampa parece se pautar justamente por essa visão ao lançar seus novos cursos para 2009. Nesse sentido, se Caçapava tem como uma de suas fontes de riqueza a extração e comercialização de calcáreo para correção do solo na agricultura e Candiota, que fica na mesma região, explora carvão, mais do que oportuno um curso de Tecnólogo em Mineração. Veja que cidades como Bagé, Dom Pedrito, Uruguaiana, Alegrete, São Gabriel crescem e se destacam cada vez mais no agronegócio, como criação de cavalos, exportação de carne e leite. Nada mais promissor, nesse caso, que possibilitar e capacitar pessoas em Tecnologia de Agronegócios e Biotecnologia. Da mesma forma, em Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai, parece uma boa idéia possibilitar aos estudantes curso de Relações Internacionais. Quanto aos cursos de Tecnologia de Gestão Pública e Ciências Políticas, são inexistentes ou raros no Rio Grande do Sul, apesar da necessidade urgente de pessoas capacitadas para áreas desse porte, principalmente considerando os reiterados exemplos de má gestão administrativa em todos os segmentos do poder executivo.
Espero que a Universidade Regional Integrada (URI) instalada em Santiago e demais universidades regionais percebam a necessidade de avaliar e - a não muito longo prazo - possibilitar a criação de cursos que levem em consideração os novos nichos de mercado, considerando, principalmente, as necessidades específicas da região onde estão inseridas, para ampliar o conhecimento e possibilitar maior desenvolvimento e, evidentemente, geração de empregos, evitando que centenas de profissionais recém-formados sejam obrigados a migrar para outros centros em busca de vagas.
Dayana Pessota Leite
Um comentário:
o nome correto é UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA. Não existe a universidade REGIONAL do Pampa. Sugiro a devida correção.
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